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Dor nas costas: saiba as causas, tratamentos e como evitá-las

Ortopedista especialista em coluna, Fábio Fagundes, conversou com o NOVO sobre todos os fatores que envolvem o problema

por: NOVO Notícias

Publicado 3 de abril de 2023 às 15:30

Ortopedista especialista em coluna, Fábio Fagundes

Ortopedista especialista em coluna, Fábio Fagundes – Foto: Cedida

A dor nas costas tem sido uma queixa cada vez mais comum entre a população. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 80% das pessoas no mundo têm, tiveram ou terão dores nas costas. De acordo com o ortopedista especialista em coluna, Fábio Fagundes, as principais causas são estiramentos musculares, cerramentos de tendão e ligamento. O médico alerta que muitas pessoas acreditam que toda dor na coluna é causada por alguma doença degenerativa, como a hérnia de disco, mas, na verdade, a sobrecarga de músculo, tendão e ligamento é uma das principais causas do problema.

Segundo Fagundes, fatores psicológicos e sociais também podem influenciar no surgimento de dores músculo esqueléticas.

“A teoria chamada de biopsicossocial considera que esses fatores são tão relevantes quanto os biológicos na avaliação do paciente. Estresse, ansiedade, depressão, problemas familiares e trabalhistas, sedentarismo e má alimentação são alguns exemplos de estilo de vida que podem contribuir para o aparecimento de dores nas costas”, disse o médico.

Outro fator que tem sido muito discutido é a postura inadequada, que pode causar dor momentânea, mas não é uma das principais causas de dor crônica nas costas. O enfraquecimento muscular da região do tronco, porém, pode gerar dor a longo prazo. Fagundes explica que, ao longo da evolução humana, a sobrecarga nos músculos abdominais e para vertebrais aumentou em decorrência da postura ereta. “Por isso, é importante manter uma rotina de exercícios físicos para fortalecer esses músculos”, ressalta o especialista.

O médico destaca, ainda, que o tratamento para a dor nas costas depende da causa e da gravidade do problema. Para dores agudas, o repouso e a fisioterapia podem ser suficientes. Já para casos mais graves, pode ser necessária a intervenção cirúrgica. Fagundes alerta que “a automedicação não é recomendada e pode agravar o problema. O acompanhamento médico é fundamental para um tratamento eficaz e duradouro”.

Em resumo, a dor nas costas é um problema comum, mas que pode ser prevenido com um estilo de vida saudável, atividades físicas regulares e postura adequada. Mas, se a dor já tiver se manifestado, é importante procurar ajuda médica para avaliação e tratamento adequados.

Bate-papo

Quais são os problemas nas costas mais comuns atualmente?

São as dores que afetam as estruturas musculo-ligamentares da coluna. Geralmente, realizamos algum movimento brusco de flexão ou inclinação do tronco causando estiramento dessas estruturas. É importante destacar que criamos um mito de que toda dor na coluna é secundária a alguma doença degenerativa, sendo a mais famosa, a hérnia de disco, mas isso é mentira. O enfraquecimento dos músculos do tronco os tornam susceptíveis a essa disfunção de forma mais aguda como citado ou até em um quadro mais arrastado, gerando dores mais crônicas.

Como o estilo de vida impacta no surgimento dos problemas?

Sabemos que as dores musculoesqueléticas têm grande influência de outros fatores como o estado psicológico e social do nosso paciente, isso gerou uma teoria chamada de biopsicossocial, onde não só os fatores biológicos causam a dor como aqueles já citados na pergunta anterior. Então, o estilo de vida que faz surgir esses problemas, é exatamente aquele ligado a uma saúde mental ruim, associado a dissabores sociais como problemas na família e trabalho. Fatores nutricionais também tem grande participação, sendo a obesidade e uma alimentação rica em carboidratos associada ao desenvolvimento de dores na coluna.

Quais são os tratamentos para a dor nas costas?

O tratamento mais indicado para dores nas costas, em primeiro lugar, seria a fisioterapia. Há uma gama de tratamentos fisioterápicos com evidência científica comprovada para isso, desde a prática de cinesioterapia, seja ela por métodos mais tradicionais ou pilates, até as técnicas de terapia manual. Terapia manual nada mais é do que aquela mobilização com quiropraxia, aplicação de agulhamento a seco, liberação miofascial, dentre outras técnicas. Os medicamentos entram como coadjuvantes. Então, os que usamos mais rotineiramente são os anti-inflamatórios. Os analgésicos mais fortes são exceção. Também é preciso sempre estimular a procurar uma ajuda psicológica, em casos de identificar algum fator desse tipo, como social também, para resolver questões trabalhistas e familiares.

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