Representantes da autarquia federal devem apresentar cronograma de trabalho e as ações previstas para os 18 meses de obras ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do RN; interdição gera críticas de motoristas e comerciantes
Publicado 18 de setembro de 2023 às 15:30
A interdição parcial da Ponte de Igapó feita pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito (DNIT) pegou muitos natalenses de surpresa. O equipamento está com uma das vias que liga a Zona Norte às demais regiões de Natal interditada desde a última terça-feira (12). Para dar esclarecimentos sobre o projeto de restauração, que deve durar cerca de 18 meses, representantes da autarquia federal devem participar nesta segunda-feira (18) de uma plenária com o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio Grande do Norte (CREA-RN).
A reunião, segundo o CREA, tem o papel de dar maior transparência sobre os processos previstos para a ponte. “Nós solicitamos que nos fosse apresentado o que era, de fato, que eles iriam executar, e por que só agora disseram o que a gente já tinha dito em março”, explica o presidente em exercício do CREA, Jorian Morais.
O que o CREA disse há seis meses foi que havia necessidade de interditar a Ponte de Igapó para que reparos fossem feitos. No entanto, naquela ocasião, o DNIT discordou da opinião técnica e manteve o fluxo sobre a via. O Conselho defendia que a obra fosse feita concomitantemente com a recuperação da Avenida Felizardo Moura, promovida ao longo dos últimos meses pela Prefeitura do Natal, e que também provoca transtornos para as pessoas que trafegam pela área.
Apesar das solicitações do CREA para a manutenção da ponte, o DNIT sempre negligenciou os pedidos, segundo Jorian Morais. “Nós solicitamos que eles comparecessem. Eles não responderam formalmente, mas, em contato por telefone, não garantiram que o superintendente viesse, mas mandariam um representante”, diz.
O NOVO questionou o DNIT sobre o porquê de o serviço ser iniciado só agora e não ter sido aproveitado o período que a ponte já estava interditada. O órgão se limitou ao seguinte: “O DNIT esclarece que são obras realizadas por órgãos de esferas distintas, por esse motivo, os cronogramas são diferenciados”.
A obra para recuperação da Ponte de Igapó vai custar cerca de R$ 20 milhões e durar, ao todo, 18 meses, de acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). Serão 12 meses de interdição na alça do Zona Norte/Zona Oeste. A etapa posterior prevê que o outro lado da ponte fique fechado por mais seis meses.
A restauração compreende nas ações de reforço de estacas, blocos e pilares, substituição dos aparelhos de apoio, demolição de elementos deteriorados, reforço das vigas e substituição dos drenos e juntas estruturais.
Também serão feitas a recuperação de barreiras de proteção, os refúgios da ponte ferroviária, dos passeios de pedestres e guarda-corpos, além da substituição do revestimento asfáltico.
De acordo com o DNIT, a necessidade de restauração das pontes ocorre em função do desgaste natural em decorrência do tempo, bem como dos danos causados por eventos extremos, e sobrecarga de tráfego, dentre outros fatores. O órgão, contudo, negou que os os serviços tenham relação com o incidente ocorrido em março deste ano, quando um artefato foi detonado sob a ponte.
Há 41 anos, Arivan Veríssimo, 54, fez o trajeto da zona Norte para as outras regiões da cidade. Trabalhando como motorista por aplicativo, ele cruzava a Ponte de Igapó pelo menos três vezes por dia. Hoje, com os serviços na ponte e na Avenida Felizardo Moura, Arivan prefere evitar trabalhar na região.
Antes, para sair da zona Norte para a Leste ou Oeste, eu enfrentava no máximo 30 minutos de carro. Agora, desde que começou essa obra na Felizardo e com a extensão para a ponte, o mesmo trajeto chega a demorar mais de uma hora, claro que, se não tiver nenhuma intercorrência no caminho”, disse o motorista.
Com as obras na avenida que liga às principais zonas, o comércio foi um dos setores mais atingindos. Moisaniel Ferreira, 33 anos, comercializa camarão há sete anos em uma tenda nas margens da Avenida Felizardo Moura. Ele conta que o trecho sempre foi movimentado, mas, com a obra na ponte, as vendas caíram drasticamente. Construindo um espaço para a loja física, Moisaniel disse não saber mais o que fazer após a notícia da extensão da obra no local. “Tem dias que eu não vendo nada. Consigo ainda fazer umas entregas com clientes antigos, mas desde o início das obras aqui na região, as vendas só caem”, desabafou o vendedor.
Segundo Emiliano Toscano, que atua há mais de 10 anos na região, vários empresários que possuam lojas na localidade fecharam as portas ou mudaram de endereço. Quem permaneceu, tenta driblar as dificuldades com após o início das obras. “Então, tivemos que investir em outro ponto na zona Sul da cidade para não perder clientes”, disse o vendedor da loja automotiva.
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