Política

Disputa precoce para a Prefeitura de Natal

Faltando um ano e dez meses para as eleições de 2024, a sucessão do atual prefeito Álvaro Dias (PSDB) conta com pelo menos cinco candidatos

por: NOVO Notícias

Publicado 26 de dezembro de 2022 às 15:30

Prefeitura Municipal de Natal

Prefeitura Municipal de Natal – Foto: Rogério Vital/NOVO Notícias

A eleição para Prefeito de Natal está bem longe de acontecer, mas a corrida pelo Palácio Felipe Camarão já foi aberta. Faltando um ano e dez meses para a abertura das urnas, o pleito conta com pelo menos cinco candidatos para a sucessão de Álvaro Dias (PSDB).

Já medem forças e viabilidade política as campanhas dos deputados federais eleitos Paulinho Freire (União) e Natália Bonavides (PT) e o policial reformado Wendel Fagner (PL), que teve expressiva votação para a Assembleia Legislativa, mas teve a candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral.

Também está de olho no Executivo um nome novo para o eleitor natalense, como é o caso do comunicador Bruno Giovanni, sem partido, que já iniciou conversas com alguns partidos para discutir o assunto.

Além dos candidatos já postos, outros dois nomes podem surgir para a disputa: o ex-prefeito Carlos Eduardo Alves (PDT). Derrotados nas eleições de 2022 para o Senado, ele pode ter em 2024 a retomada da sua própria trajetória política.

Apesar das conversas abertas nos bastidores, todos os envolvidos pregam cautela e precaução. Paulinho Freire, ao ser questionado pela imprensa, disse estar mais interessado em cumprir o mandato na Câmara Federal.

A deputada federal Natália Bonavides falou que tem satisfação ao ser lembrada para a disputa, mas desconversa sobre a candidatura. “Ainda não aconteceu esse debate dentro das instâncias partidárias. Desde o segundo turno que o nosso mandato esteve focado nas discussões da transição. Mas tenha certeza que qualquer decisão ou debate desse tema será feito de forma pública e aberta com a população”, disse.

Já Bruno Giovanni e Wendel Lagartixa falam que estão abertos para conversar. O policial reformado reforça que quer ser o nome da direita na disputa. “Se não aparecer prefeito para bater esses aí, como Natália Bonavides e Kelps Lima [deputado estadual], eu vou rasgado na hora. Se não aparecer candidato de direita, eu vou ser oposição”, disse ele, em entrevista para uma rádio.

O comunicador Bruno Giovanni comentou no programa que comanda na 96 FM. “Não estou dizendo que sou pré-candidato, mas não vou mentir: está havendo conversas nesse sentido. A partir de março do ano que vem vou começar a visitar meus ouvintes nas comunidades de Natal”, disse BG ao vivo.

O sociólogo Tiago Medeiros avalia que a ocupação de espaços é uma estratégia comum para a construção da candidatura. “Os políticos têm esse costume de sempre estarem se articulando e tentando fazer as jogadas políticas visando o futuro”, reforça.

Apesar de ainda precoce, a disputa eleitoral mostra que os partidos políticos querem fortalecer — e estabelecer — candidaturas fortes antes de 2024. A antecipação envolve o resultado das eleições para o governo em 2022. Sem candidatos fortes no campo da oposição, a governadora Fátima Bezerra (PT) teve uma reeleição tranquila ainda no primeiro turno.

Ainda segundo  Tiago Medeiros, a oposição sentiu que a ausência de uma candidatura sólida deixou a governadora navegar “sozinha” e aumentou as chances de vitória ainda no primeiro turno.

“Assistiremos um grande duelo para prefeitura de Natal em 2024. Cada eleição é única e tem características peculiares, o tempo pode se tornar uma variável muito importante. É tempo para articular apoios e também o candidato se tornar mais conhecido, o tempo oficial de campanha é muito curto e tem exigido movimentos mais cedo por parte da classe política”, justifica ele.

Outro fator importante será o desempenho dos governos Lula e Fátima Bezerra e, principalmente, do atual prefeito Álvaro Dias. Caso amealhem bons números de aprovação até 2024, as gestões petistas podem causar uma “decantação” nas candidaturas, reduzindo o número de postulantes ao cargo de prefeito.

O nome apoiado pelo Palácio Felipe Camarão terá forte apoio com o bom desempenho na gestão municipal, da mesma forma que a oposição terá o nome da petista Natália Bonavides reforçado pelo apoio federal. Já o campo mais à direita terá nomes como Wendel Fagner, o Wendel Lagartixa, e do comunicador Bruno Giovanni.

O cientista político Daniel Menezes reforça a tese de que o desempenho dos governos federal e estadual formarão uma plataforma para a candidatura de Natália Bonavides. “Além das suas ações individuais, ela terá uma vitrine para ingressar no peito em 2024”, disse.

Sobre o nomes novos na disputa, como é o caso de Bruno Giovanni, o cientista político avalia que a presença deles é motivada pelo possível cansaço dos eleitores com a polarização política que permeou as últimas disputas eleitorais. Mas ele pondera que o campo mais à direita pode aglutinar candidaturas e se fortalecer até 2024. Fazem parte deste polo, além do comunicador, o deputado reformado Wendel Lagartixa e o candidato da situação apoiado pelo prefeito Álvaro Dias. “Eu acredito que por se encontrar com a máquina, Álvaro Dias têm um poder maior de aglutinar os eleitores para esse polo”, avalia.

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