Política

Diálogo com a governadora Fátima Bezerra “é o melhor possível”, garante o vice-governador Walter Alves

Em entrevista à coluna Daniela Freire, ainda enquanto governador interino, o presidente do MDB no estado disse que embora tenha ficado “totalmente à vontade” no cargo, ainda “não pensa” em 2026

por: NOVO Notícias

Publicado 6 de março de 2023 às 15:30

Walter Alves

Walter Alves, vice-governador do Estado do Rio Grande do Norte – Foto: Elisa Elsie

“Emocionante”. É assim que o vice-governador do Rio Grande do Norte, Walter Alves, define os dias em que ocupou interinamente o cargo de governador do Estado, repetindo o feito de seu pai, Garibaldi Alves Filho. Presidente estadual do MDB, o ex-deputado federal comentou sobre a sua relação e diálogo com a governadora Fátima Bezerra. Walter também falou sobre as eleições de 2024 e 2026 e as suas expectativas.

DANIELA FREIRE: Governador, nesta última semana o senhor governou o Rio Grande do Norte pela primeira vez desde o início de sua carreira política. Como foi essa experiência?
Walter Alves: Fui muito emocionante e gratificante ao mesmo tempo. Primeiro porque ocupei o posto que meu pai, o ex-senador Garibaldi Filho, ocupou quando governou o Estado de 1995 a 2002. E foi um período no qual vimos importantes obras serem realizadas, entre elas, a mais importante: o Programa Estadual de Recursos Hídricos, que resultou na construção das grandes adutoras e das barragens de Umari (Upanema) e Santa Cruz (Apodi). Também foi gratificante porque pude, mesmo durante um período curto, ajudar o Rio Grande do Norte, a governadora Fátima Bezerra, a manter a agenda dos interesses estaduais em andamento. Enquanto ela foi a Portugal buscar investidores, nós ficamos aqui dando continuidade às ações necessárias. Essa missão de servir ao Estado e essa parceria com Fátima Bezerra são muito instigantes e motivo de grande alegria para mim.

DF: A governadora Fátima Bezerra lhe deu conselhos antes de transmitir o cargo? Ela fez algum tipo de direcionamento de sua pauta ou lhe deixou à vontade para agir?
WA: Nós nos falamos constantemente e, desde a campanha, aprendemos a contar um com o outro para o que for preciso. Ela me deixou totalmente à vontade porque sabe que estamos sintonia já há algum tempo. No RN e fora dele, digo, no governo federal, onde PT e MDB também são aliados. O desejo da governadora, de ver o Rio Grande do Norte mais desenvolvido e com qualidade de vida crescente, também é o nosso desejo.

DF: Durante a sua gestão, a pauta sobre o reajuste do piso salarial dos professores, por exemplo, foi posta à mesa e quem negociou com a categoria foi o líder do Governo na Assembleia Legislativa, deputado Francisco do PT. Foi escolha sua não participar dessas articulações?
WA: Uma das maiores qualidades do Governo Fátima Bezerra, gestão da qual fazemos parte, é contar com um secretariado e colaboradores que possuem muita qualidade técnica. São pessoas extremamente preparadas. Somando-se a isso, acreditamos que um governo precisa ser descentralizado, no sentido de que cada secretaria precisa apresentar suas soluções para os temas que lhes competem. Claro, a governadora – ou o governador, no caso – precisam estar informados sobre o que ocorre, mas delegar para que o Estado tenha agilidade. No caso do deputado Francisco do PT, ele é uma dessas pessoas que, independente da função que ocupa, está sempre disposto a ajudar. E é assim que deve ser mesmo: todos têm de se unir para encontrar a melhor solução possível para as dificuldades que vão surgindo.

DF: O senhor assumiu em janeiro a vice-governança do RN. Como espera atuar nos próximos anos nessa função?
WA: Da maneira que cabe a um vice: estando sempre ao lado e à disposição da população, da governadora Fátima Bezerra e do governo para fazer do Rio Grande do Norte um Estado mais justo, mais desenvolvido e mais próspero.

DF: Como tem sido o relacionamento e o diálogo com a governadora Fátima?
WA: O melhor possível. Tenho imensa admiração pelo trabalho da governadora e, como disse, estou muito feliz de fazer parte desta gestão que vive um momento único. Contamos com o apoio do governo federal e temos, nos ministérios, membros do MDB que certamente estarão sensíveis às demandas potiguares. Só para citar, o ministro Renan Filho (dos Transportes), deu seu apoio e incluiu o Rio Grande do Norte entre os estados que terão obras prioritárias do Executivo Federal. Mais recentemente, o ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) resolveu a questão da relicitação do Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante, que vinha se arrastando. E tenho certeza de que os próximos anos serão de muito crescimento para o Rio Grande do Norte.

DF: Nessa relação entre a chefe e o vice, o vice tem tido participação nas decisões do governo?
WA : Sempre que necessário, quando somos consultados – quando o assunto requer – damos a melhor contribuição possível. É assim que precisa ser.

DF: Olhando para o futuro, como o hoje vice Walter Alves espera estar em 2026: ainda vice ou governador candidato à reeleição?
WA: Eu não penso nisso agora. Precisamos e vamos preparar o Estado para as próximas gerações, para o futuro. Nos últimos anos, graças à eficiência da atual gestão, foram superadas dificuldades jamais vistas pela população norte-rio-grandense. E agora, ainda há dificuldades, mas a questão dos salários foi superada e toda uma série de problemas que veio se acumulando de gestões anteriores. Então, em 2026 eu espero que o nosso trabalho – aliado ao governo federal – resulte em um Rio Grande do Norte com mais pessoas fora da linha da pobreza, que as desigualdades de renda sejam menores, que os níveis de empregabilidade estejam altos, que haja mais moradia, mais saúde, mais educação, mais segurança, mais água, mais investimento, mais transporte público de qualidade. E, acima de tudo, respeito à democracia, às instituições e ao povo.

DF: O senhor é vice-governador e presidente do MDB no RN. Com relação a 2024 e às eleições municipais, como o partido está se estruturando para o pleito?
WA: Mesmo sendo ano que vem, ainda considero cedo para tratar disso. Agora, claro, somos um partido importante no RN e no Brasil. Aqui no estado, somos 41 prefeitos, 30 vice-prefeitos e aproximadamente 400 vereadores. Temos participação importante na política local e federal. Estamos fazendo como sempre: inicialmente conversando internamente, mas ainda são conversas muito incipientes e, no devido tempo, a legenda deflagrará seus processos internos e externos visando a disputa em 2024.

DF: Há notícias de que o senhor já tem levado os prefeitos do MDB para conversar com a governadora Fátima. Quais as expectativas eleitorais para a legenda em 2024?
WA: Isso é um processo natural. O partido ficou ao lado da governadora na eleição e está fechado com ela. Nada mais normal que os prefeitos possam externar a ela suas demandas. E, nesse caso, como vice-governador e presidente do partido, sou eu quem faz essa ponte, no sentido de ajudar as cidades do Rio Grande do Norte a conquistarem obras e serviços que vão melhorar a qualidade de vida da população.

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