No dia 26 de junho é celebrado o Dia Nacional do Diabetes, uma data que visa conscientizar a população sobre os riscos e consequências da doença. Neste contexto, é importante destacar o diabetes gestacional, uma forma da doença que se desenvolve durante a gravidez e que pode ter impactos significativos na saúde mundial.
O diabetes gestacional é uma condição em que o organismo da mulher produz níveis elevados de açúcar no sangue durante a gravidez, afetando tanto a mãe quanto o bebê. Estima-se que a doença ocorra em pelo menos 5% de todas as gestações, mas essa taxa pode ser ainda maior em certos grupos étnicos. Além disso, mulheres que são acometidas pelo diabetes gestacional têm um maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.
A população mundial atualmente conta com 529 milhões de indivíduos afetados pelo diabetes, de acordo com um estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Métricas e Avaliação de Saúde da Universidade de Washington. Além disso, os pesquisadores projetaram que, caso nenhuma medida seja tomada, todas as nações do mundo experimentarão um aumento nas taxas de diabetes nos próximos 30 anos. Estima-se que o número de pessoas afetadas mais do que duplique, chegando a aproximadamente 1,3 bilhão até o ano de 2050.
“Durante a gestação, alterações hormonais podem influenciar o uso e a regulação da insulina no corpo da mulher, levando ao desenvolvimento da doença. Embora seja uma condição temporária que geralmente se normaliza após o parto, é essencial controlar adequadamente a glicemia durante a gravidez”, explica a ginecologista e obstetra Patrícia Bezerra.
Além disso, a hiperglicemia durante a gestação também afeta os filhos dessas mulheres, aumentando os riscos de obesidade, síndrome metabólica e diabetes na vida futura. “O diabetes gestacional representa um problema relevante nos dias atuais, não apenas pelo risco de desfechos perinatais adversos, mas também pelo aumento de sua prevalência, acompanhando a epidemia de obesidade observada em diversos países”, destaca a médica.
Dessa forma, o diagnóstico precoce e o controle adequado da doença são fundamentais para garantir uma gestação saudável e minimizar os riscos associados. O acompanhamento médico regular, a adoção de uma alimentação equilibrada, com testes de glicemia regulares, prática de exercícios físicos e o cumprimento das orientações médicas são essenciais para o manejo do diabetes gestacional.
Um cuidado essencial na prevenção do diabetes gestacional é o acompanhamento nutricional adequado durante a gravidez. Uma dieta balanceada e saudável desempenha um papel crucial na manutenção dos níveis de glicose sanguínea nos parâmetros normais. “A ingestão de alimentos ricos em fibras, como frutas, legumes e grãos integrais, em quantidades adequadas, ajuda a regular os níveis glicêmicos”, orienta Tássia Morais, professora do curso de Nutrição da Estácio.
Além disso, a especialista destaca a importância de evitar o consumo excessivo de açúcar refinado, alimentos processados (com adição de açúcar) e ultraprocessados (industrializados). Este último grupo, além da adição de açúcares, contém muitos aditivos químicos, gordura saturada e trans, que podem levar ao aumento repentino da glicose no sangue e elevar o risco para outras condições, como as doenças cardiovasculares, o que pode ser mais um fator de risco para partos prematuros. “Optar por fontes saudáveis de proteínas, como peixes, aves, carnes magras, legumes e laticínios com baixo teor de gordura, é fundamental para garantir um desenvolvimento adequado do feto e manter a saúde materna”, acrescenta.
O controle do peso corporal durante a gestação também é fundamental, uma vez que ganho excessivo de peso também pode provocar alteração dos níveis de glicose sanguínea. Manter atividade física regular, sob orientação médica e de um profissional de Educação Física, também ajuda a controlar o ganho de peso e a melhorar a sensibilidade à insulina. Além disso, a prática de exercícios durante a gravidez contribui para o bem-estar geral da mãe e do bebê.
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