Dia do Gari: data homenageia agentes que contribuem para limpeza pública e bem-estar da população

O NOVO conta a história de Aldair da Silva, profissional que trabalha há mais de 10 anos como gari e ainda promove ações sociais e educativas em Natal

por: NOVO Notícias

Publicado 16 de maio de 2022 às 17:15

Dia do Gari: data homenageia agentes que contribuem para limpeza pública e bem-estar da população – Foto: Cedida

Nesta segunda-feira (16) é comemorado, em todo o Brasil, o dia do Gari – trabalhador que faz parte do dia a dia de toda população, responsável pela limpeza pública, desde o varrimento de ruas até a coleta de resíduos, lixo orgânico, lixo reciclável e bota-fora, limpeza das bocas de lobo, campinas e córregos.

De acordo com dados do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Asseio, Conservação, Higienização e Limpeza Urbana do RN (Sindlimp), no Rio Grande do Norte existem cerca de 10 mil agentes de limpeza. Somente Natal, Parnamirim e Mossoró somam quase 2.300 profissionais que, durante todo o ano, só param suas atividades hoje e no dia 1º de janeiro.

Prestes a completar 40 anos de idade, Aldair da Silva já trabalha há 13 como gari em Natal. Nesse tempo, ele já passou pelo setor de coleta domiciliar, de drenagem, e hoje atua no setor de coleta de pneus inservíveis. “Nós fazemos a coleta dos pneus e acondicionamos em um galpão que fica por trás do Mercado da Avenida 4, no Alecrim. Semanalmente vem uma carreta do estado da Bahia e nós fazemos o carregamento do veículo com os pneus que estão lá armazenados”, explicou.

Aldair encontra tempo para tocar em um grupo de pagode e dar palestras para crianças – Foto: Cedida

Além de atuar diariamente na limpeza da cidade, Aldair também faz questão de estudar e evoluir em outras áreas. “Eu terminei um curso técnico de enfermagem, fiz uma especialização em enfermagem do trabalho, outra em instrumentação cirúrgica, também fiz um curso de socorrista, e terminei, recentemente, um outro de bombeiro civil. Eu ainda cursei educação física até o quinto período, mas não consegui concluir por questões financeiras”, contou.

E não para por aí. Em meio a tantas obrigações, o agente de limpeza ainda encontra tempo para realizar atividades extras, como participar de ações sociais, educativas e ainda tocar em uma banda de pagode.

“Nós temos um projeto que se chama ‘Gari nas Escolas’, onde damos palestras para crianças da educação de base na área ambiental. Ensinamos a não jogar lixo na rua e também a separar o lixo. Então a criança leva essa orientação para dentro de casa, e isso gera um resultado muito bom a longo prazo. Também temos um projeto que já realizamos há 6 anos, o ‘Gari Noel’. Todo fim de ano a gente arrecada brinquedos junto à população e faz a entrega. E eu ainda sou músico. Participo de um grupo que se chama ‘Grupo Nação Brasileira’, onde tocamos samba de raiz. É uma outra forma de ganhar um dinheirinho, né?! E na Urbana também temos um grupo dos garis, o ‘Pagode da Limpeza’. Aí tocamos nas confraternizações da empresa”, disse Aldair.

Um dos maiores anseios dos garis, hoje, é a questão do piso salarial. Atualmente tramita no Senado um projeto de lei que determina um piso nacional para a categoria. “Se esse projeto fosse votado hoje, o nosso salário-base, que atualmente gira em torno de R$ 1.100 e R$ 1.300, estaria em torno de R$ 1.500 e R$ 1.800. Buscamos divulgar e orientar os demais colegas sobre esse projeto, que pra gente é tão importante”, destacou.

Sobre a profissão que exerce, Aldair contou que tem muito orgulho pois, além de trabalhar na limpeza pública, também promove a preservação do meio ambiente e o bem-estar da população.
“Temos muito orgulho da nossa profissão, porque é um ofício que serve à população de forma positiva. Não agimos apenas na limpeza das ruas, mas também na questão da saúde pública. Porque, quando a gente coleta o lixo domiciliar, está contribuindo para prevenir doenças que vêm por meio de vetores, como moscas e muriçocas. Eu acredito que, apesar de já estar enraizada, a nomenclatura, ‘gari’, deveria mudar. Deveria ser ‘agente de limpeza pública e ambiental’”, concluiu Aldair.

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