Economia

Desemprego cresce no RN no primeiro trimestre, aponta IBGE

A taxa de desocupados foi de 12,1% entre os meses de janeiro e março no Rio Grande do Norte

por: NOVO Notícias

Publicado 18 de maio de 2023 às 16:17

Foto: Dayvissom Melo/Novo Notícias

O Rio Grande do Norte registrou a segunda maior taxa de desemprego do Nordeste no primeiro trimestre de 2023. A taxa potiguar é a quarta de todo o país, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), que foi divulgada nesta quinta-feira (18) pelo IBGE.

A taxa de desocupados foi de 12,1% entre os meses de janeiro e março no Rio Grande do Norte, segundo a pesquisa. No mesmo período de 2022, o indíce foi de 9,9%. O registro potiguar ficou a atrás de Bahia (14,4%), Pernambuco (14,1%) e Amapá (12,2%), que tiveram as maiores taxas de todo o país em 2023. As menores foram de Rondônia (3,2%), Santa Catarina (3,8%) e Mato Grosso (4,5%).

Segundo o IBGE, este é o primeiro aumento da taxa de desocupação potiguar depois de uma série de três trimestres em queda. A elevação foi de 2,2 p.p. ante o quarto trimestre de 2022 (9,9%) e de 3,0 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2022 (14,1%). “Historicamente, esse aumento ocorre nos primeiros meses do ano, refletindo, por exemplo, o desligamento de empregados temporários contratados no fim do ano anterior, e uma maior pressão sobre o mercado de trabalho no período”, apontou o órgão, em nota enviada à imprensa

A taxa de desocupação no RN por sexo foi maior entre as mulheres (14,7%) do que entre homens (10,3%) neste primeiro trimestre do ano, estando ambas acima da média nacional para homens e mulheres que foram de 7,2% e 10,8%, respectivamente. No recorte por cor ou raça, a taxa de desocupação no estado potiguar foi de 13,4% para os pardos, 11,1% para brancos e 8,8% para os pretos.

As taxas de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (15%) e nível superior incompleto (14,9%) foram maiores que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com ensino médio completo, a taxa foi de 13,6%, maior 5,9 p.p. que a verificada para o nível superior completo (7,7%).

São consideradas desocupadas as pessoas que estavam sem trabalho e que tomaram alguma providência para conseguir emprego, como entregar currículo, atender a entrevistas de emprego, inscrever-se em concurso, entre outras atitudes. Essas pessoas estavam disponíveis para assumir o posto de trabalho naquela semana caso o tivessem encontrado, porém não obtiveram êxito.

Em números absolutos, no primeiro trimestre de 2023, das 2,2 milhões de pessoas que procuravam trabalho durante dois anos ou mais no país, 48 mil destas estavam no Rio Grande do Norte. No último trimestre de 2022, eram 32 mil pessoas na busca por trabalho por dois anos ou mais. Frente ao 1º trimestre do ano anterior, esse número era de 47 mil pessoas no estado.

Em dados gerais, dos 2,9 milhões de potiguares com 14 anos de idade ou mais, 1,3 milhão está ocupado. Isso significa que o nível de ocupação no Rio Grande do Norte atualmente é de 44,8%, uma queda de 3,0 p.p. em relação ao trimestre anterior (47,8%). Este indicador é a proporção de pessoas ocupadas em relação à população em idade laboral (14 anos ou mais).

Brasil

De acordo com o IBGE, taxa de desocupação do país no primeiro trimestre de 2023 foi de 8,8%, aumentando 0,9 ponto percentual (p.p.) ante o quarto trimestre de 2022 (7,9%) e caindo 2,4 p.p. frente ao mesmo trimestre de 2022 (11,1%). Em relação ao trimestre anterior, a taxa de desocupação aumentou em 16 das 27 Unidades da Federação, mantendo-se estável nas outras 11.

A taxa de desocupação por sexo foi de 7,2% para os homens e 10,8% para as mulheres no primeiro trimestre de 2023. Já a taxa de desocupação por cor ou raça ficou abaixo da média nacional (8,8%) para os brancos (6,8%) e acima para os pretos (11,3%) e pardos (10,1%).

A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto (15,2%) foi maior que as dos demais níveis de instrução analisados. Para as pessoas com nível superior incompleto, a taxa foi de 9,2%, mais que o dobro da verificada para o nível superior completo (4,5%).

Subutilização da força de trabalho

No terceiro trimestre de 2022, a taxa composta de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) foi de 18,9%. Piauí (39,6%) teve a maior taxa, seguido por Sergipe (33,4%) e Bahia (32,9%). As menores taxas de subutilização ficaram com Santa Catarina (6,4%), Rondônia (6,7%) e Mato Grosso (9,4%).

No primeiro trimestre de 2023, havia 2,2 milhões de pessoas que procuravam trabalho durante dois anos ou mais. Esse contingente se reduziu em 35,3% frente ao primeiro trimestre de 2022, quando 3,5 milhões de pessoas buscavam trabalho por dois anos ou mais.

O percentual de desalentados (frente à população na força de trabalho ou desalentada) no primeiro tri de 2023 foi de 3,5%. Maranhão (14,3%), Alagoas (13,4%) e Piauí (13,0%) tinham os maiores percentuais de desalentados enquanto os menores estavam em Santa Catarina (0,3%), Rondônia (0,6%) e Mato Grosso do Sul (0,7%).

O percentual de empregados com carteira assinada no setor privado foi de 74,1%. Os maiores percentuais de empregados com carteira estavam em Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%) e os menores, no Maranhão (50,8%), Pará (51,2%) e Piauí (51,7%).

O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 25,8%. Os maiores percentuais eram de Rondônia (37,3%), Amazonas (32,5%) e Amapá (32,3%) e os menores, do Distrito Federal (20,7%), Tocantins (21,3%) e Mato Grosso do Sul (22,3%).

Taxa de informalidade

A taxa de informalidade para o Brasil foi de 39,0% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%) e as menores, com Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).

O rendimento médio real mensal habitual foi de R$ 2.880, ficando estável frente ao quarto trimestre de 2022 (R$ 2.861) e crescendo ante o mesmo trimestre de 2022 (R$ 2.682). No trimestre, todas as regiões apresentaram estabilidade, com exceção do Nordeste (R$ 1.979), onde houve aumento. Na comparação anual, houve expansão em todas as regiões.

Taxa de desocupação, por UF, frente ao
trimestre anterior (%) – 1° trimestre de 2023

UF 4T 2022 1T 2023 situação
Pernambuco 12,3 14,1
Rio Grande do Norte 9,9 12,1
Distrito Federal 10,3 12,0
Piauí 9,5 11,1
Alagoas 9,3 10,6
Maranhão 8,3 9,9
Pará 8,2 9,8
Ceará 7,8 9,6
Brasil 7,9 8,8
São Paulo 7,7 8,5
Tocantins 5,2 6,9
Roraima 4,6 6,8
Minas Gerais 5,8 6,8
Rio Grande do Sul 4,6 5,4
Mato Grosso do Sul 3,3 4,8
Mato Grosso 3,5 4,5
Santa Catarina 3,2 3,8
Bahia 13,5 14,4
Amapá 13,3 12,2
Sergipe 11,9 11,9
Rio de Janeiro 11,4 11,6
Paraíba 10,3 11,1
Amazonas 10,0 10,5
Acre 10,0 9,8
Espírito Santo 7,2 7,0
Goiás 6,6 6,7
Paraná 5,1 5,4
Rondônia 3,1 3,2

 

Piauí tem a maior taxa de subutilização (39,6%) e Santa Catarina, a menor (6,4%)

No 1° trimestre de 2023, a taxa composta de subutilização da força de trabalho foi de 18,9%. O Piauí (39,6%) teve a maior taxa, seguido por Sergipe (33,4%) e Bahia (32,9%). Já as menores taxas ficaram com Santa Catarina (6,4%), Rondônia (6,7%) e Mato Grosso (9,4%).

Taxa composta de subutilização da força de trabalho por UF (%) – 1° trimestre de 2023
 

Rondônia tem a maior proporção de conta própria (37,3%) e DF a menor (20,7%)

O percentual da população ocupada do país trabalhando por conta própria foi de 25,8%. Os maiores percentuais foram de Rondônia (37,3%), Amazonas (32,5%) e Amapá (32,3%) e os menores, do Distrito Federal (20,7%), Tocantins (21,3%) e Mato Grosso do Sul (22,3%).

Percentual de pessoas ocupadas como
conta própria, por UF (%) – 1° trimestre 2023

UF Valor
Distrito Federal 20,7
Tocantins 21,3
Mato Grosso do Sul 22,3
Sergipe 22,7
Goiás 22,9
Paraná 23,0
São Paulo 23,5
Minas Gerais 24,1
Santa Catarina 24,4
Alagoas 24,5
Rio Grande do Sul 24,8
Espírito Santo 25,6
Brasil 25,8
Mato Grosso 26,2
Roraima 26,7
Rio de Janeiro 27,0
Rio Grande do Norte 27,1
Acre 28,0
Piauí 28,0
Ceará 28,9
Paraíba 29,3
Bahia 29,4
Pernambuco 30,4
Maranhão 31,5
Pará 31,7
Amapá 32,3
Amazonas 32,5
Rondônia 37,3

 

Menor percentual de trabalhadores com carteira é do MA (50,8%) e o maior, de SC (88,2%)

No 1º trimestre de 2023, 74,1% dos empregados do setor privado do país tinham carteira de trabalho assinada. As regiões Nordeste (58,9%) e Norte (57,6 %) apresentaram as menores taxas. Entre os trabalhadores domésticos, 26,1% tinham carteira de trabalho assinada no país. No mesmo trimestre do ano passado, essa proporção havia sido de 25,0%.

Dentre as Unidades da Federação, os maiores percentuais de empregados com carteira assinada no setor privado estavam em Santa Catarina (88,2%), Rio Grande do Sul (82,2%) e São Paulo (81,1%) e os menores, no Maranhão (50,8%), Pará (51,2%) e Piauí (51,7%).

Percentual de empregados COM carteira entre os empregados
do setor privado, por UFs (%) – 1º trimestre 2023

UF Valor
Maranhão 50,8
Pará 51,2
Piauí 51,7
Tocantins 53,5
Sergipe 56,5
Ceará 56,9
Bahia 57,4
Paraíba 58,6
Roraima 60,2
Alagoas 61,9
Amazonas 63,9
Rio Grande do Norte 64,2
Pernambuco 67,6
Acre 67,9
Amapá 69,8
Rondônia 72,4
Goiás 73,4
Espírito Santo 74,1
Brasil 74,1
Minas Gerais 75,6
Mato Grosso do Sul 76,4
Rio de Janeiro 77,8
Distrito Federal 78,1
Mato Grosso 79,0
Paraná 80,4
São Paulo 81,1
Rio Grande do Sul 82,2
Santa Catarina 88,2

 

Frente ao trimestre anterior, rendimento cresce apenas no Nordeste

O rendimento médio real mensal habitual foi estimado em R$ 2.880, ficando estável frente ao 4º tri de 2022 (R$ 2.861) e crescendo ante o mesmo trimestre de 2022 (R$ 2.682). Em relação ao 4º trimestre de 2022, o Nordeste (R$ 1.979) foi a única região com alta estatisticamente significativa do rendimento, enquanto as demais permaneceram estáveis. Em relação ao 1º trimestre de 2022, houve crescimento do rendimento médio em todas as regiões.

A massa de rendimento médio mensal real de todos os trabalhos, habitualmente recebido foi estimada em R$ 277,2 bilhões, com estabilidade ante o trimestre anterior (R$ 279,5 bilhões). Frente ao 1º trimestre de 2022 (R$ 250,2 bilhões), houve expansão da massa de rendimento.

Pará tem a maior taxa de informalidade (59,6%) e SC, a menor (26,1%)

A taxa de informalidade para o Brasil foi de 39,0% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Pará (59,6%), Amazonas (57,2%) e Maranhão (56,5%) e as menores, com Santa Catarina (26,1%), Distrito Federal (30,3%) e São Paulo (30,6%).

Para o cálculo da proxy de taxa de informalidade da população ocupada são consideradas as seguintes populações: Empregado no setor privado sem carteira de trabalho assinada; Empregado doméstico sem carteira de trabalho assinada; Empregador sem registro no CNPJ; Trabalhador por conta própria sem registro no CNPJ; e Trabalhador familiar auxiliar.

Taxa de informalidade da população ocupada,
por UFs (%) – 1º trimestre de 2023

UF Valor
Pará 59,6
Amazonas 57,2
Maranhão 56,5
Bahia 53,7
Ceará 52,7
Piauí 52,5
Sergipe 51,0
Paraíba 50,0
Pernambuco 48,9
Rondônia 48,2
Roraima 48,1
Amapá 46,6
Rio Grande do Norte 45,9
Alagoas 45,4
Tocantins 45,3
Acre 45,1
Brasil 39,0
Espírito Santo 38,7
Goiás 37,2
Minas Gerais 37,1
Rio de Janeiro 36,5
Mato Grosso 35,7
Mato Grosso do Sul 34,3
Rio Grande do Sul 32,0
Paraná 31,7
São Paulo 30,6
Distrito Federal 30,3
Santa Catarina 26,1

Desocupação recua em todas as faixas de tempo de procura

No primeiro trimestre de 2023, os contingentes de todas as faixas de tempo de procura por trabalho mostraram reduções percentuais, como mostra a tabela abaixo. No primeiro trimestre de 2023, 2,2 milhões de pessoas procuravam trabalho por dois anos ou mais. Esse contingente caiu 35,3% frente ao primeiro trimestre de 2022, quando havia 3,5 milhões de pessoas nessa faixa. No entanto, em relação ao início da série histórica, no primeiro trimestre de 2012, o total de pessoas buscando trabalho por dois anos ou mais cresceu 27,4%.

Tempo de procura de trabalho 1º Trimestre
2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020 2021 2022 2023
Menos de 1 mês 1 137 1 163 1 026 1 037 1 299 1 773 2 046 2 164 2 371 1 866 2 060 1 970
De 1 mês a menos de 1 ano 3 767 4 242 3 762 4 369 5 906 7 076 6 488 6 206 6 018 7 206 4 879 4 242
De 1 ano a menos de 2 anos 990 1 056 1 035 1 259 2 037 2 569 2 288 1 920 1 647 2 600 1 546 979
2 anos ou mais 1 759 1 405 1 318 1 380 2 039 2 887 3 051 3 361 3 112 3 585 3 463 2 241
Tempo de procura de trabalho Variação percentual
2013/
2012
2014/
2013
2015/
2014
2016/
2015
2017/
2016
2018/
2017
2019/
2018
2020/
2019
2021/
2020
2022/
2021
2023/
2022
2023/
2012
Menos de 1 mês 2,3 -11,8 1,1 25,3 36,5 15,4 5,8 9,6 -21,3 10,4 -4,4 73,3
De 1 mês a menos de 1 ano 12,6 -11,3 16,1 35,2 19,8 -8,3 -4,3 -3,0 19,7 -32,3 -13,1 12,6
De 1 ano a menos de 2 anos 6,7 -2,0 21,6 61,8 26,1 -10,9 -16,1 -14,2 57,9 -40,5 -36,7 -1,1
2 anos ou mais -20,1 -6,2 4,7 47,8 41,6 5,7 10,2 -7,4 15,2 -3,4 -35,3 27,4
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