Um dos setores da administração pública que mais é acessado pela população é o da saúde. A área é também uma das mais cobradas por uma grande parcela da sociedade, sejam especialistas no assunto ou apenas usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) que anseiam por um serviço melhor e mais completo. Essa percepção não é diferente no Governo do Estado do Rio Grande do Norte, que tem na saúde pública uma das áreas mais questionadas.
Em meio aos desafios, o presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Norte, o médico Marcos Jácome, destaca a atuação no fortalecimento da rede. “A abertura de leitos de UTIs avançou muito nos últimos anos e até se aproxima do que é considerado ideal. Partimos de uma condição de completa insuficiência, há alguns anos, para o nível atual”, diz o presidente do Cremern.
Contudo, Marcos Jácome aponta para uma grande dificuldade a ser encarada pela gestão: a qualificação profissional insuficiente. “Existem algumas áreas que não possuem, ainda, a quantidade ideal de profissionais qualificados para prestar a assistência necessária à nossa população, como por exemplo: profissionais de terapia intensiva, notadamente, na área neonatal”.
O médico Marcos Jácome acredita que viabilizar a assistência básica para toda a população é o maior desafio da saúde pública hoje, aliada ao incentivo à vacinação e a ampla oferta de exames com o intuito de promover diagnóstico precoce.
Em uma linha parecida pensa também a assistente social Rosália Fernandes, coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN (Sindsaúde). “O principal desafio da saúde pública para os próximos anos é exatamente garantir um atendimento digno e decente para a população, principalmente para a população pobre que é quem sofre”, diz Rosália Fernandes, que completa apontado o caminho para superar o desafio: “Isso só vai ser possível investindo no SUS”.
Para a coordenadora do Sindsaúde-RN, o investimento feito em saúde por meio de terceirização é um problema que precisa ser sanado. “Revolucionar a saúde pública do RN só pode acontecer com investimento pensado única e exclusivamente no SUS, acabando com os desvios que existem através da terceirização e da privatização”, diz Rosália Fernandes.
Com relação ao problema apontado por Rosália, a Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) do Rio Grande do Norte prevê a manutenção da política de terceirização do serviço. O titular da pasta, o médico Cipriano Maia, aponta que a gestão tem priorizado a efetivação de concursados e valorização dos profissionais que já estão no quadro da Secretaria, no entanto, o serviço ainda irá contar com a colaboração de não efetivos.
“Nessa nova gestão o Governo do Estado vai dar continuidade ao processo de valorização, contratando serviços terceirizados dentro daquilo que a legislação prevê, mas buscando a máxima racionalidade do ponto de vista econômico para que a gente garanta melhor assistência com o menor custo”, diz o secretário Cipriano Maia.
Os investimentos no setor para a próxima gestão já começaram a ser anunciados. Há poucos dias a governadora reeleita Fátima Bezerra (PT) noticiou que o RN ganhará um novo hospital de urgência e emergência. O NOVO buscou mais informações sobre essa nova unidade, que ainda não tem um local definido para ser instalada.
O secretário estadual de saúde, Cipriano Maia, revelou que já há um esboço do projeto, pensado há algum tempo e que passará por uma atualização nos próximos dias. “Nós vamos atualizar essa discussão no contexto, inclusive, da rede hospitalar existente na Região Metropolitana e daquela que está projetada para os próximos dias, porque São Gonçalo do Amarante tem um hospital em construção, o município de Natal tem um hospital em construção, o estado já tem cinco hospitais na Região Metropolitana e nós vamos repensar este hospital com toda modernidade que a tecnologia médica hoje traz, além de atender todas as exigências da normatividade sanitária que a Anvisa preconiza, e também dos processos de gestão do cuidado e da clínica”, diz o gestor da Secretaria de Estado da Saúde Pública do RN (Sesap), que garante que “não é só um novo prédio é uma nova concepção da organização da atenção hospitalar”.
Para um equipamento de tamanho porte, a localização também deve ser planejada com cuidado, é o que garante Cipriano ao falar sobre a parceria com grandes hospitais do país. “Estamos buscando incorporar saberes e tecnologias em parceria com grandes hospitais que têm apoiado o estado nessa gestão, como o Sírio-Libanês, o Albert Einstein, o Hospital Oswaldo Cruz e outros hospitais de referência. Isso é importante para que a gente realmente tenha um hospital moderno inserido na rede, localizado em uma área geográfica da região metropolitana mais acessível ao fluxo de veículos e com equipamentos e pessoal qualificados, como temos hoje no Hospital Walfredo Gurgel para o atendimento na urgência e emergência”.
Para dimensionar a capacidade e as especialidades que devem ser ofertadas pelo novo equipamento, a gestão deve primeiro fazer uma análise da rede hospitalar já existente na Região Metropolitana, para evitar replicação de atividades, mas o secretário Cipriano Maia garante que o novo hospital será maior que o Walfredo Gurgel, que é o hoje a principal unidade de urgência e emergência do estado.
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