Estimular o restauro, a preservação e a divulgação da identidade popular registrada no patrimônio cultural material e imaterial construído pela sociedade por meio da educação. Esse foi o objetivo da primeira edição do FOLKEDUCA, realizado nesta segunda-feira, 22 de agosto, pela Comissão Norte-rio-grandense de Folclore e o Ludovicus – Instituto Câmara Cascudo, em comemoração ao Dia Nacional do Folclore.
Celebrado no país desde 1965, para ressaltar a importância das manifestações culturais, o Dia do Folclore é, de acordo com a presidente do Instituto Ludovicus, que sediou o evento, Daliana Cascudo, uma oportunidade para entendermos o folclore como expressão da cultura popular e dos usos e costumes que nos constituem enquanto seres humanos.
Neta de Luís da Câmara Cascudo, referência quando o assunto são as tradições populares, Daliana cita o historiador que, em 1979, em uma conversa com a então secretária de educação e cultura do estado de São Paulo, Maria Luiza de Melo, definiu o folclore como a “ciência do povo, saber popular, conhecimento das causas e efeitos e sua permanência, defendida pelo uso e transmitida pela reminiscência funcional. É um saber de experiência feito como união. O povo imagina que cada coisa tenha sua história. É o que sabe sem aprender.”
Esta é, segundo Daliana Cascudo, uma definição que expõe o amadurecimento de Cascudo diante da amplitude do conceito de folclore e demonstra que “enquanto tiver um ser humano, tem folclore.”
Porém, a preocupação com a falta de preservação do patrimônio material é uma realidade que se revela nos prédios e monumentos que sofrem com a depredação e a falta de manutenção em todo o Estado. Esse sentimento, expresso pelos participantes do evento, teve destaque na fala do Mestre dos Congos de Combate do RN, Gláucio Teixeira. “O abandono dos prédios históricos revela a necessidade da educação patrimonial, porque ela também conta a nossa história. Precisamos provocar o poder público sobre o dever de garantir essa preservação”, destacou.
A primeira edição do FOLKEDUCA foi aberta com uma mesa-redonda que teve como tema “Cultura que educa”, com os presidentes da comissões nacional e norte-rio-grandense de Folclore, Severino Vicente e Gutenberg Costa, respectivamente, Daliana Cascudo e Gláucio Teixeira. A programação incluiu apresentações culturais, lançamentos de cordel, com a participação de diretores, professores, coordenadores, orientadores e auxiliares de escolas públicas e privadas do Estado.
O livro de Luís da Câmara Cascudo, intitulado “História da alimentação no Brasil”, é a base da série homônima, disponível no Amazon Prime, que apresenta o registro das tradições e práticas da culinária brasileira que resultam da miscigenação entre as cozinhas indígena, africana e portuguesa. Os 13 episódios que integram a série foram dirigidos por Eugênio Puppo.
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