O cenário partidário do Rio Grande do Norte sempre se deparou com legendas que se transformam em abrigos para políticos que almejam uma conveniência insipiente e momentânea.
Já vimos o PP passar por esse movimento, PSB, PMN e mais recentemente o PSD. Assim como crescem por circunstancialmente, eles se deterioram a cada aproximação de novas eleições e escolhas de caminhos diferentes por seus integrantes.
O mais recente “ninho” que passou por um crescimento substancial e que agora corre o risco de rachar é o do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). Nos últimos meses foi aberta uma cizânia provocada, principalmente, pelas discussões envolvendo as eleições de 2022 entre os tucanos potiguares.
Um dos principais atores no processo de fratura partidária é o deputado estadual Tomba Faria, que tem pretensões de lançar a própria candidatura para o governo estadual. O sonho do ex-prefeito de Santa Cruz, no Agreste potiguar, de disputar as eleições ainda não encontrou consenso na legenda.
Ele é um articulador do requerimento de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte (ALRN). O intuito é investigar os gastos do Governo Estadual na pandemia.
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A CPI é vista, por integrantes da bancada da situação, como uma espécie de “termômetro” para a disputa eleitoral. Caso seja instalada, a comissão pode elevar a temperatura contra a governadora – faltando pouco mais de um ano para as eleições do próximo.
É apostando nisso que Tomba Farias, que disse que não pretende participar da comissão, almeja disputar a cadeira de governador. Embora Tomba já fale abertamente sobre esse desejo, o PSDB, partido ao qual é filiado, ainda não oficializou um nome e, segundo o deputado estadual Raimundo Fernandes, ainda não houve qualquer discussão sobre quem irá disputar a vaga.
Para Fernandes, não basta apenas o desejo de concorrer ou ser escolhido pelo partido, para ele “é preciso ser cotado pelo povo”. Segundo uma pesquisa feita pelo Instituto Agora Sei, publicada ainda no início de maio, Tomba Farias tem 4,7% das intenções de voto para o governo estadual.
As diferenças dentro do PSDB ainda ganharam novo fôlego com um movimento nacional que desagradou o tucanato potiguar. De acordo com o deputado José Dias, “muitos filiados devem sair [do partido]. Eu sou um deles”.
Segundo ele, a aproximação de Fernando Henrique Cardoso com o ex-presidente Lula desagradou boa parte da sigla. Adversários históricos, FHC e Lula almoçaram juntos no dia 12 de maio, na casa do ex-ministro Nelson Jobim. Dias depois, Fernando Henrique afirmou que num possível segundo turno em 2022 ele votaria “até em Lula”. A declaração não foi bem recebida.
O presidente nacional do partido, Bruno Araújo, assinou uma nota demonstrando preocupação que o encontro pudesse enfraquecer um possível candidato do PSDB à presidência.
“Esse encontro ajuda a derrotar Bolsonaro, mas não faz bem a um potencial candidato do PSDB. Nossa característica é saber dialogar, inclusive com adversários políticos. De toda forma, precisamos evitar sinais trocados aos nossos eleitores.
O partido segue firme na construção de uma candidatura distante dos extremos que se estabeleceram na democracia brasileira”, escreveu Araújo.
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