Daniela Freire, jornalista
não há quem seja contra a engorda de Ponta Negra, há quem cobre que a obra seja feita corretamente e de forma sustentável no que diz respeito ao meio ambiente! Isso é que é ser a favor do natalense
Publicado 10 de fevereiro de 2025 às 16:15
A deputada Natália Bonavides causou nas redes sociais ao debochar, de forma inteligente, da ausência do prefeito Paulinho Freire em Natal durante momento de crise, quando cidade e a engorda de Ponta Negra estavam debaixo d’água, para curtir uma festa privada em São Paulo. O detalhe está na camiseta da parlamentar, com o refrão da música “Manias de Você”, da banda Raça Negra. É que a festa da qual participaram às escondidas o prefeito e a esposa secretária de Trabalho e Ação Social, Nina Souza, era a comemoração de aniversário do vocalista da banda, Luiz Carlos. Na legenda da publicação, Natália ainda ironizou. “Sextando depois de uma semana de muito trabalho”.
Sem freio
É escandaloso como o secretário Thiago Mesquita (Semsur) continua a culpar quem não tem culpa pelos problemas que a obra mal feita da engorda de Ponta Negra tem apresentado. São meias verdades e muita desinformação que ele leva a emissoras de rádio e TV tentando enganar a população, sem que seja questionado, na maioria das vezes.
Cadeado nele
Thiago Mesquita já culpou, sem apresentar dados técnicos ou explicações precisas, o Idema e a Caern pelas falhas na engorda. Foi desmentido pelos fatos todas as vezes. Mas agora o secretário se superou, ao culpar “escavações manuais” pela enorme cratera (voçoroca) que se abriu próximo ao Morro do Careca na semana passada, após chuvas, levando parte da engorda embora. É um vexame atrás do outro. Já tem aliado pedindo para passar um cadeado na boca do auxiliar.
Sem vergonha
Para completar o cenário de desinformação, os apoiadores dos prefeitos (Álvaro e Paulinho) da ‘desgorda’ de Ponta Negra, na política e na imprensa, buscam criminalizar as críticas aos notórios problemas da obra. Para esse pessoal, alertar a população que o serviço de mais de R$ 100 milhões tem graves problemas, que foi feito às pressas, de forma eleitoreira, sem fiscalização, sem cumprir todos os requisitos ambientais e com jazida sem licença é ser contra Natal! Percebe a distorção (proposital)?
Reforço
Aliás, é preciso sempre repetir: não há quem seja contra a engorda de Ponta Negra, há quem cobre que a obra seja feita corretamente e de forma sustentável no que diz respeito ao meio ambiente! Isso é que é ser a favor do natalense! A população não merece serviço mal feito em uma obra do porte da engorda. Cobrar que tudo seja feito da melhor forma não é ser a favor de Natal. O resto é discurso barato e enganador.
A distorção
A propósito, a narrativa do momento para tentar tirar a culpa dos malfeitos da Prefeitura na obra da engorda é dizer que é culpa da Caern que o esgoto tenha tomado conta dos alagamentos da engorda. No entanto, os esgotos que escorrem por Ponta Negra são resultado da clandestinidade. Quem tem que fiscalizar esses esgotos clandestinos? A Prefeitura de Natal.
Ironia
Esta colunista ouviu em uma roda de conversa e anotou: “Gente que usa concessão pública em Natal, há anos, para fazer politicagem, mentir e distorcer informações agora está incomodada com quem mostra para a população – de forma didática, irônica e divertida – a desfaçatez desse pessoal. É como disse um colega observador da cena: ‘É gente que quer o monopólio da notícia, da opinião e do ataque’. É o mesmo pessoal que faz militância descarada para a direita e extrema-direita potiguar – financiado pelos políticos desse espectro e usando dinheiro público das concessões – e quer criminalizar a militância de esquerda”.
Era pior com Bolsonaro
A extrema-direita brasileira foi novamente reduzida ao que é quando se trata do debate público: uma máquina de mentiras e distorções. A pauta da vez foi o preço dos alimentos. Sim, estão caros, mas não tanto quanto estavam no governo Bolsonaro. Aí fica muito fácil escancarar a hipocrisia dessa gente, que chegou ao ridículo de usar um boné afirmando que na gestão de Bolsonaro a comida era mais barata. Basta levantar um comparativo da inflação dos alimentos na gestão extremista e na atual. E o bolsonarismo saiu desmoralizado pela realidade, escancarada pela imprensa e pelas redes sociais.
Dados concretos
O slogan do boné bolsonarista virou zombaria por contradizer os preços dos alimentos registrados nos últimos quatro anos de Bolsonaro. De 2019 a 2022, o aumento do preço da comida no país superou a média geral da inflação em 3 dos 4 anos e nunca ficou abaixo dos 6%. No último ano sob Bolsonaro, chegou a quase 12%. Em 2020, ano da declaração da pandemia mundial de Covid-19, o indicador superou 14%. Já no primeiro ano de Lula (PT), o IPCA e o INPC de alimentos e bebidas fecharam em 1,03% e 0,33%, abaixo dos indicadores gerais da inflação. Em 2024, o preço dos alimentos voltou a subir, com IPCA de 7,69% e INPC de 7,6%.
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