Na mesma entrevista, o presidente Lula defendeu que a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IPRF) seja ainda maior do que a dos R$ 5 mil
Publicado 11 de outubro de 2024 às 16:30
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta-feira, 11, que o crime organizado tem envolvimento com futebol, política e até com o Judiciário. Ele deu a declaração em entrevista à rádio O Povo/CBN, em Fortaleza (CE).
“O crime organizado hoje é uma empresa multinacional. Eles estão envolvidos em tudo quanto é área. No futebol, na política, no Poder Judiciário, estão envolvidos em tudo. Agora, sim, os Estados estão compreendendo que é preciso pactuar uma nova política de segurança pública para o Pais com uma participação do governo federal muito forte”, declarou Lula.
O presidente repetiu que pretende convidar todos os governadores para discutir o assunto. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, prepara uma proposta de emenda à Constituição que deve aumentar as responsabilidades do governo federal na segurança pública.
Lula voltou a criticar a gestão anterior, de Jair Bolsonaro, por sua política armamentista. “Quando se liberou a quantidade de armas que se liberou nesse País, quem comprou armas? O crime organizado”, disse o petista.
Assista a entrevista abaixo:
Na mesma entrevista, o presidente Lula defendeu que a faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IPRF) seja ainda maior do que a dos R$ 5 mil prometidos para seu governo durante a campanha presidencial. Segundo Lula, a ampliação dessa faixa vai muito além de um compromisso de campanha. “É um compromisso de justiça”, disse o presidente ao afirmar que isso será possível a partir da taxação dos super ricos.
“Você não pode fazer com que as pessoas que ganham R$ 5 mil paguem imposto de renda, enquanto quem tem ações da Petrobras e recebe R$ 45 bilhões de dividendos não pague imposto de renda”, disse o presidente durante entrevista à Rádio O Povo, em Fortaleza.
Entre os argumentos apresentados pelo presidente está o fato de os trabalhadores pagarem proporcionalmente mais impostos do que os ricos. Ele, no entanto, frisou que este é um debate que tem de ser feito de forma transparente e aberta ao público, e que as pessoas têm de saber quem paga o que, e quanto se paga em impostos.
“É isso o que falta nesse país”, disse o presidente. “Não se pode cobrar 27% ou 15% de um trabalhador que ganha R$ 4 mil, e deixar os caras que recebem [muito mais], sem pagar. O que queremos é isentar aquelas pessoas [que ganham] até R$ 5 mil e, no futuro, isentar mais porque, na minha cabeça, salário não é renda. Renda quem tem é o cara que vive de especulação”, acrescentou.
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