Polícia

Criança de um ano morre baleada enquanto cortava cabelo no Rio

Os atiradores fugiram. A polícia acredita que o crime esteja relacionado a grupos milicianos

por: NOVO Notícias

Publicado 29 de outubro de 2021 às 07:15

Foto: Lucas Lourenço/Facebook/Reprodução)

Uma criança de um ano e meio morreu atingida no abdômen por uma bala perdida enquanto cortava o cabelo, acompanhada pela mãe, em uma barbearia em Mesquita, na Baixada Fluminense, na tarde da segunda-feira, 25. Um adolescente e um adulto, que seriam os alvos dos criminosos, também foram mortos.

Os atiradores fugiram. A polícia acredita que o crime esteja relacionado a grupos milicianos.

Às 12h40, um carro vermelho parou em frente a uma casa na rua Antônio Borges, no bairro Jacutinga. Um homem com o rosto coberto por uma balaclava (touca que cobre todo o rosto, deixando apenas os olhos livres) desembarcou e atirou contra Renan Felipe Batista Nunes, de 17 anos, que morreu na hora.

O atirador entrou no carro, que seguiu para a rua Maurícia Borges, a poucos metros da outra. Ali, uma pessoa – provavelmente o mesmo criminoso – desembarcou e começou a atirar na direção de Ruan Batista de Souza, de 24 anos. Souza tentou fugir e entrou em uma barbearia, onde uma mulher estava com seus dois filhos. Mário Neto Ferreira Lourenço, que cortava o cabelo, e seu irmão Theo Emanuel Ferreira Lourenço, de 3 anos, foram atingidos. Os três foram levados ao Hospital Geral de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Atingido por vários disparos, Souza morreu logo após entrar na unidade de saúde. Mário chegou a ser submetido a cirurgia, mas também morreu, ferido no abdômen. Theo foi atingido de raspão no tornozelo e já recebeu alta, mas está muito assustado. “O Theo não está comendo nem dormindo, e fala o tempo todinho que mataram o irmão dele”, contou Ivanildo Pinheiro, tio das duas crianças.

O pai delas, Lucas Lourenço, que é separado da mãe, publicou nas redes sociais um texto lamentando a morte do filho: “Hoje foi meu filho perdeu a vida cortando cabelo no salão, vítima da violência do Estado do Rio de Janeiro. Até quando vamos perder entes queridos? Um ano e seis meses, meu príncipe. Senhor, misericórdia. Muita dor na minha alma”.

A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso e suspeita da ação de milicianos. No local do crime foram apreendidos estojos de munição para pistolas de calibres ponto 380 e 9 mm.

QUARTO CASO

Mário foi a quarta criança a morrer, este ano, vítima de balas perdidas na Região Metropolitana do Rio. A primeira foi Alice Pamplona, de 5 anos. Nos primeiros minutos de 1º de janeiro, ela estava no colo da mãe, no Rio Comprido (zona norte do Rio), vendo um espetáculo de queima de fogos pelo Réveillon, quando foi baleada e morreu.

Em 2 de fevereiro, Ana Clara Machado, de 5 anos, estava brincando na porta de casa, na favela Monan Pequeno, no bairro Pendotiba, em Niterói (Região Metropolitana), quando foi baleada

E em 17 de abril Kaio Guilherme da Silva Baraúna, de 8 anos, foi atingido por um tiro na cabeça durante uma festa em sua casa, na Vila Aliança, em Bangu (zona oeste do Rio). Ele morreu depois de passar oito dias internado.

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