O guarda municipal Marcelo Arruda foi sepultado na tarde desta segunda-feira (11) no Cemitério do Jardim São Paulo, em Foz do Iguaçu (PR), com uma grande comoção de familiares e amigos. O corpo foi levado em cortejo pelo centro da cidade em um carro da Guarda Municipal. Arruda atuou na corporação por 28 anos.
Arruda era filiado ao PT, tesoureiro e foi candidato a vice-prefeito da cidade paranaense em 2020. De acordo com boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil, ele foi morto a tiros durante sua festa de aniversário de 50 anos por Jorge José da Rocha Guaranho, agente penitenciário federal e apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL). A comemoração foi interrompida por Guaranho que, segundo testemunhas, teria gritado “aqui é Bolsonaro”, antes de começar a atirar.
Conforme o registro policial, Guaranho efetuou os dois primeiros disparos, acertando a vítima. Imagens de uma câmera de segurança mostram quando Arruda, mesmo ferido e já caído, dispara contra o agente penitenciário. Guaranho, que teve a prisão preventiva decretada, está internado em estado grave, sedado e intubado, no Hospital Municipal da cidade.
A Polícia Civil do Paraná investiga se a motivação do crime foi intolerância política. Uma das principais linhas de investigação é tentar descobrir o que levou o agente penal até o local da festa. O que se sabe até o momento é que o atirador é um dos diretores da associação que sediou o evento, a Associação Recreativa Esportiva Segurança Física de Itaipu (Aresf).
Segundo o irmão de Arruda, Luiz Doniseti Arruda, que também um dos sócios fundadores da associação, o acesso em tempo real pelo celular às imagens das câmeras de segurança pode ser um dos motivos de Guaranho ter o conhecimento da decoração com temática petista, na festa de aniversário de 50 anos de Marcelo Arruda.
De acordo com ele, integrantes da diretoria da Aresf possuem acesso 24 horas por dia das imagens, através de aplicativo de celular. “O Marcelo até tentou outros lugares (para realizar a festa), mas estavam ocupados e então ele me pediu se conseguiria na Aresf. Como a agenda estava disponível, contratei o espaço, já que o valor é diferenciado para sócios. E esse cidadão não era conhecido de ninguém que estava no local”, afirmou Luiz após o funeral.
“A nossa associação tem um circuito de monitoramento e esse monitoramento é compartilhado com pessoas o da diretoria. E esse cidadão que compareceu no aniversário do meu irmão e fez essa barbárie, ele faz parte da diretoria e essas pessoas têm, pelo celular, a possibilidade de monitorar as imagens das câmeras. Não se pode descartar, a possibilidade realmente dele ter visto a decoração, pois uma das câmeras pega bem de frente a decoração que meu irmão tinha feito para o aniversário dele”, disse.
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