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Consórcio Nordeste recomenda cancelamento de feriado de carnaval e proibição de festas privadas

O aumento de casos e a incerteza sobre o avanço da pandemia nos próximos dias levou o Comitê Científico do Consórcio Nordeste a fazer as recomendações

por: NOVO Notícias

Publicado 3 de fevereiro de 2022 às 13:05

Aumento dos casos motivou a recomendação – Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Comitê Científico do Consórcio Nordeste recomenda aos governantes estaduais e municipais da região, que os feriados de carnaval sejam cancelados e que as festas privadas sejam proibidas afim de evitar uma maior proliferação do novo coronavírus, que desde o surgimento da variante Ômicron tem voltado a se espalhar com maior intensidade, provocando uma maior procura dos serviços de saúde.

Por meio de comunicado divulgado nesta quinta-feira (3), o Consórcio Nordeste relembra que o cenário atual é completamente contrário às expectativas cultivadas até novembro passado, quando a pandemia parecia controlada e caminhar para o seu final. A mudança se deu em decorrência da aparição da variante Ômicron, que tem poder de transmissão pelo menos quatro vezes maior que a variante Delta.

A nova variante, identificada inicialmente na África do Sul, é responsável por uma guinada no número de casos no Brasil, que fez a média diária de óbitos saltar 566% em um mês, saindo de 98 para 653 mortes registradas nesta quarta-feira (2).

Tendo em vista esse quadro preocupante de acentuada piora no número de casos e óbitos e a incerteza com relação aos próximo dias, o Comitê Científico do Consórcio Nordeste resolveu emitir algumas recomendações a Estados e Municípios, entre eles, o cancelamento dos feriados relacionados ao carnaval que deve ocorrer no fim deste mês e início de março.

Confira as recomendações do Consórcio Nordeste

  1. Cancelar os feriados de Carnaval, como em 2021, pois a manutenção dos feriados poderá se constituir
    num estímulo para a população ir às ruas, promovendo aglomerações, o que poderá resultar no
    agravamento do quadro da pandemia e o consequente prolongamento da terceira onda no Brasil.
  2. Proibir a realização das festas privadas de Carnaval e de shows de qualquer natureza que possam
    gerar aglomerações, pois estas intensificariam a transmissão do vírus, como ocorreu no Réveillon, e
    resultariam no prolongamento da terceira onda no Brasil. O Comitê Científico tem clareza sobre as
    dificuldades políticas e os prejuízos econômicos decorrentes desta medida. Porém, o mais importante no
    momento é salvar vidas. E vidas não têm preço! Naturalmente, após o término da pandemia, novos
    feriados extraordinários poderiam ser criados pelos governos.
  3. Intensificar a vacinação, pois está comprovado cientificamente que as pessoas vacinadas são menos
    susceptíveis a desenvolver quadro grave da Covid-19. Embora em torno de 70 % da população do país já
    esteja com o ciclo vacinal completo, este percentual ainda não é suficiente para assegurar um cenário de tranquilidade e estabilidade. Nos últimos dois meses, o ritmo de vacinação ficou mais lento, causado em
    parte pela falta de procura por parte da população. Por isso, é da maior relevância que os governos
    promovam campanhas públicas de esclarecimento sobre a importância da vacinação e que desconstruam
    as ‘fakenews’ que são constantemente disseminadas nas redes sociais, assim como a busca ativa daqueles
    que ainda não receberam a segunda dose, visando completar a imunização. Também é importante apoiar
    estudos que busquem conhecer as barreiras que estão dificultando setores da população a terem acesso
    às vacinas. Recomenda-se utilizar a estratégia e a rede da saúde da família do SUS, com os agentes
    comunitários participando intensamente desta busca, e ampliar os postos de vacinação nas cidades em
    locais de grande circulação de pessoas. Outras medidas como a aplicação da vacina nas escolas, para
    atingir a maior cobertura de vacinação com a primeira e a segunda dose nas crianças e adolescentes,
    utilização volante de viaturas como o carro da vacina, em analogia com o “carro do ovo” nas cidades,
    contribuirão para ampliar a cobertura vacinal.
  4. Manter as medidas legais que obrigam o uso de Máscaras, em especial em lugares fechados ou com
    aglomerações. Nestes locais deve-se estimular o uso de mascaras N95 ou FPP2 que devem ser supridas
    pelas empresas ou pelo setor público, para os grupos que não possam adquiri-las.
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