A conjuntivite é popularmente conhecida como uma inflamação da conjuntiva, uma membrana transparente e fina que reveste a parte frontal do globo ocular, região conhecida como o branco dos olhos, e o interior das pálpebras.
A doença pode ser classificada de diferentes formas devido à existência de subtipos, como conjuntivite infecciosa, causada por bactérias ou vírus; conjuntivite alérgica; e conjuntivite química, que ocorre pelo contato do olho com algum produto químico.
Conforme o Dr. Luis Claudio Guillaumon, oftalmologista nos Hospitais Dia Campo Limpo e M’ Boi Mirim e no AME Carapicuíba, gerenciados pelo CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim” em parceria com as Secretarias Municipal e Estadual da Saúde de São Paulo, sintomas como olhos vermelhos e lacrimejantes, pálpebras inchadas, sensação de areia ou ciscos nos olhos, coceira, fotofobia, visão borrada e pálpebras grudadas ao acordar são frequentes em pacientes diagnosticados com essa condição.
Apesar de comum, a infecção ainda gera dúvidas entre as pessoas, principalmente porque muitas informações são obtidas sem a orientação de especialistas. Considerando esse cenário, o oftalmologista responde a alguns mitos e verdades sobre o tema. Confira:
A conjuntivite pode ser altamente contagiosa?
Verdade! A conjuntivite pode ser altamente contagiosa, devido à sua capacidade de ser transmitida facilmente por contato direto com as mãos ou objetos contaminados, bem como pelo contato com a secreção ocular de uma pessoa infectada.
O uso de lentes de contato pode causar conjuntivite?
Verdade! O uso ou cuidado inadequado das lentes de contato pode aumentar os riscos de desenvolver uma conjuntivite. As lentes de contato têm a capacidade de acumular bactérias, vírus e outros microrganismos, o que pode levar à irritação e infecção ocular. Assim, é crucial seguir as instruções fornecidas pelo oftalmologista, a fim de reduzir o risco de contrair a doença. Além disso, é importante ressaltar que a principal causa de conjuntivite relacionada às lentes de contato é a infecção por acanthamoeba, um protozoário que vive nas águas.
A conjuntivite é transmitida apenas pelo contato direto com os olhos de uma pessoa infectada?
Mito! A conjuntivite também pode ser transmitida através do contato com as mãos contaminadas ou objetos compartilhados. Portanto, é essencial manter uma boa higiene das mãos e evitar compartilhar itens pessoais, como toalhas de rosto e lenços de papel.
No caso de conjuntivite infecciosa, a contaminação viral é mais comum do que a bacteriana?
Verdade! Os vírus são responsáveis pela maioria dos casos de conjuntivite, principalmente durante surtos epidêmicos.
A exposição às piscinas cloradas pode causar conjuntivite?
Verdade! A exposição às piscinas cloradas pode causar irritação ocular, mas nem sempre resulta em conjuntivite. O cloro utilizado nas piscinas pode irritar a conjuntiva, causando vermelhidão, coceira e desconforto nos olhos. No entanto, a conjuntivite só se desenvolverá se houver infecção ativa ou se outras substâncias irritantes estiverem presentes na água da piscina.
Nesses casos, é importante usar óculos de natação adequados ao nadar em piscinas cloradas para proteger os olhos e evitar o contato direto da água com a conjuntiva. Além disso, é recomendado lavar os olhos com água limpa após nadar, para remover qualquer resíduo de cloro ou outras substâncias irritantes. Apesar do risco, a conjuntivite causada por piscinas cloradas é menos comum que a conjuntivite viral ou alérgica.
Coçar os olhos pode piorar o quadro?
Verdade! Coçar os olhos pode agravar os sintomas da conjuntivite. A ação pode causar irritação adicional na conjuntiva inflamada, intensificando vermelhidão, irritação e aumentando a possibilidade de danos à superfície ocular. Além disso, ao coçar, há também o risco de transferir mais secreções infectadas para outras áreas dos olhos, o que pode espalhar a infecção.
A conjuntivite pode causar a perda permanente da visão?
Mito! Na maioria dos casos, a conjuntivite não causa danos permanentes à visão. Geralmente, trata-se de uma condição temporária e autolimitada, que melhora com o tempo ou com o tratamento adequado. No entanto, em casos mais raros e graves de conjuntivite viral ou bacteriana não tratada, ou em casos de tratamento tardio, podem ocorrer complicações que afetam gravemente a visão.
É permitido o uso de colírio em pessoas com a infecção?
Verdade! No entanto, o uso de colírio durante um episódio de conjuntivite varia de acordo com a causa subjacente da doença. Em alguns casos, o médico pode recomendar o uso de colírios prescritos para aliviar os sintomas e auxiliar na recuperação. Já em outras situações, como na conjuntivite viral, o uso de colírios pode não ser necessário ou até mesmo contraindicado. Dessa forma, é fundamental seguir as orientações do seu médico oftalmologista.
Usar óculos de grau ou de sol ajuda a evitar a doença?
Mito! O uso de óculos de grau ou de sol não previne diretamente a conjuntivite. No entanto, óculos de sol com proteção UV podem ajudar a proteger os olhos contra a exposição excessiva aos raios ultravioleta, contribuindo para a redução do risco de irritação e inflamação ocular. Além disso, o acessório também pode ajudar a evitar a exposição a irritantes ambientais, como poeira, poluição e alérgenos, que podem desencadear uma conjuntivite alérgica.
Pingar leite materno no olho ajuda a melhorar o quadro de conjuntivite?
Mito! Embora o leite materno contenha propriedades antibacterianas e antivirais, não há evidências científicas suficientes para comprovar a eficácia de pingar leite materno nos olhos para o tratamento da conjuntivite.
Existe um período da vida mais propenso à conjuntivite?
Mito! A conjuntivite pode afetar pessoas de todas as idades, e não há um período específico mais propenso ao desenvolvimento da condição. No entanto, levando em consideração o paciente como um agente biopsicossocial, algumas formas de conjuntivite são mais comuns em determinadas faixas etárias. Por exemplo, a conjuntivite viral é mais frequente em crianças, especialmente durante surtos em escolas, enquanto a conjuntivite alérgica pode afetar pessoas de todas as idades, sendo mais comum em indivíduos com histórico de alergias ou em períodos da vida em que o sistema imunológico esteja comprometido.
Quem já teve uma vez pode ter outras?
Verdade! É possível ter conjuntivite mais de uma vez. Uma pessoa que já teve conjuntivite pode ser infectada por um agente diferente no futuro ou pode entrar em contato com o mesmo agente novamente. Além disso, aqueles com predisposição a alergias podem experimentar episódios recorrentes de conjuntivite alérgica.
Práticas como lavar as mãos regularmente e evitar o contato direto com os olhos, podem ajudar a reduzir o risco de recorrência e transmissão da conjuntivite.
Procedimentos estéticos, como alongamento de cílios, podem colaborar para o aparecimento da infecção?
Verdade! A conjuntivite química, também conhecida como queimadura química, pode ser provocada pelo procedimento de extensão de cílios, embora seja um evento raro. Essa forma de infecção surge quando substâncias irritantes entram em contato com os olhos, ocasionando inflamação e irritação na conjuntiva. No caso específico da extensão de cílios, a conjuntivite química pode ser desencadeada pelo uso de adesivos ou produtos químicos aplicados na região dos olhos durante o procedimento. Em situações mais graves, é possível ocorrer o desenvolvimento de úlceras ou danos na córnea. Portanto, se surgirem sintomas de conjuntivite após o procedimento de extensão de cílios, é altamente recomendado buscar a avaliação de um médico oftalmologista para um tratamento adequado.
Receba notícias em primeira mão pelo Whatsapp
Assine nosso canal no Telegram
Siga o NOVO no Instagram
Siga o NOVO no Twitter
Acompanhe o NOVO no Facebook
Acompanhe o NOVO Notícias no Google Notícias