Educação

Comunidade acadêmica reconduz Daniel Diniz à reitoria da UFRN

Por meio de consulta pública, Daniel Diniz e Henio Miranda foram escolhidos pela comunidade como reitor e vice-reitor da instituição

por: NOVO Notícias

Publicado 10 de novembro de 2022 às 14:03

José Daniel Diniz, reitor da UFRN

José Daniel Diniz, reitor da UFRN – Foto: Cícero Oliveira/Agecom/UFRN

A comunidade universitária reconduziu, nesta terça-feira, 8, os professores José Daniel Diniz Melo e Henio Ferreira de Miranda aos cargos de reitor e vice-reitor, respectivamente, para um novo mandato de quatro anos. Ao todo, a consulta pública dos referidos cargos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) — gestão 2023-2027 – contabilizou 6.893 votos, sendo 6.421 válidos, 270 brancos e 202 nulos. Regida por normas dispostas na Resolução Nº 022/2022 do Conselho Universitário (Consuni), a consulta, realizada de forma online, via SIGEleição, é um indicativo da comunidade universitária para compor uma lista tríplice a ser enviada ao Ministério da Educação para decisão de nomeação do presidente da República.

O primeiro mandato da atual gestão, que se encerra no primeiro semestre de 2023, foi marcado por, pelo menos, duas grandes crises. A primeira devido aos constantes contingenciamentos de recursos federais, que impôs muitos limites ao crescimento e até manutenção de alguns serviços básicos, e a outra ocasionada pela pandemia da covid-19, que obrigou a educação brasileira a se adaptar a uma realidade nunca antes experimentada. De acordo com o professor Daniel Diniz, o cenário de poucos recursos exige muita estratégia por parte de qualquer gestão. “Infelizmente, existe um cenário de poucos recursos e existe um outro cenário de inviabilidade, de não ser possível realizar as ações da instituição. Esse é o cenário que nós estamos vivendo neste mês”, disse.

Daniel explica ainda que, por outro lado, considerando a importância que a Universidade tem, principalmente aqui para o estado, não é possível trabalhar com nenhuma possibilidade de suspensão de atividades, sejam quais forem. “Estamos trabalhando isso ainda neste ano. Tanto a nossa universidade como a rede de universidades. A Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior), a Associação que representa os reitores das universidades federais, está trabalhando fortemente junto ao Congresso ainda no orçamento deste ano, pois nós precisamos reverter um corte que ocorreu no meio do ano, como também já está trabalhando com a relatoria do orçamento para 2023, pois nós esperamos e precisamos que seja modificado drasticamente o Projeto de Lei Orçamentária Anual que foi para o Congresso. Esse projeto prevê um orçamento menor do que o orçamento que nós temos neste ano e isso simplesmente não é possível”, destaca Daniel.

Para complementar a dificuldade na questão orçamentária, o vice-reitor, Henio Ferreira de Miranda, enfatiza o grande desafio do primeiro mandato, que foi lidar com o cenário de pandemia. “Sem dúvida foi um grande desafio, pois foi um obstáculo muito grande em um momento em que a Universidade teve que paralisar presencialmente a maior parte das suas atividades por quase dois anos”, reforça, mas deixando claro que a UFRN não parou nesse momento. “Estivemos o tempo todo trabalhando, seja nas atividades acadêmicas, seja nas atividades administrativas por meio do serviço remoto. Sem dúvida isso fez com que as pessoas se distanciassem muito. Logicamente, foi uma série de obstáculos para enfrentar um desafio até então novo para todos nós”, completa.

O professor Henio acrescenta que os efeitos dessa pandemia estão sendo sentidos ainda hoje. “Essa questão da pandemia, somada às restrições orçamentárias do período, que foram muitas também, foram as principais dificuldades e os outros principais desafios a serem vencidos”, complementa.

Desafios para o segundo mandato

Os gestores reeleitos para comandar a UFRN dizem estar com uma expectativa muito forte das definições do novo governo federal eleito recentemente, uma vez que a rede de universidades federais no Brasil tem demandas importantes. A mais emergencial, não podia ser diferente, é a do orçamento. “Essa é uma pauta realmente emergencial, que precisa ser tratada ainda para este ano de 2022. Mas a rede de universidades tem várias outras pautas voltadas para o fortalecimento da educação e do papel das universidades como instituições essenciais para o desenvolvimento do país”, explica Daniel Diniz.

O reitor José Daniel destaca que o próximo período de gestão estará focado, entre outros pontos, nos pilares: qualidade, inovação e inclusão. O primeiro pilar virou uma política aprovada por colegiados superiores, gerando um compromisso de todos os segmentos com diversos resultados, tanto do ponto de vista acadêmico quanto do ponto de vista de gestão da instituição. O pilar da inovação, por sua vez, não está restrito à questões de inovação tecnológica, mas em todas as suas dimensões. “Inovação nos processos administrativos, nos modelos de trabalho dentro da Instituição, nas questões acadêmicas, nos projetos pedagógicos dos cursos; a inovação de um ponto de vista mais global daquilo que é inovar em todas as dimensões em que a Universidade atua”, pontua Daniel.

A inclusão, terceiro pilar para a nova gestão, está avançando, apesar das limitações financeiras, que têm impedido, por exemplo, a superação de barreiras físicas para pessoas com deficiência. A UFRN aprovou a criação de vagas de ampla concorrência para estudantes com deficiência, promovendo um aumento importante desse público. “É uma ação muito importante e a Instituição precisa estar preparada para garantir as condições para esses estudantes”, diz o Reitor. Outro desafio, ainda na dimensão da inclusão e que tem relação também com a inovação, é o da evasão, questão relatada em toda a rede de universidades do Brasil. “Os desafios são muito grandes, mas esses pilares precisarão estar em todos os nossos projetos e ações”, acrescenta Daniel Diniz.

Apesar de todas as dificuldades e desafios, o professor Henio afirma ter expectativas muito positivas. “Nossa carta-programa prevê uma universidade cada vez mais democrática, inclusiva e de qualidade acadêmica e significativa. A UFRN já é uma das principais universidades latinoamericanas, em especial do Nordeste. Nós somos, hoje, o primeiro lugar em administração de pessoal e a nossa perspectiva é continuar mantendo esse lugar no ranking e conquistar outros. Cada vez mais, melhoramos o conceito de curso de graduação e dos programas de pós-graduação, que já têm tido um avanço bastante grande neste ano”, enfatiza.

Tags