Coxinha, balas e quentinhas. Além da tradicional ginga com tapioca, dona Ivonize Januário está tendo que se virar para conseguir se manter na praia da Redinha até que as obras do Complexo Turístico, iniciadas em abril deste ano, sejam concluídas.
A movimentação na praia, de acordo com a comerciante, caiu consideravelmente após a demolição do Mercado Público. Antes, ela ganhava uma média de R$ 300 por dia. Hoje, esse valor caiu para R$ 50. “O movimento caiu muito. No sábado, a gente apurava R$ 400, R$ 500. No domingo, era R$ 600, R$700. Graças a Deus eu tenho muitos fregueses e um vai dizendo ao outro onde eu estou. Aí no sábado e no domingo alguns ainda vêm, mas não é a mesma coisa”, contou dona Ivonize.
Mesmo com clientes fiéis, a comerciante relata estar passando sufoco. “Até almoço eu estou vendendo, porque a gente tem que se mexer. O prefeito está dando um auxílio de R$ 1.200 pra gente pagar aluguel. Mas os aluguéis por aqui estão muito caros. Eu, por exemplo, tô pagando R$ 1.500. Ainda tem a luz, que pago R$ 400. A comida, eu e minha família comemos por aqui mesmo, o que sobra do almoço que vendemos“, disse.
Dona Ivonize faz parte do grupo de 33 permissionários retirados do Mercado no mês de março. Hoje, só ela e outros dois permanecem com pontos nas proximidades. “Aqui só tem eu e mais dois, aqui do lado. Aí tem uma que foi lá para a beira da praia. O resto não arranjou canto”, relatou.
Mesmo em meio a tanta dificuldade, a comerciante diz estar esperançosa. “O Mercado estava precisando disso, de uma reforma grande. Porque estava acabadinho. Aqui só tinha movimento por causa da ginga com tapioca. Se não fosse isso, não vinha ninguém. Estava feio, acabado. Quando chovia, era água demais dentro. Então, essa obra é importante demais. A gente está sofrendo agora, mas temos esperança que vamos voltar e que tudo vai melhorar”, contou.
As obras do Complexo Turístico da Redinha têm previsão para serem concluídas em 18 meses. O novo equipamento deve ser inaugurado no segundo semestre de 2023.
De acordo com o encarregado de uma das empresas responsáveis pela construção do Complexo, José Milton, os serviços estão adiantados. “A parte da urbanização, que é nossa responsabilidade, já está bem adiantada. Tem um pessoal ali na limpeza, nas ferragens, no enrocamento… Aí a outra parte é com a outra empresa”, detalhou.
Segundo Milton, os trabalhadores seguem cerca de 4h diárias de serviço. “A gente trabalha de acordo com a maré. Quando ela começa a encher, a gente deixa de lado. Aí o horário quem diz é ela. Pode ser noite, dia, madrugada, etc”, disse o encarregado.
O projeto do Complexo Turístico da Redinha, orçado em R$ 25 milhões, prevê a reformulação completa do local, com a criação de novos acessos, a abertura de uma nova rua ligando a ponte Newton Navarro ao Mercado, a construção de um deck para passeio, a recuperação do quebra-mar e a instalação de nova iluminação na área.
De acordo com a Secretaria de Serviços Urbanos de Natal (Semsur), ao fim da obra, os 33 permissionários do Mercado da Redinha serão realocados no interior do Complexo.
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