Com serviços quase parados, Parque Ecológico de Capim Macio deve ser concluído em julho, afirma Semsur

Antiga reivindicação dos moradores do bairro da zona Sul de Natal, área de lazer e convivência está sendo construída em terreno de aproximadamente 40 mil m² onde Prefeitura de Natal faria lagoa de drenagem

por: NOVO Notícias

Publicado 13 de junho de 2022 às 16:00

Semsur informa que trabalhos não foram paralisados – Foto: Divulgação/Semsur

A construção de um parque ecológico no grande terreno que integra a área do sistema de drenagem e captação do bairro de Capim Macio, por trás do antigo supermercado Extra da av. Roberto Freire, zona Sul de Natal, é uma reivindicação antiga dos moradores daquela região, carente de espaços públicos de convivência. Em junho do ano passado, por determinação da Justiça, a Prefeitura de Natal cessou a derrubada de árvores no local, para a construção de uma lagoa de drenagem, e iniciou as obras do equipamento.

Na época foi divulgado que o prazo de entrega do Parque Ecológico de Capim Macio seria de seis meses, já contados possíveis intercorrências devido a chuvas e outros imprevistos. Também foi informado que 30 operários trabalhariam na obra.

A área de 39.963,65 m2 foi cercada por tapumes e os serviços começaram, com intensa movimentação de trabalhadores e caminhões. Porém, hoje, quase um ano após o início dos serviços,  a obra parece estar parada. A reportagem do NOVO Notícias deu uma conferida por cima das placas metálicas que limitam o espaço e viu tábuas jogadas, resto de material de construção, metralha e nenhum serviço em andamento.

A obra realmente parece estar perto de ser concluída. Foram erguidas edificações, há uma pista para caminhadas, cerca em torno de toda a área – localizada entre as ruas Ismael Pereira da Silva, Missionário Joel Carlson, Industrial João Mota e Antônio Farache, em uma região bastante movimentada de Capim Macio, próxima a escolas, supermercados, centros comerciais, universidades.

Protesto contra derrubada de árvores deu início a ideia do Parque

Por trás dos tapumes, há restos de material espalhados – Foto: Dayvissom Melo/NOVO Notícias

Em 2013, quando a Prefeitura de Natal iniciou a derrubada de algumas árvores na grande área verde em Capim Macio para a construção de uma lagoa de drenagem de águas da chuva, a comunidade, principalmente a vizinhança do local, ficou revoltada e acionou a Justiça através da Promotoria de Defesa do Meio Ambiente que, junto com o Ministério Público Federal, formalizou uma ação judicial para que a obra da lagoa fosse interrompida e assegurada a construção de um parque ecológico no local – bem como a permanência das árvores e do próprio reservatório, numa convivência autossustentável.

Durante um bom tempo, o local permaneceu praticamente abandonado, sem iluminação, servindo de ponto de prostituição à noite, e de descarte de entulhos e lixo durante o dia – o que motivou protestos de ambientalistas e da comunidade geral. Para chamar a atenção da situação, o projeto Eco Praça realizou alguns eventos com atrações de lazer e discussões sobre o futuro da área.

De acordo com o que foi divulgado pela Prefeitura à época do lançamento, o projeto inicial prevê a construção de pistas de caminhada interna e externa, iluminação de led, bicicletário, área de convivência com playground e academia da terceira idade, 57 vagas de estacionamento no entorno, pátio para eventos, quadra poliesportiva com arquibancada, e ainda conselho comunitário e oficina para cursos e práticas de atividades manuais.

Também está prevista a revitalização do paisagismo da área através do projeto Planta Natal, que já teria iniciado o replantio de mudas nativas.

Quando estiver em funcionamento, o Parque Ecológico de Capim Macio será aberto à população; porém, seguindo o que é praticado em áreas públicas de convivência de outras capitais do país, haverá somente um acesso de entrada e de saída para a parte interna, para o controle, manutenção e segurança do parque.

A execução da obra é de responsabilidade da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur). O investimento é de R$ 1.277.830,49 e a empresa vencedora da tomada de preços foi a Emko Construtora Eireli, conforme publicado no Diário Oficial do Município de Natal, no dia 29 de abril.

Para o produtor cultural Geraldo Gondim, do projeto EcoPraça, a construção do Parque de Capim Macio é um exemplo claro de força do poder da mobilização das pessoas. Ele lembra que desde 2008 já havia bastante e mobilização e articulações em prol do equipamento urbano. “Tem toda uma história de luta ali.”

“O grande desafio agora é fazer a gestão desse parque de forma colaborativa, e que ele seja realmente democrático. Para a gente, é uma alegria muito grande porque esse é o modelo de cidade que a gente acredita; mais voltada para as pessoas, com menos carros e com mais espaços verdes”, diz Geraldo.

Semsur emite nota sobre situação Parque e afirma que expectativa de abertura é para julho

“A Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), informa que o município segue trabalhando na revitalização do Parque de Capim Macio sem que tenha ocorrido qualquer paralisação total na obra.

Inicialmente, a previsão de entrega do serviço era de seis meses, porém houve um aditivo no prazo.

A Semsur esclarece que a obra no equipamento está na reta final, faltando detalhes no acabamento e pintura. No entanto, a pasta ressalta que o serviço está sendo prejudicado devido às chuvas que ocorreram no mês passado e nos últimos dias.

Além disso, a Semsur espera a chegada das grades que irão circundar a lagoa de captação que fica no espaço – as grades anteriores foram furtadas e precisam ser recolocadas.

Independente disso, a expectativa do Executivo Municipal é de entregar o Parque Ecológico de Capim Macio ainda no mês de julho.”