Thalita Simplício venceu novamente sua disputa contra a chinesa Cuiqing Liu na prova dos 400m da classe T11 (deficiência visual) e conquistou o tricampeonato mundial na manhã deste domingo (19), em Kobe, no Japão, onde acontece o Campeonato Mundial de atletismo até o próximo dia 25
Publicado 19 de maio de 2024 às 12:00
A paratleta do RN Thalita Simplício venceu novamente sua disputa contra a chinesa Cuiqing Liu na prova dos 400m da classe T11 (deficiência visual) e conquistou o tricampeonato mundial na manhã deste domingo (19), em Kobe, no Japão, onde acontece o Campeonato Mundial de atletismo até o próximo dia 25. O dia também foi marcado pelo ouro do lançador paulista André Rocha no lançamento de disco F52 (que competem sentados) após sete anos do seu primeiro título mundial.
Com mais estas conquistas, o Brasil continou na briga pela liderança do quadro geral de medalhas da competição. O país terminou o dia no Japão somando 14 pódios, sendo oito ouros, quatro pratas e dois bronzes, na segunda colocação. A líder China tem um ouro a mais do que os brasileiros, além de sete pratas e oito bronzes.
A brasileira, que teve um glaucoma congênito, trava boas disputas com a chinesa, que é a atual recordista mundial da prova, desde os Jogos de Tóquio 2020, quando Thalita acabou sendo desclassificada ao cruzar a linha de chegada. Em Kobe, a velocista de Natal superou a pista molhada por causa da chuva na cidade japonesa e finalizou a distância em primeiro lugar, com 57s45, seu melhor tempo na temporada mesmo sofrendo uma queda ao cruzar a linha de chegada.
“Na chegada, travei muito no final. Ainda bem que caí depois da linha de chegada. Doeu muito esses 400m. Sabíamos que as adversárias queriam me superar. Mas conseguimos fazer uma boa prova no geral”, avaliou Thalita.
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Foi seu terceiro título mundial após as vitórias em Paris 2023 e Dubai 2019 e chegou ao seu sétimo pódio em Mundiais no total, sendo três ouros, uma prata e três bronzes. A rival asiática chegou na segunda colocação, com 58s32, e Lahja Ishitile, da Namíbia, completou o pódio com 58s37″.
“Passou um filme na cabeça, estava chovendo aqui no Japão, igual ao cenário que competimos nos Jogos de Tóquio. No começo da prova, estava toda hora tentando esconder a guia para não molhar, pois foi isso que nos prejudicou na prova daquela vez, quando a guia escorregou da nossa mão”, recordou.
O lançador paulisa André Rocha também era um dos favoritos do lançamento de disco pela classe F52 e confirmou o seu status. Tornou-se bicampeão mundial com a marca de 20,72m após sete anos do seu primeiro título na mesma prova em Londres 2017. Naquela ocasião, o ateta, que é tetraplégico, fez 23,80m e decretou a marca mundial até os dias de hoje.
“Sensação única. São tantas coisas que a gente passa. Fui campeão em Londres 2017, mas fiquei fora do esporte por um tempo depois daquele feito. Voltei no ano passado, com o bronze em Paris 2023. E agora, com um ano muito bom para mim, conquistar o bicampeonato. Estou vivendo um momento muito bom. É a minha volta por cima”, afirmou.
Outra brasileira envolvida em finais neste domingo, a potiguar Maria Clara Augusto chegou na quarta posição dos 100m T47 (amputados de braço), com 12s92. A vencedora da prova foi a equatoriana Kiara Rodriguez, com 12s27.
Pela manhã no Japão (noite de sábado, 18, no Brasil), o velocista fluminense Felipe Gomes conquistou a medalha de bronze na prova dos 400m da classe T11. Ele finalizou a prova na terceira colocação com 52s65, a sua melhor marca do ano.
Além disso, Felipe entrou para a galeria dos maiores medalhistas do país em Mundiais de atletismo, agora com oito pódios em sua carreira. Foram dois ouros (nos 400m em Paris 2023 e 200m em Doha 2015), três pratas (nos 100m em Doha 2015, 100m em Lyon 2013 e 4x100m em Assen 2006), e três bronzes (somando aos 100m e 400m em Dubai 2019).
Medalhistas de ouro e prata nos 5.000m T11 (deficiênia visual), respectivamente, o sul-mato-grossense Yeltsin Jacques e o paulista Júlio Agripino avançaram à final dos 1.500m. O primeiro fez o tempo de 4min05s22, o melhor das classificatórias, enquanto o segundo finalizou em 4min07s28, a terceira marca entre os finalistas. A prova final acontece às 21h20 (de Brasília) deste domingo, 19.
O Mundial no Japão acontece no mesmo ano dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024 após o Comitê Organizador Local (LOC, na sigla em inglês) solicitar ao Comitê Paralímpico Internacional (IPC, em inglês) o adiamento do Mundial, que seria em 2021, devido à pandemia de coronavírus. Com isso, a cidade japonesa sediará o evento de atletismo no ano posterior ao Mundial de Paris 2023, quando o Brasil teve seu melhor desempenho na história em Mundiais. Foram 47 medalhas no total, sendo 14 ouros, 13 pratas e 20 bronzes.
Confira as provas com brasileiros da noite deste domingo (19) com horários de Brasília:
21h – Final do lançamento de disco F56
Claudiney Batista
21h15 – Final do arremesso de peso F53/F54
Beth Gomes
21h20 – Final dos 1.500m T11
Yeltsin Jaques / Julio Agripino
21h35 – Classificatórias dos 200m T37
Ricardo Mendonça
21h42 – Classificatórias dos 200m T37
Edson Cavalcante
22h20 – Classificatórias dos 100m T11
Jerusa Geber
22h36 – Classificatórias dos 100m T11
Lorena Spoladore
23h12 – Final 400m T20
Antônia Keyla
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