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Coluna Vinho e Gastronomia – por Rodrigo Lima – 30 de Maio

por: NOVO Notícias

Publicado 30 de maio de 2022 às 16:00

COLUNA VINHO E GASTRONOMIA – POR RODRIGO LIMA

AS CIDRAS ESTÃO DE VOLTA – AO MENOS NA EUROPA!

Com a chegada do verão na Europa várias serão as tendencias que aparecerão com a temporada. A sidra é uma bebida milenar, com produção e consumo bem descritos na História. Ela está espalhada pelo mundo e esse foi um trabalho feito essencialmente por europeus. Na América do Norte foram os ingleses que deixaram essa influência; na América Latina foram os espanhóis, no início do século XX – ainda que, por exemplo, o Brasil seja uma exceção no grupo de países do continente pelo seu baixo consumo. Dentro da Europa, destacam-se, a região das Astúrias como grande produtora, seguida de França e da já referida Inglaterra. A literatura médica aponta várias vantagens ao consumo de sidra. Os antioxidantes são geralmente os mais referidos, presentes na maçã. Esse é um ponto em comum com outras bebidas como o vinho tinto, por exemplo. A vantagem, neste caso, é o mais baixo teor de álcool da sidra. Mas não terminam aqui as vantagens. A sidra tem presentes endorfinas que ajudam, como se sabe, nos níveis de humor e o ácido presente na bebida permite a absorção de ferro. Vamos torcer que a moda chegue por aqui e que bons produtos surjam no mercado, já que as Cidras que hoje encontramos nos nossos mercados são produtos de baixa qualidade!

BORBULHAS

A retomada gradual dos encontros após o arrefecimento da pandemia no Brasil está sendo festejada com requinte. A venda de espumantes no país em janeiro deste ano cresceu quase 90% em relação ao mesmo mês de 2021, de acordo com dados da Uvibra – União Brasileira de Vitivinicultura. Os vinhos finos atingiram 1,2 milhão de litros, batendo fevereiro de 2021 em quase 35%, o que demonstra que os vinhos nacionais vêm sendo reconhecidos e aprovados. Já os sucos de uva somaram mais de 19 milhões de litros em fevereiro, o que demonstra aumento de mais de 60% em relação ao mesmo período de 2021. Para a Uvibra o vinho brasileiro vive o seu melhor momento na história da vitivinicultura nacional.

Vinho em temperatura ambiente?

Uma das grandes confusões criadas quando a cultura do vinho começou a se espalhar pelo Brasil é precisamente a da temperatura para conservar e servir os vinhos. Como uma grande parte dessa cultura é passada de boca em boca, chegou até nós a crença de que os vinhos tintos devem ser servidos na temperatura ambiente. Mas isso veio dos países europeus, onde a temperatura média é consideravelmente mais baixa do que a nossa. Assim, servir um vinho tinto encorpado em um dia de calor tropical exige resfriamento e a simples pergunta: temperatura ambiente de onde? O cuidado com a temperatura é essencial para preservar aquilo que um vinho tem de melhor, seja seu frescor, sua acidez ou seu corpo. Isso fica simples ao pensarmos nos espumantes. Ninguém toma Champagne ou Prosecco sem gelar a garrafa, certo? A acidez e o frescor nesses casos são alavancados pela temperatura, que também pode fazer o inverso: caso estejam muito gelados, os espumantes vão tender para o amargor. O mesmo acontece ao gelar demais um vinho tinto, quando os taninos farão o vinho parecer amargo. Isso é fácil de perceber, pois, no caso dos tintos, apenas dois graus de temperatura acima já deixarão o líquido mais “macio”. Daí a importância de beber seus vinhos na temperatura correta, refrescando-os quando necessário, no caso dos tintos, e não gelando em demasia brancos e espumantes, para assim apreciar em plenitude tudo que esses líquidos preciosos tem a nos oferecer.

VINHO DA SEMANA

Nieto Senetiner Don Nicanor Blend Tinto 2020 – Foto: Reprodução

O vinho da semana é o Nieto Senetiner Don Nicanor Blend Tinto 2020 da Centenária Vinícola Nieto Senetiner da Argentina. Um excelente vinho elaborado por esta tradicional vinícola Argentina da região de Lujan de Cuyo em Mendoza, fundada em 1888 em Vistalba, por um grupo de imigrantes italianos que começaram a plantar as primeiras vinhas e fundaram a Bodega. Em 1969, as famílias Nieto e Senetiner adquiriram a fazenda e começaram a escrever um novo capítulo de crescimento e desenvolvimento. Em 1998, Nieto Senetiner tornou-se parte do grupo de empresas vinícolas da família Pérez Companc. O vinho é feito com um corte das uvas Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Petit Verdot e busca expressar o melhor do seu Terroir em cada safra. De visual límpido e cor vermelho rubi, o vinho possui aromas de frutas vermelhas maduras, com muita ameixa com muitas especiarias e tabaco, aportado pelo envelhecimento de 12 meses em carvalho Frances. Em boca, as notas frutadas se confirmam, e o vinho se mostra equilibrado, com taninos finos e macios, bom volume em boca e longo final. Um lançamento da Grand Cru – R$ 169,90.