PERSPECTIVAS PARA O SETOR DO VINHO
O setor vitivinícola da União Europeia está em fase de adaptação às mudanças nos estilos de vida e nas preferências dos consumidores ao redor do mundo. Até 2030, é esperada a atenuação do declínio no consumo por pessoa. As exportações de vinhos Europeus serão impulsionadas pela elevada procura de vinho com indicação geográfica e vinhos espumantes. Há ainda outros dados que apontam para o perfil dos vinhos que serão procurados pelos consumidores em breve, a saber: vinhos com menor teor alcoólico, mais frescos e descomplicados!
MUDANÇAS CLIMÁTICAS AFETAM O TERROIR DA CALIFORNIA
Não é novidade que a mudança do clima está afetando todo o globo, porém, um dos principais terroirs do mundo, a Califórnia, coloca agora em números o verdadeiro significado das alterações. A safra 2022 começou com uma grande geada que congelou os vinhedos e literalmente podou os botões que já haviam nascido. O frio rapidamente deu lugar à seca e ao calor, temperaturas recordes assaram os vinhedos e ressecaram o solo. O resultado é que a colheita no estado deve cair quase 4% este ano, para 3,5 milhões de toneladas, segundo estimativas do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a segunda menor safra da década, atrás apenas da safra de 2020 que foi especialmente devastada pelo fogo. É claro que os problemas vão além da Califórnia. As pressões climáticas estão pesando sobre os vinhedos em todo o mundo. As condições em mudança estão tornando algumas áreas vinícolas históricas no Mediterrâneo e na Austrália inóspitas, enquanto novos grandes terroirs estão surgindo em outras regiões onde antes era impensável obter grandes vinhos. Nos clássicos terroirs afetados, a saída para os produtores é se adaptar.
CHAMPAGNE E BORGONHA SERÃO BRITÂNICOS?
O Reino Unido pode “roubar” duas das grandes regiões produtoras de vinho do mundo. De acordo com estudos, Champagne e Borgonha na França sofrerão ainda mais com os efeitos das mudanças climáticas e empurrarão a produção de vinhos de qualidade para a Inglaterra. Alguns produtores britânicos foram capazes de produzir vinhos espumantes que são de um estilo muito semelhante aos produzidos em Champagne, e o clima tem ajudado cada vez mais a corresponder a essa “produção em estilo francês”. O grande desafio das vinícolas britânicas, além do clima que, pelo menos por enquanto, não é o ideal, é o relevo. O Reino Unido tem muito menos terras plantadas com videiras em comparação com os principais países produtores de vinho, o que significa que a indústria tende a buscar a qualidade em detrimento da quantidade. Assim, especialistas de vinhos britânicos vêm dizendo que a bebida produzida ali está cada vez de melhor qualidade, o que levou a escolha de um espumante britânico pelo Palácio de Buckingham para comemorar o Jubileu de Platina do reinado de Elizabeth II. O escolhido foi um blend de 50% Chardonnay, 40% Pinot Noir e 10% Pinot Meunier produzido na região de Kent e West Sussex, usando o método tradicional. A conferir!
Drink Me Nat Cool 2020
O vinho da semana é o Drink Me Nat Cool 2020, produzido pela renomada vinícola portuguesa Niepoort na Bairrada – Portugal. O vinho é surpreendente! Nat Cool, naturalmente “cool and funky”, é um conceito inovador criado pela Niepoort, em um movimento de união entre diversos produtores de uva e vinho com o objetivo de criar vinhos leves e fáceis de beber. Na Bairrada foi criado o DrinkMe, o primeiro NatCool, onde procurou-se mostrar um lado diferente e elegante da casta Baga. Um vinho incrivelmente fácil e direto, leve na cor, mostra um perfil fresco e floral, muito franco e expressivo. As características inerentes a Baga e ao Terroir da Bairrada estão bem presentes, com boas notas de morango, rosas secas e especiarias. O aroma mineral nos remete para um clima marcadamente atlântico. Fresco, direto e muito sedutor, é um vinho que não pesa, um vinho para se beber com muita facilidade e que nos convida sempre para mais um gole. Sirva refrescado. Garrafas de 1 litro. Importado pela Grand Cru – R$ 204,90
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