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Coluna Vinho e Gastronomia – por Rodrigo Lima – 17 de janeiro

por: NOVO Notícias

Publicado 17 de janeiro de 2022 às 18:18

COLUNA VINHO E GASTRONOMIA – POR RODRIGO LIMA

A rolha quebrou! O que fazer?

Quando empunhamos um saca-rolhas, a nossa performance com ele será observada e questionada pelos observadores. Logo retiramos o lacre e colocamos a ponta da espiral no meio da rolha e começamos a girar, fazendo com que ela seja inserida. Tudo parece estar indo perfeitamente bem quando, de repente, você puxa o saca-rolhas para cima e vê que a rolha se quebrou, ficando uma parte no fundo do gargalo. E agora, o que fazer?

Rolhas velhas ou ressecadas podem causar esse transtorno. A primeira atitude a tomar é tentar removê-la com delicadeza. Uma alternativa é introduzir cuidadosamente a espiral do saca-rolhas (levemente inclinada) na cortiça e puxá-la suavemente. A opção mais elegante, contudo, é usar um saca-rolhas tipo pinça. Caso você perceba que a rolha está muito presa, uma alternativa é banhar o gargalo com água quente por cerca de um minuto. Isso fará com que o vidro se expanda e a rolha deslize mais facilmente.

Porém, há situações em que o mais simples é mesmo empurrar a rolha para dentro da garrafa em vez de tentar tirá-la a qualquer custo. Se isso ocorrer, sua primeira ação é: decantar o vinho. Se o pedaço de cortiça for grande, ao trasfegar o líquido da garrafa para o decanter, você logo poderá pescá-lo. No entanto, se forem pedaços pequenos, você pode usar um coador ou um filtro de café – que não esteja usado, obviamente -, ou ainda um guardanapo de pano para executar essa operação, também há alternativas mais elegantes no mercado, como funis para vinho, o que não se admite é perder a calma e o vinho!

Restaurante do Hotel Manary

Há alguns dias fui jantar no Restaurante do Hotel Manary, que em minha opinião, é a melhor opção de almoço e jantar a beira mar em Natal. Ambiente muito bem cuidado, serviço impecável e a culinária singular! O Chef Francisco tem feito um excelente trabalho a frente da casa, destaque para o novo prato da Boa Lembrança 2022, que traz uma massa recheada com carne de caranguejo.

Vinho Branco de uva tinta?

Uma pergunta que não quer calar: se a polpa da uva é branca, o que torna o vinho tinto avermelhado? A resposta é bastante simples: as cascas!

Na verdade, é o contato com as cascas durante a fermentação, em um processo chamado de maceração. Assim, uvas tintas que fermentam em contato com suas cascas acabam gerando um líquido avermelhado. A densidade da cor vai depender tanto da intensidade da cor da própria pele da uva quanto do tempo de contato dela com o mosto.

Portanto, se retirarmos o contato com as cascas das uvas, vamos ter como resultado um vinho branco. Então, sim, é possível fazer um vinho branco de uvas tintas!

E por que não se vê muitos vinhos brancos feitos com uvas tintas no mercado? Basicamente porque a maceração com as cascas não dá ao vinho somente sua bela cor, mas aporta ainda outras características importantes, como taninos e outros polifenóis presentes nas peles que influenciam diretamente nos sabores e aromas dos vinhos.

Assim, se deixarmos de lado a ideia de “tintos e brancos”, há diversos espumantes brancos produzidos com uvas tintas, por exemplo, e alguns até recebem o nome de Blanc de Noirs. Contudo, é bastante raro ver um branco feito com uvas tintas, pois, na maioria das vezes, vale mais a pena macerar as cascas e fazer um bom vinho tinto!

VINHO DA SEMANA

Chateau Beychevelle 2000

Chateau Beychevelle 2000

Notas de Prova: Um fabuloso Bordeaux da safra 2000. Um corte de 49% de Cabernet Sauvignon, 38% de Merlot, 7% de Cabernet Franc e 6% de Petit Verdot. No visual um vermelho rubi intenso, com halos de evolução, mas nada que denote a idade! Um buque extremamente floral, frutas vermelhas e negras, cassis, cedro, algum defumado, madeira extremamente bem integrada, elegante, um vinho superlativo. Na boca muito agradável, taninos presentes, mas muito bem polidos, muita potencia para um vinho de 22 anos de safra. É daqueles vinhos para não esquecer! Difícil de ser batido e com certeza um dos melhores vinhos já degustados.