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Coluna Vinho e Gastronomia – por Rodrigo Lima – 07 de março

por: NOVO Notícias

Publicado 7 de março de 2022 às 17:23

COLUNA VINHO E GASTRONOMIA – POR RODRIGO LIMA

Mercado Mundial de Vinhos em 2021

 Embora no Brasil o consumo e a venda de vinhos tenham crescido significativamente durante a Pandemia, o restante do mundo não seguiu o padrão de se isolar e beber vinho como no nosso país. Os maiores exportadores de vinho sofreram no ano de 2020, com fatores como a pandemia, com a queda do consumo na China, com a situação pandêmica nos EUA e com a crise do Brexit. Mas a recuperação veio rápida. Um informe do Observatório Espanhol do Mercado do Vinho afirma que o setor se recuperou mais rápido do que da crise de 2009 e ainda apresentou um significativo crescimento, com o comércio internacional de vinhos alcançando a máxima histórica de 10,833 bilhões de litros e 33,658 bilhões de euros, o que dá um valor de 3,11 euros por litro de vinho. Esse é um crescimento em 12 meses na ordem de 5,4% em volume e 13,5% em valor. O país mais afetado pela crise de 2020 foi também o que liderou a retomada em preço, a França. Mas a retomada foi forte, com o faturamento aumentando em nada menos do que 26%. A Espanha segue na liderança das vendas em volume, mas com preços mais baixos. África do Sul e Portugal também tiveram bom ritmo de exportações em 2021, enquanto a maior queda foi da Austrália.

 A democratização do vinho na ótica do novo consumidor

O conhecimento dos consumidores sobre o vinho está diminuindo constantemente, mas a confiança do consumidor no produto permanece estável. As duas tendências, no entanto, não são tão contraditórias quanto parecem. E o caminho que leva a isso é dos mais interessantes. A amplitude de conhecimento sobre vinho entre os consumidores da bebida diminui diante da grande variedade, origem e marcas de vinho. A credibilidade, historicamente correlacionada ao conhecimento, está aumentando marginalmente em alguns mercados importantes. Esta tendência pode ser vista em locais como os EUA, Brasil, Alemanha e Austrália, entre 2019 e 2021. O vinho hoje está presente no habito de consumo das novas gerações, e estas não veem a necessidade de reter os conhecimentos técnicos de vinho. Como tal, embora o conhecimento do vinho esteja sendo acessado, ele não está necessariamente sendo retido, levando a uma redução geral numa análise mais profunda. A riqueza de fontes on-line de informações sobre vinhos, facilmente e rapidamente acessíveis por meio de um smartphone, permite que os compradores comprem com confiança, sem a necessidade de assimilar dados mais abrangentes. Assim, embora a confiança esteja historicamente ligada à amplitude de conhecimento de um indivíduo, as mudanças no mercado estão permitindo que o vinho se torne mais acessível e, portanto, “democrático”.

O vinho como investimento

Um bom investimento é aquele que, com o tempo, devolve mais do que o montante investido. Quanto maior o retorno, melhor o investimento. Sob qualquer ótica, o vinho de qualidade é um grande investimento, pois apresenta enormes retornos emocionais, sensoriais e até financeiros. Em termos emocionais, compartilhar um bom vinho com amigos, família e pessoas amadas tem um valor impossível de quantificar. Outro aspecto nos bons vinhos refere-se à sua evolução e ao fato de que tomaremos, no futuro, um vinho melhor do que o mesmo vinho na data que o compramos. Mas podemos ver o vinho como um investimento financeiro, e como tal, para garantir retorno, o momento de maior atividade de compra se dá no “en primeur” de Bordeaux, quando vinhos que ainda serão lançados são degustados, comprados e vendidos pelos “négociants”. Mas o que seria isso? A cada ano, entre março e abril, são comercializados os vinhos da safra do ano anterior, e que serão entregues apenas dois anos depois. Assim em 2021, aconteceu o en primeur dos vinhos da safra de 2020, que serão efetivamente entregues aos compradores em 2022, desta forma conseguimos adquirir os nosso rótulos favoritos com preços mais convidativos e garantir bons ganhos, sejam com o prazer de degusta-los no futuro ou mesmo os negociando anos depois.

VINHO DA SEMANA

Leyda Single Vineyard Syrah Canelo 2015

O vinho da semana é o Single Vineyard Canelo Syrah 2015 da Viña Leyda, um exemplar muito bem elaborado de um Syrah de clima frio, feito no Chile com uvas provenientes do Valle do Leyda. De visual Ruby intenso, com halos de evolução, é proveniente de vinhedo único, plantado no frio e costeiro Valle do Leyda. Estagiou em barris de carvalho, no olfato é condimentado, apresenta aromas de frutas como mirtilo e amora e toques florais. em boca é intenso, apimentado, com acidez que lhe garante certo frescor, confirma o olfativo de frutas e especiarias, acrescidos de algo balsâmico, que julgo ser da evolução, os taninos são finos e elegantes, um vinho que vale a pena conhecer!  Importado pela Grand Cru – R$ 179,90