TRAIRAGEM
Traição. Segundo o dicionário, o substantivo feminino significa ‘quebra da fidelidade prometida e empenhada; deslealdade’.
Pois essa vai ser a palavra mais falada e mais ouvida depois de 2 de abril, quando termina o prezo para que todas as candidatas e candidatos estejam com a filiação deferida pelo partido pelo qual pretende concorrer.
Presidentes de partidos no Rio Grande do Norte andam com as mãos na cabeça para fechar nominatas que vão disputar mandatos de deputado federal e estadual. É que muitos, e aí se inclui quem já tem mandato e quem não tem, conversam com um partido, prometem, fecham compromisso, até encontrar na próxima esquina com outra legenda.
Como uma filiação, automaticamente anula outra anterior, sem a necessidade de pedir formalmente a desfiliação, só depois que encerrar o prazo é que os partidos poderão ter certeza com quem poderão contar. Vai faltar nomes nas listas de partidos.
O SIM DE BRENNO
O mês de abril vai começar com a definição de uma candidatura majoritária. A do secretário de Relações Institucionais e Programas de Governo da Prefeitura de Mossoró, Brenno Queiroga. Nas redes sociais ele já aparece como pré-candidato a governador pelo Solidariedade, partido do prefeito Allyson Bezerra. Porém, o prefeito tem falado pouco ou quase nada sobre candidatura majoritária de seu partido. Em entrevista ao Blog já chegou a dizer que pode não ter candidato a governador nas próximas eleições.
OPOSIÇÃO SEM CHAPA
E a chapa oficial de oposição no RN parece cada vez mais distante de ser confirmada. Tendo na cabeça o presidente da Assembleia Legislativa, Ezequiel Ferreira, a chapa vem sendo desenhada pelo palanque bolsonarista, sem nunca ter tido uma declaração do principal envolvido.
Ezequiel nunca declarou que seria, que poderia, que disputaria o Governo. Pode até ir, mas não tem se movimentado para atrair partidos além do MDB, do qual já é parceiro antigo. Ele e o deputado Walter Alves, presidente do MDB, se comprometeram, um com o outro, a continuar juntos, seja numa chapa de oposição, seja apoiando a reeleição da governadora Fátima Bezerra.
A HORA DE HAROLDO?
Caso a chapa ‘Ezequiel governador e Walter Alves vice’ não seja confirmada como o palanque bolsonarista quer e sonha, quem vai comandar o palanque de direita no Rio Grande do Norte?
Filiado ao Patriota, depois de tentar se encaixar no PP, o empresário Haroldo Azevedo há muito se apresenta como pré-candidato a governador, mas não tem atraído a simpatia do ministro Rogério Marinho, pré-candidato a senador, que há muito tenta encontrar um par perfeito para receber Bolsonaro no estado.
CARLOS SEM FÁTIMA
Na chapa governista, o pré-candidato a senador, Carlos Eduardo, segue cada vez mais sem liga com a governadora Fátima Bezerra. Como assim, o escolhido pelo grupo da governadora para compor a chapa, não tem liga com a companheira?
Juntos, mas separados em Jardim do Seridó, na festa em homenagem ao ex-prefeito Manoel Paulino, Carlos e Fátima sequer tiraram uma ‘selfie’ juntos para postar nas redes sociais.
No instagram da governadora até dava para ver Carlos numa foto geral do palanque, com todos os presentes. No de Carlos, nem o pensamento da governadora.
E FÁTIMA SEM CARLOS
E a falta de liga entre Carlos Eduardo e Fátima também foi registrada neste domingo, na zona Norte de Natal, onde os dois foram à festa de aniversário do vereador do PV, e pré-candidato a deputado federal, Milklei Leite.
Carlos chegou antes de Fátima, tirou algumas fotinhas com quem estava em seu caminho, subiu no palco e falou…Fátima chegou depois e foi de mesa em mesa cumprimentar os convidados da festa e só depois foi para o palco. Fez discurso para o aniversariante.
Para Fátima, nem parecia que ‘seu senador’ estava ali. Para Carlos, nada levava a crer que Fátima era ‘sua governadora’.
Nenhuma selfie dos dois para postar, e nas redes sociais de Carlos, zero cabimento para a governadora. Nas redes dela, mais uma vez aquela foto no geral, onde ele aparece no clima de ‘distanciamento social’ com a governadora.
TESTE DE URNA
A vice-prefeita de Natal, Aíla Ramalho, é o nome do PDT para disputar mandato de deputada federal. Sinal de que, ao contrário do que circula nos bastidores da política, o presidente do PDT, Carlos Eduardo Alves, não deixará a legenda. A candidatura de Aíla será um termômetro a medir a temperatura de Carlos Eduardo como transferidor de votos.
Vale lembrar que Carlos Eduardo, com a caneta de prefeito na mão, não conseguiu eleger seu auxiliar Sávio Hackradt deputado federal em 2014, e nem mesmo vereador em 2016, quando Sávio não chegou nem a 1.500 votos. Também em 2014 não conseguiu que o pai Agnelo Alves, eleito deputado estadual, alcançasse 10 mil votos na capital. A candidatura de Aíla, estreante na política, vai revelar se Carlos hoje é o transferidor de votos que não conseguiu ser quando era prefeito.
SECRETO
O ministro Rogério Marinho vai se desincompatibilizar do Ministério do Desenvolvimento Regional para ser candidato a senador no Rio Grande do Norte, mas vai continuar dando as cartas na pasta.
É que seu sucessor deverá ser o secretário executivo Daniel Pereira, que hoje comanda o setor que mais interessa a Rogério: o de orçamento e finanças, necessário para que o senadorável possa cumprir as promessas que tem feito a prefeitos do estado para garantir votos.
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