Política

Coluna Thaisa Galvão – 03 de Janeiro

por: NOVO Notícias

Publicado 3 de janeiro de 2022 às 16:30

COLUNA THAISA GALVÃO

ESTÁ FALTANDO WILMA

Está faltando uma Wilma de Faria na oposição do Rio Grande do Norte. Com coragem e chance de eleição, mesmo estando a distância de dois dígitos dos demais concorrentes na disputa eleitoral de 2002, quando enfrentou dois Fernandos, o Freire e o Bezerra, Wilma saiu de 2 pontos percentuais para tomar posse como governadora.

Para isso, contrariando assessores que não queriam perder mais dois anos garantidos na Prefeitura de Natal, ouviu apenas a mãe, Dona Sally, foi na Prefeitura para uma coletiva onde se esperava que ela dissesse que continuaria prefeita por mais dois anos…e renunciou. Tinha só 2% de intenções de votos para o Governo e foi ser candidata ao Governo.

FÁTIMA, A DESTEMIDA

O Rio Grande do Norte não tem outra Wilma. Ou a governadora Fátima Bezerra seria a destemida em seu lugar, fechando porteiras para quem quiser ousar enfrentá-la na disputa para assumir o governo em janeiro próximo? Wilma fez seus próprios cálculos e entendeu que venceria o atual governador em exercício Fernando Freire, vice de Garibaldi Filho que se afastou para disputar o mandato de senador. Fátima está no lugar onde estava Freire, segue na intenção de buscar reeleição, lidera pesquisas, e não se depara com uma Wilma na sua frente.

CARTUCHO QUEIMADO

O ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves até tentou repetir Wilma. Renunciou à Prefeitura certo de que estando bem na fita como prefeito, repetiria Wilma. E olhe que Carlos já tinha em seu currículo um mandato de deputado estadual e outra candidatura ao Governo. Já tinha percorrido o Estado em busca de votos. Wilma era apenas a prefeita da capital, desconhecida do interior, em tempos onde nem rede social existia. Carlos queimou cartucho. Se tivesse concluído o mandato, talvez seria hoje um nome forte para o Governo. Mas quis repetir Wilma, quando poderia ter sido apenas Carlos. Não deu.

RESSURREIÇÃO

Hoje o ex-prefeito de Natal dança para um lado e para o outro, sem saber se vai disputar o Governo ou o Senado. Sabe que para o Governo, continua quase um desconhecido no interior, apesar das entrevistas que tem dado em emissoras de rádio, que não garantem votos a ninguém. Para o Senado, depende de Fátima. Da Fátima de quem ele até já foi aliado, mas que foi o principal adversário em 2018, com direito a ataques frontais da parte dele e da mulher, Andréa Ramalho. Carlos tem horas que quer ser senador. Na realidade, o que ele quer mesmo é retornar ao cenário político que perdeu para o prefeito Álvaro Dias. Álvaro se reelegeu em primeiro turno sem a ajuda de Carlos Eduardo, daí a prova de que ele não é mais o que algumas pesquisas contam.

Porque entre perguntar em uma pesquisa se Carlos Eduardo Alves foi um bom prefeito e se alguém votaria nele, e o eleitor responder Sim, e o voto depositado na urna, há uma distância gigante. E contar com essa simpatia para reeleger ou derrotar Fátima, a distância é maior ainda.

IMPERDOÁVEL

Fátima segue sem adversário, o que não significa que não poderá ter. Mas para não tê-lo, não precisa atirar no pé e ressuscitar o seu ex-adversário Carlos Eduardo. Conhecido por não cumprir acordos com aliados, eleito senador na chapa de Fátima, Carlos se lançará candidato ao Governo no dia seguinte, sem combinar com os russos. Ressuscitando Carlos, Fátima poderá estar cavando sua própria cova. Sem uma Wilma de Faria pela frente, a governadora Fátima Bezerra, que ouvindo o ex-presidente Lula, terá Garibaldi Filho e o deputado Walter Alves como aliados, não precisa juntar mais um Alves no palanque de reeleição. Porque aí o palanque não será mais dela, e sim da oligarquia que tanto combateu. Vai ser difícil para a militância.