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Coluna Em Campo – por Marcos Lopes – 31 de janeiro

por: NOVO Notícias

Publicado 31 de janeiro de 2022 às 20:15

COLUNA MARCOS LOPES

Dança das cadeiras

Seis rodadas do Estadual e três treinadores já rodaram, pelo menos até o fechamento da coluna. Mirabor Rocha perdeu duas partidas no ASSU e jogou a toalha. No Potiguar, Joel Cornelli caiu depois de cinco jogos e no Globo, o treinador campeão, Hugo Chacon entregou na sexta rodada. O futebol é uma máquina de moer treinadores que é movida invariavelmente pelo imediatismo e pela falta de convicção dos dirigentes.

Joel Cornelli

Estava no futebol da Jordânia quando recebeu proposta do Potiguar e veio baseado no planejamento apresentado pela diretoria. Foi demitido porque segundo ele “apoiadores financeiros” do Potiguar pediram a demissão. O presidente do clube não quis arriscar e demitiu o profissional,

Reclamação

Não faz sentido a reclamação do treinador do América, Renatinho Potiguar que depois de empatar sem gols com o Força e Luz, questionou a mudança na data do jogo Santa Cruz x ABC que saiu da quarta (26) para o domingo, 30. Foi um pedido do mandante, o Santa Cruz. Está no regulamento do Estadual. Insinuar que houve favorecimento para o ABC ficou feio. E vejam só. O América jogou na quarta, dia 26 e só vai jogar novamente na quarta, dia 2. Uma semana inteira para trabalhar a equipe. Se tivesse vencido o Força e Luz, teria reclamação?

Absurdo

Defender torcida única no clássico eu já acho, data vênia, um absurdo. Defender clássico sem público então, beira a insanidade. Isso é assinar atestado de incompetência do Estado e não resolve absolutamente nada! Os confrontos não acontecem nos estádios, mas sim nos corredores já conhecidos. Garantir a segurança do cidadão é atribuição da Polícia. Tirar todo mundo dos estádios e imaginar assim vai resolver o problema da violência no futebol, é brincadeira!

Tem que jogar duro

Os marginais infiltrados nas organizadas não são punidos com o devido rigor, sabem que assim um TCO, Termo Circunstanciado de Ocorrência e não acontece nada e assim vai seguindo o jogo. A Polícia tem que atuar, o Ministério Público denunciar e a Justiça aplicar a pena cabível. Dá trabalho? Dá, mas tem que ser assim.

Estatuto do Torcedor

Decreto assinado pelo Presidente Jair Bolsonaro modificou o Estatuto de Defesa do Torcedor (Lei nº 10.671, de 15 de maio de 2003) tornando mais rígidas as punições a torcedores violentos. Segundo a nova legislação, “a torcida organizada que, em evento esportivo, promover tumulto, praticar ou incitar a violência ou invadir local restrito aos competidores, árbitros, fiscais, dirigentes, organizadores ou jornalistas será impedida, assim como seus associados ou membros, de comparecer a eventos esportivos pelo prazo de até 5 anos”. Antes a punição tinha a duração de 3 anos. Isso sem contar as penas aplicadas pelos crimes comuns que praticam.

Não foi sempre assim

Até o começo dos anos 1990, violência nos estádios era notícia vinda da Europa, onde os hooligans protagonizavam cenas terríveis, como a morte de 39 pessoas durante um jogo entre o clube inglês do Liverpool e os italianos da Juventus, em 1985.

Deram musculatura

No Brasil os clubes deram “musculatura” para as organizadas. Aqui as torcidas organizadas se profissionalizaram e enriqueceram. Recebem cargas de ingressos não só para ir aos jogos, mas também para revender. Passaram a formar alianças com grupos de outros estados – o que explica incidentes entre torcedores de clubes de locais afastados, que não têm histórico de rivalidade em campo. É um tema muito sério, profundo e preocupante.