A coluna desta semana entrevista o policial civil, integrante do grupo Policiais Antifascistas do RN, Pedro Tchê, único policial do RN que integra a equipe de transição de Lula. Pedro está no grupo da Segurança Pública e relata na conversa com a coluna o que ele tem visto no dia a dia dos trabalhos em Brasília.
Dani – Pedro, como tem sido participar da equipe de transição do Governo Lula, sendo, inclusive o único policial do RN no grupo?
Pedro – Esse fator de ser o único policial do RN me traz uma responsabilidade a mais, gostaria que fosse diferente nesse sentido. Há diversos colegas que têm muito conhecimento e que não foram chamados, mas entendo que na transição ainda não há um governo estabelecido e há sérias limitações. Mas, além da responsabilidade, sinto orgulho por poder levar algumas das pautas defendidas por esses colegas, principalmente a partir das necessidades da população, que é quem mais importa. O povo brasileiro merece uma segurança pública melhor, mais eficiente e que esteja mais ligada ao respeito às leis. Não dá pra fazer “polícia” ignorando ou desobedecendo o que está escrito na constituição e nas leis, isso se chama outra coisa e traz resultados trágicos a todos.
Dani – Quais são os principais assuntos abordados dentro do seu grupo na transição?
Pedro – Falando por alto, se discute muito uma possível reestruturação das polícias, estabelecimento de programas e projetos, planos de investimento, controle e fiscalização da atividade – tendo um olhar muito forte para a qualidade do serviço prestado, bem como algumas demandas corporativas.
Dani – Em que situação o grupo no qual você atua encontrou a gestão do governo federal que deixará o Palácio do Planalto em janeiro?
Pedro – Infelizmente não podemos falar de um legado positivo no campo da Segurança Pública. Como já noticiado, há diversos rombos orçamentários dentro dos órgãos da segurança pública, fenômeno parecido com o que está acontecendo com as Universidades, falta dinheiro para algumas tarefas e projetos que – simplesmente – não podem ficar nessa situação. Fora que, além da questão orçamentária, salvo poucas exceções, as propostas de lei, decretos e portarias relacionados à temática, no geral, trouxeram prejuízos ao Sistema. Então, acredito que é bem possível que seja dado um “reset”, ou tomada providências para reverter esse cenário.
Dani – Que observações importantes você poderia nos passar a respeito do que esperar do novo governo, com base no que vem sendo feito na transição?
Pedro – Nós temos uma limitação quanto a falar sobre o que está sendo construído na transição, embora essa curiosidade poderá ser sanada logo, a partir do dia 12, quando o Lula for diplomado. Acredito que ele vá também trazer à tona algumas questões prioritárias, mas para não deixar seus leitores sem um indicativo do que possa estar por vir: foi muito falado durante a campanha de um retorno do Pronasci, que trouxe durante os governos Lula-Dilma diversos projetos ligados à prevenção e redução da violência, além de também fomentar a formação policial através de cursos e bolsas para os mesmos, como também se falou muito numa mudança quanto a política da distribuição/acesso de armas no Brasil. Apesar de pontos muito discutidos durante a campanha, não dá para cravar se e como serão tratados, se estão já previstos num plano de curto prazo, ou se isso se dará de uma forma mais estruturada, demandando mais tempo. Mas adianto que pela qualidade do corpo técnico e dos coordenadores – inevitavelmente – teremos um corpo de ótimas ações previstos nos relatórios. O povo merece e muitos policiais desejam mudanças, e Lula vem dando sinais que está muito atento a essa questão.
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