SEM CHANCE
Mais difícil do que vencer a governadora Fátima Bezerra nas próximas eleições, para o deputado Ezequiel Ferreira, caso confirme sua candidatura à governador, será passar pela campanha majoritária no RN sem receber o carimbo do bolsonarismo. Se é isso que o presidente da Assembleia Legislativa quer, como indicam os bastidores noticiados, será preciso voltar ao passado e desfazer toda a chapa montada com a ajuda de bolsonaristas raiz, e que terá como candidato a senador Rogério Marinho, ministro queridinho de Bolsonaro, que estará no palanque do tucano com o nome do presidente escrito na
CENSURA
Presidente da OAB-RN, Aldo Medeiros Filho, acompanhou a opinião de diversos juristas brasileiros e também se posicionou contra a decisão do ministro Raul Araújo, do TSE, que acatou o pedido do PL e proibiu manifestações políticas no Lollapalooza . Para Aldo Medeiros, “o candidato que achar que ganha ou perde votos por conta de aplausos ou vaias de platéias de shows musicais ou teatrais tem muito o que aprender na matéria eleitoral”. Em sua opinião, “o TSE se equivocou”. “Dependendo do perfil da platéia, a vaia consolida votos e o aplauso retira”, afirmar em suas redes sociais.
INDEFINIDO?
Apesar da confirmação ao Blog Daniela Freire pelo presidente do MDB no RN, deputado federal Walter Alves, de que o prefeito de Mossoró está fechado com a chapa Ezequiel/Walter/Rogério, Allyson Bezerra disse em entrevista ao programa Enfoque Político, na Super TV, veículo de comunicação da capital do Oeste, que ainda está “indefinido” quanto ao apoio às candidaturas de Governo e Senado. “Não existe um definição relacionada ao Senado e Governo”, disse ele, ressaltando que apoios confirmados só para deputados federal (o presidente da Câmara Municipal Lawrence Amorim) e estadual (o ex-vereador Soldado Jadson).
SINAIS
“Existem acenos, desde que compromissos sejam acordados. E esses compromissos ainda não foram acordados”, reforçou uma fonte da coluna próxima a Allyson a respeito do posicionamento público adotado pelo prefeito. No entanto, os sinais dos fatos indicam alguns pontos que favorecem à confirmação de Walter.
TIME
Primeiro, é preciso reforçar que o presidente de uma legenda como o MDB não iria simplesmente ‘plantar’ uma informação dessas, com perigo de desagradar os aliados já definidos e os indefinidos. Segundo, como o próprio Allyson revelou à imprensa mossoroense, está tarde para quem quer anunciar candidatura majoritária, mas cedo para lideranças como ele cravarem o apoio.
BARGANHA
Em outras palavras, o prefeito de Mossoró, por estratégia política, não quer e não deve confirmar agora qual será o seu ‘lado’ no pleito deste ano, uma vez que ele ainda pode barganhar o seu apoio entre os concorrentes. Além disso, há o fato de que o Solidariedade, sua legenda, conta com pré-candidato ao Governo, com Breno Queiroga.
DINHEIRO DE MUITO
Mas vamos aos sinais de que Walter – e de uma fonte rogerista consultada pela coluna – sabia o que estava dizendo: O mais forte deles é o empenho público dos ministros bolsonaristas Fábio Faria (Comunicações) e Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) em relação a administração de Allyson. Os dois juntos já despejaram em Mossoró, só de janeiro para cá, quase R$ 100 milhões para investimentos da gestão do Solidariedade. Em ano eleitoral e num momento de fechamento de apoios isso quer dizer muita coisa.
EXEMPLO
Lembrando que Fábio e Rogério vêm fazendo o mesmo aqui em Natal: eles têm enviado, já há algum tempo, robustos recursos para a capital potiguar. E, assim, garantiram o apoio do prefeito Álvaro Dias para as próximas eleições.
Também conta a favor da afirmação de Walter o fato de que Allyson já havia fechado apoio à candidatura de Fábio a senador. Com a saída do ministro do PP do páreo, Rogério assumiu o lugar na disputa e a lógica é ele ‘herdar’ a aliança com o gestor mossoroense. Isso também mostra que não há dificuldade para Allyson se aliar a uma candidatura bolsonarista, como alguns alegam.
DE OLHOS
Esses fatos indicam que Rogério e Fábio vêm trabalhando intensamente para que a chapa que disputará o Governo com o apoio do presidente Jair Bolsonaro tenha Allyson Bezerra como aliado. E se o presidente do MDB adiantou que há apoio concreto de Allyson para a chapa em que ele próprio será o vice fica difícil não acreditar que a aliança se concretize.
Giro pelo Twitter…
…do portal UOL: “Tribunal extingue ação popular contra Dilma Rousseff sobre pedaladas”;
…do deputado federal Marcelo Ramos (PSD/AM): “Deixa eu ver se eu entendi. O Bolsonaro pode pedir voto e atacar seus adversários dentro do Palácio do Planalto em cerimônias oficiais financiadas com dinheiro público, mas um artista não pode manifestar sua crítica e suas preferências em um show privado? É isso, TSE?”;
…do jornalista Guga Noblat: “‘Acabou a farra com dinheiro público’, esbravejou Bolsonaro com Valdemar da Costa Neto e Collor ao seu lado do palanque”.
O senador Jean Paul Prates terá que anunciar esta semana se irá se desfilar do PT e ir para o PSD. Está chegando ao fim a janela partidária e alguns mistérios. Para isso, como adiantou com exclusividade à coluna, ele precisa do aval de Lula, com quem o parlamentar esteve no fim de semana durante evento do PCdoB.
