Com a chegada do presidente Jair Bolsonaro ao Partido Liberal (PL) consolidada, após o ato de filiação no último dia 30 de novembro, um dos partidos de maior tradição no Rio Grande do Norte vive um dilema, quando olha para o cenário local, onde a sigla faz parte da base de apoio do Governo do Estado, liderado por Fátima Bezerra (PT). O dilema se dá em respeito a uma exigência de Bolsonaro para assinar a ficha de filiação ao PL: o partido não fazer alianças com desafetos do presidente ou com partidos de esquerda.
A determinação foi aceita pelo presidente nacional do partido, o ex-deputado Valdemar da Costa Neto, e colocou em xeque alianças feitas por líderes estaduais em diversas localidades do país, em especial nas regiões Norte e Nordeste, onde, no RN, o deputado federal João Maia lidera a sigla há mais de 20 anos, e onde a governadora Fátima Bezerra conta com o apoio de políticos que hoje são filiados ao PL.
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Um desses apoiadores é o deputado estadual George Soares, que até o início deste ano era líder da governadora petista na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Apesar de deixar o posto, que foi assumido pelo deputado Francisco do PT, George continua sendo um dos nomes que formam a base governista na Assembleia, sendo inclusive, um dos membros governistas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid no RN. Ao lado de Francisco, líder e ex-líder do Governo fazem frente ao trabalho da oposição que é maioria na CPI e está nos últimos passos de seus trabalhos regulares.
Além de George, o deputado Ubaldo Fernandes também segue a linha governista e é outro que deve se decidir por uma mudança em breve, visto que, filiado ao PL, ou deixa de apoiar a governadora Fátima Bezerra, ou deve rumar para outra sigla, onde possa permanecer alinhado à política governista. Na Câmara Municipal de Natal, a vereadora Ana Paula é um conhecido nome de apoio à Fátima Bezerra, e seu destino deve ser outro partido em breve.
Tudo isso são apenas situações hipotéticas, algumas mais próximas da realidade, mas nenhuma tem uma decisão tomada oficialmente ainda, exceto a chegada de Bolsonaro à alta cúpula do partido e a mudança de postura com relação a alianças com partidos de esquerda. Contudo, o principal nome do partido no RN, o deputado João Maia, apoiador do governo Fátima, é protagonista de um silêncio insistente quando o assunto é a postura do partido depois da chegada de Bolsonaro.
Contudo, o silêncio mais parece uma forma de poupar fôlego para que ele possa resolver o quebra-cabeças que tem pela frente, ou até mesmo para as mudanças que estão por vir quando ele anunciar o próximo passo. Em suas redes sociais, o deputado foi incisivo ao dizer que não pretende deixar a sigla, mas evitou falar na continuidade do apoio à Fátima.
“Presido o Partido Liberal no Estado do RN há 20 anos e continuarei com altivez, garra e disposição lutando pelo crescimento do Rio Grande do Norte e do Brasil”, diz João Maia.
O deputado fez um post para comentar a chegada de Bolsonaro ao PL, fato que ele considera “um marco para o partido”. João Maia falou ainda do novo filiado potiguar à sigla, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, a quem ele chama de amigo.
“Hoje foi um dia muito importante para o nosso Partido Liberal (PL), que fica cada vez mais forte. Nacionalmente, com a chegada do presidente Jair Bolsonaro. No RN, com a vinda do Ministro Rogério Marinho, um amigo de tantos anos além da vida pública”, disse João Maia.
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