O jogador David Corrêa da Fonseca, atacante do Vasco, desfalcou a equipe na partida de segunda-feira (26) contra o Athletico Paranaense, para o tratamento de celulite facial. Embora o nome remeta às ondulações nas coxas e glúteos, a doença é considerada grave e pode levar a complicações como cegueira e meningite.
No rosto, ela se caracteriza por vermelhidão, inchaço, dor e aumento de temperatura no local. Também é perceptível uma placa infecciosa, mais rígida do que o restante da face. A princípio, o quadro pode ser confundido com uma alergia, mas nesta o paciente sente coceira, e não dor. Também pode ser confundido com erisipela, mas esta é mais superficial, enquanto a celulite é mais profunda e menos localizada.
A celulite facial é causada por uma bactéria, mais comumente o Staphylococcus aureus ou o Streptococcus pyogenes. Esse mesmo quadro de celulite infecciosa, com inchaço e dor, pode acontecer em outras partes do corpo.
Silvia Helena Nobre Chan, dermatologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, explica que a infecção facial costuma ser mais grave, devido ao acesso a outras áreas do corpo. “O maior perigo é estar perto da zona ocular, pois a bactéria pode migrar para o olho e causar cegueira ou outras sequelas. Ela também pode invadir as meninges, causando meningite, pode chegar até o cérebro”, exemplifica.
A internação costuma ser necessária, como no caso do jogador, para diminuir o risco desse avanço. “O profissional de saúde precisa acompanhar de perto essas bactérias”, diz a especialista
As bactérias acessam as camadas mais internas da pele por qualquer arranhão ou pequeno trauma. Por isso, lavar o rosto com sabonete é a primeira recomendação após incidentes com a face.
Espinhas são outra porta para os micro-organismos. “Não se deve espremer espinhas de jeito nenhum, por diversos fatores, e esse é um deles: você danifica a pele e deixa um espaço de entrada para bactérias”, explica Silvia, que conta ter atendido recentemente um caso de celulite facial em paciente com acne.
Infecções nos dentes também podem levar as bactérias à derme, reforçando a importância da escovação. É preciso estar atento ainda a picadas de insetos, em qualquer parte do corpo. Nesses casos, a dermatologista recomenda evitar coçar o local para não contaminar a ferida.
Caso não seja possível ficar sem coçar a área ou a laceração seja grande, a recomendação é procurar um posto de saúde para fazer a lavagem correta e receber os medicamentos adequados. O tratamento é feito com antibióticos e, caso o quadro se agrave, a medicação pode ser administrada diretamente na corrente sanguínea.
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