Desde que a covid-19 se tornou a principal preocupação dos sistemas de saúde no mundo inteiro, algumas outras doenças, com potencial destrutivo também preocupante, saíram dos holofotes, não só da mídia, como da população em geral, e talvez até do poder público.
Exemplo disso são as arboviroses dengue, zika e chikungunya, que desde que surgiram detêm um considerável grau de atenção do povo e dos gestores em saúde pública no Brasil inteiro. No Rio Grande do Norte, o último boletim epidemiológico da Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) mostra que essas patologias não podem ser esquecidas pelas autoridades sanitárias.
Divulgado no início deste mês de março, o documento é referente aos casos registrados no RN durante fevereiro. Os números mostram um grande aumento na quantidade de casos confirmados de dengue, zika e chikungunya. Em comparação com o mês anterior, janeiro, a dengue aumentou 319%, saindo de 31 pacientes confirmados com a doença para 130.
Zika e chikungunya têm menos casos, no entanto também apresentaram aumento nos registros. Essa última saltou de 12 casos em janeiro para 70 em fevereiro, um aumento de 483%. Já a zika, que não teve registros em janeiro, apresentou dois casos no mês passado.
O médico infectologista Luiz Alberto Marinho, em conversa com o NOVO, alerta para o fato de que essas doenças ainda são endêmicas e precisam de atenção.
“Desde 2020 que as pessoas só estão, ou pelo menos só estavam, preocupadas com a virose respiratória, o novo coronavírus, e se esqueceram que as arboviroses, que são dengue, zika e chikungunya, são endêmicas no Brasil, no Nordeste e no Rio Grande do Norte. Então a qualquer momento nós podemos ter casos clínicos e a qualquer momento, principalmente com o aumento da precipitação pluviométrica, que são as chuvas, podemos passar por surtos, como em vários anos tivemos de dengue, de zika e de chikungunya”, diz o médico Luiz Alberto Marinho.
O especialista aponta que há possibilidade de aumento dos números nos próximos meses.
“É possível que a doença – dengue – apareça mais nesses próximos meses, que são os meses em que realmente há aumento da intensidade da multiplicação do inseto transmissor do vírus da dengue. Isso ocorre exatamente nos meses de março, abril, maio, junho e julho”, diz Luiz Alberto Marinho, que completa: “Agora, não dá pra gente dizer se vai haver um surto grande esse ano. Mas sim que isso está dentro da possibilidade”.
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