A fama de casamenteiro rendeu muitas crenças populares, que envolvem virar o santo de cabeça pra baixo, tirar o menino Jesus de seus braços ou encontrar uma medalha ou imagem no bolo
Publicado 12 de junho de 2024 às 17:00
Nesta quinta-feira, 13 de junho, os católicos comemoram o Dia de Santo Antônio, conhecido como o santo casamenteiro. Mas de onde vem essa fama?
– Nascido em Lisboa em 1195, Fernando de Bulhões e Taveira de Azevedo ingressou na Ordem dos Agostinianos quando tinha 15 anos, segundo a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)
– Aos 25 anos, já morando em Coimbra, foi ordenado sacerdote. Quando o mosteiro em que ele morava recebeu os corpos de três frades menores que haviam sido martirizados em Marrocos, Fernando decidiu ingressar na Ordem dos Frades Menores e pediu para adotar o nome de Antônio. Queria ir para o Marrocos também, mas acabou sendo levado para a Itália.
– Ali viveu de maneira simples entre os frades e ficou famoso pelas suas pregações.
Antônio morreu em Pádua, em 13 de junho de 1231, aos 36 anos de idade. Foi sepultado numa basílica que logo se tornou lugar de peregrinação. Apenas 11 meses após sua morte, ele foi declarado santo pelo papa Gregório IX. Documentos registram 53 milagres atribuídos a ele, mas nenhum estava relacionado a casamentos.
A fama de casamenteiro, então, vem de onde?
Existe mais de uma história de casamento relacionada a Santo Antônio, mas segundo a CNBB a fama decorre após o religioso ter atendido ao pedido de uma moça que só conseguiria se casar se tivesse um dote (dinheiro ou posses que a família da noiva oferecia ao noivo, para convencê-lo a se casar).
Ela não tinha dinheiro, mas, após rezar diante de uma imagem de Santo Antônio, recebeu um bilhete com instruções. Deveria entregar o papel a um determinado comerciante, e o bilhete dizia que o comerciante deveria dar à moça moedas de prata correspondentes ao peso do papel. Pensando que o papel pesaria muito pouco, o comerciante aceitou.
Em uma balança de dois lados, ele colocou o papel de um lado e começou a preencher o outro com moedas de prata, até que a balança chegasse ao equilíbrio. Foram necessários 400 escudos, e o comerciante então se lembrou de uma promessa que havia feito a Santo Antônio e que não havia cumprido: dar 400 escudos de prata a um desconhecido. A jovem recebeu a quantia e pôde se casar.
A fama de casamenteiro rendeu muitas crenças populares, que envolvem virar o santo de cabeça pra baixo, tirar o menino Jesus de seus braços ou encontrar uma medalha ou imagem no bolo.
Existe ainda outra tradição ligada a este santo: o famoso pão de Santo António, símbolo de proteção e bênção, que se guarda de um ano para o outro para que não falte o pão na família daquela pessoa.
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