Aproximação mais comentada nos últimos dias é a do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, que na última quarta-feira (8) se encontrou com o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB)
Publicado 13 de dezembro de 2021 às 16:30
O ano eleitoral ainda não começou, mas os bastidores já estão bastante movimentados com hipotéticas alianças para as disputas de outubro do próximo ano. Um dos grupos que mais se tem comentado sobre é o da governadora Fátima Bezerra, que possui em sua chapa alguns espaços considerados vagos, como os de senador e de vice-governador, e que podem ser utilizados para atrair apoio de outros partidos.
Sobre esse assunto, a líder política Fátima Bezerra tem evitado falar, mas a possibilidade de alguns acordos têm sido levantada conforme o tempo vai passando. O primeiro sinal de convergência seria com o MDB, principalmente durante a estadia de Lula em Natal, momento em que o ex-presidente se reuniu com o ex-senador Garibaldi Alves e o deputado Walter Alves. Contudo, as conversas parecem ter estagnado e o assunto perdeu força na mídia.
A aproximação que mais se fala nos últimos dias é a do ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, que na última quarta-feira (8) se encontrou com o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB), com quem o NOVO conversou. Segundo ele, o encontro foi para falar dos cenários políticos nacional e estadual, e durante essa conversa, a possibilidade de Carlos Eduardo compor o grupo político de Fátima Bezerra em 2022 também foi levantada.
“Ele – Carlos Eduardo – falou que é candidato a governador, mas poderia ser candidato ao Senado e sendo ao Senado, abre a janela de diálogo com o nosso bloco”, diz Antenor, ao comentar sobre as pretensões do ex-prefeito de Natal, externadas no encontro da última quarta-feira.
O vice-governador diz ainda que Carlos confessou que a decisão só será tomada nos primeiros meses do próximo ano, depois que o PDT se reunir para definir os rumos do partido nas eleições de outubro, mas que, caso ele decida não disputar o Governo e sim o Senado, o diálogo com a situação já está aberto.
Antenor confirmou também que essa possibilidade é bem-vista pelo bloco político da governadora Fátima Bezerra. Para ele, há a possibilidade de uma federação – instrumento político novo que deve estrear no processo eleitoral nas eleições de 2022 – envolvendo o PDT, caso o partido opte por não manter a candidatura de Ciro Gomes à presidência da República, que segundo ele, começou a perder forças depois do surgimento do nome de Sérgio Moro na corrida.
Após o encontro, que foi registrado nas redes sociais, boatos de que o ex-prefeito de Natal poderia desembarcar no PCdoB começaram a surgir, no entanto, Antenor foi enfático ao dizer que não houve convite e que o interesse é outro.
“Não houve convite para ele se filiar ao PCdoB, porque para o nosso bloco político interessa agregar mais uma legenda, que seria o próprio PDT. Porque isso envolve tempo de televisão e representatividade de mais partidos”, diz Antenor Roberto.
Ainda sobre o encontro, Antenor comemora a abertura de diálogos e considera importante esse passo: “Essa conversa é importante porque como ele admite compor conosco se for candidato ao Senado, a gente já vai conversando. Se de fato ele anunciar que é candidato ao Senado, nós não vamos partir do zero nos diálogos, já tem conversa”.
Apesar de bem-vista pelo vice-governador e por alguns outros nomes do bloco, a aproximação de Carlos Eduardo e a possibilidade de ele ser o candidato a senador no palanque de Fátima Bezerra não conta com tanta simpatia por parte de alguns dos nomes mais importantes do PT potiguar na atualidade. Entre os motivos, podemos apontar que a chegada do ex-prefeito ao grupo inviabiliza o plano de reeleição do senador Jean Paul, que assumiu o mandato deixado por Fátima quando foi eleita para o Governo do RN e vê se aproximar o fim do período de sua legislatura sem saber se será o candidato da base governista de Fátima para continuar no Senado.
Para o vice-governador Antenor Roberto, a vaga de senador na chapa de Fátima deve ser utilizada para angariar apoios de outros partidos que possam contribuir no projeto de reeleição da governadora Fátima.
“Qual é o movimento que tem que existir? Trazer outros partidos. A correlação de forças da composição da majoritária envolve outros partidos. Então é natural que o próprio senador tenha essa maturidade de entender essa discussão que o PT precisa trazer, ou tenha interesse de agregar outras legendas à coligação da reeleição da Governadora Fátima”, diz Antenor Roberto.
Esse pensamento não é compartilhado pelos petistas detentores de mandato no RN, e isso ficou bem claro em um evento realizado na última sexta-feira, organizado pelo senador Jean, para que ele pudesse fazer o lançamento de uma revista sobre suas ações durante o mandato. Líderes políticos do PT estiveram presentes, e entre eles, os outros três parlamentares da sigla no RN, Isolda Dantas e Francisco do PT, como deputados estaduais e Natália Bonavides como deputada federal.
Com exceção de Francisco, que não falou abertamente sobre a continuidade do mandato de Jean, Isolda e Natália declararam sua preferência pelo nome de Jean Paul para ser o senador de Fátima Bezerra. Jean já anunciou algumas vezes que está à disposição do partido para concorrer à reeleição.
“Não tem como a gente ouvir todos os relatos dizendo que o seu mandato é fundamental, e não ter outra conclusão que não seja a de que foi pouco tempo. A gente precisa de mais, a gente precisa que no ano que vem esse companheiro aqui – Jean Paul – seja candidato ao Senado”, diz a deputada federal Natália Bonavides, que completou com dizendo que “já teve Alves demais senador nesse Estado, seja de qual partido for. A gente quer agora que o nosso mandato do Partido dos Trabalhadores seja renovado”.
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