Cotidiano

Calor excessivo requer atenção e exige aumento na ingestão de água

Especialistas alertam que uma hidratação inadequada pode aumentar o risco de superaquecimento e insolação

por: NOVO Notícias

Publicado 25 de março de 2024 às 15:00

Pode parecer pouco, mas manter uma hidratação adequada é uma das principais orientações para o bem-estar e o funcionamento eficiente do corpo humano. Isso porque a água desempenha um papel crucial em várias funções vitais, desde a digestão até a função cerebral. Com o aumento gradual das temperaturas e, consequentemente, o intenso calor que têm feito em Natal, a importância da hidratação precisa ser ainda mais levada a sério.

A endocrinologista Larissa Pimentel explica que a água desempenha múltiplas funções essenciais no organismo, incluindo a regulação da temperatura corporal, a função celular adequada, a digestão e absorção de nutrientes, além da desintoxicação. “A água ajuda a manter a temperatura do corpo em um equilíbrio saudável. Em condições de calor intenso, o corpo se esforça mais para manter sua temperatura estável, processo este que é auxiliado pela transpiração. A evaporação do suor da superfície da pele é um mecanismo de resfriamento natural que ajuda a baixar a temperatura do corpo. Sem hidratação adequada, esse processo pode ser menos eficaz, aumentando o risco de superaquecimento e insolação”, explica a médica.

Ela esclarece que a recomendação de beber pelo menos dois litros de água por dia é uma diretriz geral e serve como um ponto de partida útil para a maioria das pessoas. No entanto, a quantidade exata de água necessária pode variar significativamente de pessoa para pessoa, dependendo de uma série de fatores, incluindo idade, peso, nível de atividade física, condições climáticas e saúde geral. A fórmula mais comum para calcular a ingestão diária de água é baseada no peso corporal. “A regra geral é beber entre 30 a 35 mililitros de água por quilograma de peso corporal. Por exemplo, uma pessoa que pesa 70 kg deveria consumir entre 2.100 ml (2,1 litros) e 2.450 ml (2,45 litros) de água por dia”, calcula Larissa Pimentel.

Endocrinologista Larissa Pimentel – Foto: Divulgação

Para pessoas que vivem em climas mais quentes ou que estão envolvidas em atividades físicas intensas, a necessidade de hidratação pode ser maior. Nessas situações, o corpo perde mais água através da transpiração, e, portanto, a reposição deve ser adequada para evitar a desidratação. “Além da água, é importante lembrar que a hidratação também pode ser obtida a partir de outros líquidos e alimentos ricos em água, como frutas e vegetais. Alimentos como melancia, pepino, laranja, e morango têm alto teor de água e podem contribuir para a ingestão diária de líquidos”, pontua a endocrinologista.

A hidratação deve ser uma prioridade para qualquer indivíduo, mas idosos e crianças devem receber uma atenção ainda mais especial, já que, como reforça Larissa Pimentel, “ambos os grupos têm maior risco de desidratação devido a fatores como menor sensação de sede e, no caso dos idosos, potenciais condições de saúde que podem afetar o balanço hídrico”.

A nutricionista clínica Rafaela Pessoa também aborda a importância da hidratação e ressalta que a água também é responsável por manter normal o volume de sangue no corpo e, ainda, pelo transporte de nutrientes para o funcionamento corporal. “A hidratação celular é uma necessidade fisiológica, ou seja, devemos ingerir mesmo sem ‘vontade’ exatamente para que a água consiga realizar suas funções. A ingestão insuficiente de água pode provocar a desidratação, que leva o indivíduo a sentir desconforto, mal-estar, dores de cabeça frequentes, fraqueza, irritabilidade, falta de atenção e até obesidade, pois aumenta a fome e reduz a saciedade”, explica a nutricionista.

Nutricionista Rafael Pessoa – Foto: Divulgação

A frequência ideal com que devemos beber água pode variar bastante, dependendo de fatores individuais como metabolismo, atividade física e clima. Contudo, há algumas orientações gerais que podem ser úteis:

  1. Beber regularmente ao longo do dia: é aconselhável beber água em intervalos regulares ao longo do dia, mesmo antes de sentir sede. Esperar até sentir sede pode não ser o melhor indicador, pois a sede já é um sinal de que o corpo está começando a se desidratar.
  2. Adaptar-se de acordo com a rotina: para pessoas com uma rotina de exercícios físicos intensos ou que vivem em climas quentes, pode ser necessário beber água com mais frequência para compensar a perda de líquidos através da transpiração.
  3. Usar lembretes: algumas pessoas acham útil usar lembretes para beber água, como alarmes no celular ou aplicativos específicos que ajudam a monitorar a ingestão de água ao longo do dia.
  4. Observar o corpo: o corpo dá sinais sobre suas necessidades de hidratação. Além da sensação de sede, a cor da urina pode ser um indicador útil; uma cor clara e palha sugere uma hidratação adequada, enquanto uma cor mais escura pode indicar a necessidade de beber mais água.
  5. Distribuir a ingestão de água: beber grandes volumes de água de uma só vez pode não ser tão eficaz quanto distribuir a ingestão ao longo do dia. Isso permite que o corpo se mantenha hidratado de maneira constante, sem sobrecarregar os rins, por exemplo.

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