A manifestação com milhares de pessoas foi convocada pessoalmente por Bolsonaro para mostrar força política e apoio popular no momento em que ele e aliados são pressionados por inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF)
Publicado 25 de fevereiro de 2024 às 17:45
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou neste domingo (25), durante ato político na Avenida Paulista, em São Paulo, que sofre uma perseguição que se recrudesceu depois que deixou a presidência no fim de 2022 e pediu anistia a presos do 8 de Janeiro. O ex-mandatário ainda negou a articulação golpista depois da derrota nas eleições.
“Golpe é tanque na rua, é arma, é conspiração. Nada disso foi feito no Brasil. Por que continuam me acusando de golpe? Porque tem uma minuto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Deixo claro que estado de sítio começa com presidente convocando conselho da República. Isso foi feito? não”, disse.
A manifestação com milhares de pessoas foi convocada pessoalmente por Bolsonaro para mostrar força política e apoio popular no momento em que ele e aliados são pressionados por inquéritos da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF).
O ex-presidente mencionou a derrota eleitoral dizendo que “aquela coisa que aconteceu em outubro de 2022″ deve ser considerada “página virada”. Contudo, voltou a lançar suspeitas sobre a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Nós podemos até ver um time de futebol sem torcida ser campeão, mas não conseguimos entender como existe um presidente sem povo ao teu lado”, afirmou.
Ele evitou citar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que foi alvo de outras manifestações de Bolsonaro. Houve uma menção indireta a integrantes do Poder Judiciário. “Quando o Estado Democrático de Direito não é respeitado, aquela minoria fabrica órfãos de pais vivos. O abuso por parte de alguns traz insegurança para todos nós”, disse.
Bolsonaro foi aconselhado a evitar subir o tom contra o STF para não piorar a situação jurídica dele e de aliados. O ex-presidente é investigado em pelo menos oito inquéritos, de fake news sobre urnas eletrônicas a ataques golpistas e venda de joias do acervo da Presidência.
Ele está inelegível até 2030 e aliados já trabalham com a possibilidade de prisão dele. “Se eles te prenderem, você vai sair de lá exaltado. Se eles te prenderem, não vai ser para a tua destruição, mas para a destruição deles”, disse o pastor Silas Malafaia, organizador do ato, durante o discurso.
Nas imediações da Avenida Paulista, os apoiadores evitaram mensagens contra integrantes do Judiciário e pedidos de intervenção militar. Bolsonaro pediu expressamente para que ninguém comparecesse com “faixa e cartaz contra quem quer que seja”.
Além de Bolsonaro e Malafaia, discursaram os deputados Gustavo Gayer (PL-GO) e Nikolas Ferreira (PL-MG), o governador de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), e o senador Magno Malta (PL-ES). A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro também falou à multidão. As falas tiveram referências bíblicas e tom de pregação.
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