Bolsonaro acompanha julgamento do golpe no STF - Gustavo Moreno/STF
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) compareceu nesta terça-feira (25) ao Supremo Tribunal Federal (STF) para acompanhar o julgamento que pode torná-lo réu por tentativa de golpe de Estado. A sessão ocorre na 1ª Turma da Corte, composta pelos ministros Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia. Bolsonaro chegou ao STF por volta das 9h25, segundo informou seu advogado, Paulo Cunha Bueno.
A denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) também envolve outros sete aliados do ex-presidente: Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier Santos, ex-comandante da Marinha; Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência; Mauro Cid, ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência; Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Walter Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.
Os oito acusados respondem por cinco crimes: tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Se a denúncia for aceita, Bolsonaro se tornará o primeiro ex-presidente da República a se tornar réu por tentativa de golpe. Caso contrário, o processo será arquivado.
Durante a manhã, Bolsonaro enviou mensagens a contatos próximos pelo WhatsApp, alegando que nunca tramou um golpe e que sua ausência no Brasil no dia 8 de janeiro de 2023 comprova que ele não participou dos atos golpistas. Ele afirmou ainda que o julgamento faz parte de um plano para impedir sua candidatura em 2026 e declarou confiar na Justiça. O ex-presidente também criticou a composição da 1ª Turma do STF, referindo-se a Alexandre de Moraes e Flávio Dino como seus “desafetos” e a Cristiano Zanin como ex-advogado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A sessão desta terça-feira marca o início do julgamento, que deve se estender ao longo do dia e continuar na quarta-feira (26). A defesa de Bolsonaro tentou impedir a participação de três ministros na análise do caso, mas os pedidos foram negados. Caso a denúncia seja aceita, a ação seguirá para as próximas fases processuais, com possibilidade de interrogatório dos acusados e produção de provas.
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