A Justiça Estadual de São Paulo, por meio da 1ª Vara de Crimes Tributários, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro, determinou o bloqueio de R$ 40 milhões em imóveis e ônibus de integrantes do PCC e do contador João Muniz Leite. O contador foi responsável pelo Imposto de Renda do ex-presidente Lula e, até hoje, cuida da contabilidade e divide sala com empresas do filho do petista, Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.
O pedido, endossado pelo Ministério Público Estadual de São Paulo, foi feito pelo delegado Fernando Santiago. Além de João Muniz Leite, o bloqueio atinge o traficante de drogas Anselmo Becheli Santa Fausta, o Cara Preta, considerado um dos principais fornecedores de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC), e seu sócio, Silvio Luiz Ferreira, o “Cebola”, chefe da Sintonia do Progresso, que cuida do tráfico doméstico mantido pela facção. O Cara Preta foi morto em uma emboscada na zona leste, em dezembro de 2021.
A medida da Justiça atingiu 250 ônibus da UPBus, a empresa de ônibus comprada por Santa Fausta supostamente com o dinheiro lavado nas loterias. A UPBus mantém contrato de R$ 660 milhões com a Prefeitura de São Paulo e toma conta de 13 linhas de ônibus na zona leste. Cebola, que está foragido, também integra a diretoria da empresa.
O contador é suspeito de ser o “operador de um complexo esquema de lavagem de dinheiro através de prêmios da Loteria Federal”. Como mostrou o Estadão, Muniz ganhou 55 vezes em loterias federais somente no ano de 2021, junto com a esposa. Segundo a contagem final da Polícia Civil, o montante lavado pelo contador em prêmios na loteria chegou aos R$ 40 milhões. Do total, R$ 16 milhões ficaram com o contador e o restante teria ficado com Santa Fausta.
O ex-presidente Lula não é alvo da investigação. Muniz é contador da família do ex-presidente até hoje. Levam o logo da JML Assessoria Contábil e Fiscal os documentos de cadastro, na Junta Comercial de São Paulo, em fevereiro de 2022, da mais recente empresa criada por Lulinha, a LLF Tech Participações LTDA, sediada no apartamento onde o filho do ex-presidente reside. O imóvel está em nome do empresário Jonas Suassuna, que foi sócio de Lulinha e proprietário formal do sítio Santa Bárbara, em Atibaia, propriedade em razão da qual Lula foi processado na Lava Jato.
*Com informações do Estadão
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