Faz poucos dias que vimos a seguinte declaração do Pastor André Valadão: “Criou a sua filha para quê? Para virar uma vagabunda? Ou você a criou para virar uma mulher santa, uma mulher digna de família? Aí ela tem um diploma, é rodada, é doida…”
Por ser mulher, já temos uma grande dificuldade de empreender ou ter um emprego de carteira assinada.
Para além disso, é de conhecimento de todos a existência da disparidade salarial entre homens e mulheres.
Dados do IBGE apontam que o salário médio das mulheres no Brasil alcança apenas uma média de 79,5% do salário dos homens.
E, neste contexto, é fato que a mulher precisa esforçar-se de uma forma muito mais intensa para conseguir consolidar uma carreira no mercado de trabalho, principalmente, com qualificação profissional.
Então, se não estudar, a submissão e dependência financeira ao companheiro/marido será concretizada.
Não estou falando que é errado depender financeiramente do marido, mas, infelizmente, os reflexos não são positivos.
Outro dia, em uma matéria veiculada pelo Portal do CNJ, a juíza Madgéli Frantz Machado, titular do 1º juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher de Porto Alegre do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJRS), declara que:
“A violência contra a mulher sempre tem como objetivo o controle da mulher. E uma das formas de controle é manter a companheira financeiramente dependente pois assim ela não tem condições de sair de perto desse homem”
Logo, a dependência financeira, de uma forma ou de outra, gera esse sentimento de controle, de posse, de objetificar a mulher.
Nesse contexto, é importante que você saiba, a violência patrimonial é silenciosa, causa dependência, e, em algumas situações, ao termino desse relacionamento, prejudica a mulher em várias concepções.
Afinal, o divórcio ou a dissolução da união estável também emana efeitos econômicos consideráveis.
Se você me perguntasse como poderia evitar esse tipo de situação, a primeira resposta que vem a minha mente é: AUTOCONHECIMENTO.
O autoconhecimento gera liberdades, porque conhecer a si mesma é compreender o mundo que vivemos.
01 – Saiba quais são os bens particulares de cada um e quanto cada um percebe;
02 – Busque conhecimento com um especialista sobre os regimes de bens e qual o mais adequado para os objetivos do casal, podendo elaborar um pacto antenupcial ou um contrato;
03 – Nunca assine qualquer documento sem ler e compreender do que se trata;
04 – Tenha autonomia e administre seu salário, você tem propriedade para isso.
05 – Nunca compre nada sem documentação e comprovação de que existe propriedade quanto ao bem, seja ele móvel ou imóvel;
06 – Não aceite comprar o bem e colocar em nome de terceiros;
No nosso próximo encontro, vamos falar sobre o que você pode fazer para compreender o que é a violência patrimonial e sugestões para proteção patrimonial.
Então, se quiser me perguntar algo sobre isso, pode enviar um email para rafaela@camaraenagib.adv.br ou meu perfil do instagram @rafaelacamaras.
Até a próxima.
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