“Num contexto de conversas em torno de alianças políticas, não se pode fechar portas”. Foi assim que o presidente do MDB no RN, deputado Walter Alves, respondeu à pergunta do blog sobre a possibilidade de ele ser candidato a vice de Fátima Bezerra em 2022, numa articulação que lançaria o seu pai e ex-senador Garibaldi Alves candidato a deputado federal, deixando a vaga do Senado livre na chapa governista.
Questionado sobre em que pé estão as negociações com o PT, se avançadas, em repouso ou longe de um desfecho, Walter comentou que nesse momento as conversas ocorrem “sem açodamento, ouvindo as bases”. “Para, no momento certo, tomar a melhor decisão para o partido e, sobretudo, para a construção de uma aliança que possa ajudar a transformar o nosso estado”, afirmou.
Na opinião do deputado, o RN “precisa voltar a ser mais atrativo economicamente, como já foi em passado recente” e citou o período em que o Estado era chamado de “tigre ensolarado”, pelo crescimento diferenciado. “Temos potencial e precisamos gerar empregos e oportunidades para o nosso povo. Recuperar o tempo perdido”, comentou.
A pedido do blog, Walter Alves também avaliou a gestão da pandemia de covid-19 no Brasil. “Infelizmente, os números atestam que não lidamos bem com a pandemia no Brasil. Vejam, o nosso país possui 2,7% da população mundial e as mortes por covid entre brasileiros, mais de 600 mil, representam cerca de 12% das mortes que ocorreram em todo o mundo. Somos o 2° país com mais mortes em números absolutos e o 7° em números proporcionais”, destacou, apontando que “apostou-se num discurso de choque entre as medidas de proteção às vidas das pessoas e a defesa da economia”.
Abaixo a entrevista na íntegra do deputado Walter Alves ao blog Daniela Freire
1 – Deputado, o MDB potiguar, representado pelo senhor e pelo seu pai, ex-senador Garibaldi Alves, está discutindo com o PT no RN uma aliança para as eleições de 2022. Em que pé estão as negociações entre os partidos? Avançadas, em repouso ou longe de um desfecho?
Estamos conversando sem açodamento, ouvindo as bases, para, no momento certo, tomar a melhor decisão para o partido e, sobretudo, para a construção de uma aliança que possa ajudar a transformar o nosso estado. O RN precisa voltar a ser mais atrativo economicamente, como já foi em passado recente, quando, pelo crescimento diferenciado, foi chamado de “tigre ensolarado”. Temos potencial e precisamos gerar empregos e oportunidades para o nosso povo. Recuperar o tempo perdido.
2 – É fato que as pesquisas estão mostrando o senhor bem posicionado para uma reeleição de deputado federal e o seu pai para uma nova eleição de senador. Mas há notícias de que o cenário deverá ser diferente, com o senhor candidato a vice de Fátima Bezerra e Garibaldi candidato a deputado federal, deixando a vaga do Senado livre na chapa. O que o senhor diz a respeito dessa possibilidade?
É natural que eu, no 2° mandato de deputado federal, onde creio que esteja fazendo um bom trabalho, queira renová-lo nas urnas, prestando contas de tudo que conseguimos realizar nesse período. Da mesma forma, Garibaldi Filho, que dispensa apresentações, senador por 3 mandatos, tendo sido inclusive Presidente do Senado Federal, com atuação destacada, tenha seu nome frequentemente lembrado para concorrer novamente a uma vaga naquela Casa. Inclusive, as pesquisas indicam o nome de Garibaldi em 1° lugar para o Senado, o que demonstra um reconhecimento popular a toda a sua história política, homem público ficha limpa, governador que transformou o RN e que é um político respeitado nacionalmente. Agora, num contexto de conversas em torno de alianças políticas, não se pode fechar portas.
3 – Considerando a pandemia de covid-19, como o senhor avalia a gestão Fátima Bezerra? E a gestão Bolsonaro?
Infelizmente, os números atestam que não lidamos bem com a pandemia no Brasil. Vejam, o nosso país possui 2,7% da população mundial e as mortes por covid entre brasileiros, mais de 600 mil, representam cerca de 12% das mortes que ocorreram em todo o mundo. Somos o 2° país com mais mortes em números absolutos e o 7° em números proporcionais. Essa triste e dolorosa realidade, com muitas famílias destroçadas por perdas, é inconteste e vem como consequência de vários erros cometidos. O primeiro deles, ao meu ver, foi a falta de diálogo. Depois, apostou-se num discurso de choque entre as medidas de proteção às vidas das pessoas e a defesa da economia. Ao se adotar essa postura, acaba-se que nem se protege as vidas (e o triste resultado está aí), nem se salva a economia. Economistas de todo o mundo sempre apontaram que o tempo de duração da pandemia seria mais devastador para as atividades econômicas do que o rigor das medidas sanitárias em si. Faltou essa compreensão no Brasil e a pandemia perdurou, durante um longo período, com altas taxas de contágio e mortes. Outra questão, atestada pelo trabalho da CPI da Covid, foi a demora em adquirir as vacinas. Se tivéssemos largado na frente, milhares de vida poderiam ter sido salvas. Por outro lado, temos que destacar o papel do SUS, sempre tão criticado no dia-a-dia, mas que presta um papel essencial na atenção à saúde da população, como também ao Plano Nacional de Imunização brasileiro, que sempre foi uma referência para o mundo. A partir do momento em que as vacinas foram realmente disponibilizadas, a vacinação avançou bastante. Nesse contexto, governadores e prefeitos fizeram o que estava ao alcance de cada um, com erros e acertos, mas sem uma coordenação nacional que teria sido fundamental para um enfrentamento mais exitoso da pandemia.
Receba notícias em primeira mão pelo Whatsapp
Assine nosso canal no Telegram
Siga o NOVO no Instagram
Siga o NOVO no Twitter
Acompanhe o NOVO no Facebook
Acompanhe o NOVO Notícias no Google Notícias