Tem divulgação de fake news sobre presença de Fátima Bezerra em festa, passando por pedido de impeachment e até insistência na presença do Exército com intenção de desmoralizar gestão do PT
Publicado 20 de março de 2023 às 02:35
O Governo do RN falhou no sentido de evitar os ataques criminosos que tomaram conta do Estado desde a madrugada da última terça-feira. Isto é um fato e o ‘delay’ do Executivo pode e deve ser criticado. A inteligência do estado simplesmente não funcionou a contento: a príncipio, não sabia-se dizer ao certo o motivo dos crimes coordenados e nem de onde eles partiam. E o estrago foi grande. Mas também houve reação da gestão no sentido de conter as ações e reduzir os estragos.
Em tempo recorde, Fátima Bezerra foi recebida pelo ministro da Justiça Flávio Dino, que garantiu o envio de reforços da Força Nacional de segurança. Isso foi na última terça (14). Hoje, domingo (19), há em solo potiguar 700 oficiais da PF e da Força Nacional auxiliando no combate aos ataques. Dino apressou o passo e já está no RN para acompanhar ‘in loco’ o trabalho da Força Nacional. Ele disse que o apoio ao Governo Fátima “não tem limites”.
Ao mesmo tempo, o Governo anunciou na manhã de hoje (19) uma redução de 85% na quantidade de ações criminosas. De 104 ataques na terça para 15 neste domingo. São dados oficiais do Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública Regional Nordeste e pela Coordenadoria de Informações Estatísticas e Análises Criminais da Sesed. Além disso, foram presos até o momento 117 suspeitos, Operação Normandia, transferência de presos considerados líderes de fação, dezenas de armas e artefatos para provocar explosões e incêndios.
Mas, enquanto isso, alguns políticos de oposição, não por acaso os que representam a extrema-direita, estão aproveitando-se da grave crise para tentarem se promover politicamente com base em muita fake news, informações distorcidas, demagogia e hipocrisia. O senador Styvenson Valentim, por exemplo, repostou imagem de Fátima em evento com atores globais ocorrido dias antes (11 de março) do início das ações criminosas, acusando-a de ter estado em evento com os mesmos artistas mais recentemente (dia 17 de março), já com o RN sob ataque, o que é falso.
Já o deputado Sargento Gonçalves, que disse que quer o impeachment da governadora porque ela não combate os criminosos, é o mesmo que fez dobradinha na última eleição com candidato cuja ficha corrida no crime (que deixa a muitos líderes de facção criminosa no chinelo) foi lida há poucos dias no plenário do TSE pelo ministro Ricardo Lewandowski. Além do mais, impedimento da governadora não mudaria em nada o agente causador da tragédia.
Ou seja, nada mais é do que um discurso demagógico.
Apresentar solução, se colocar à disposição da governadora ou ao menos se solidarizar eles não tiveram coragem de fazer.
Neste grupo há ainda os deputados federais Coronel Azevedo e General Girão e o senador Rogério Marinho, que se juntam a alguns deputados estaduais de oposição e ficam repetindo que o Estado precisa de intervenção federal, de Exército nas ruas. Styvenson também engrossou esse coro. O motivo para tanta vontade de os parlamentares bolsonaristas verem a instalação de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no RN é simples: sabem que não resolve o problema (sistema penitenciário deficitário e falta de estrutura das polícias) e passa a imagem de que a governadora Fátima perdeu as rédeas do problema e as condições de governar – já é o discurso oportunista de alguns deles, inclusive.
É impressionante ver o deputado Azevedo, por exemplo, defender que as Forças Armadas têm que vir para o RN. Em 2017, quando ele comandava a Polícia Militar do Estado durante o maior massacre já visto no sistema penitenciário do RN, sob gestão de Robinson Faria. Ele não pediu intervenção federal naquela ocasião, negociou diretamente com uma liderança de facção para por fim à guerra entre criminosos que já assolava a população potiguar.
Por fim, é preciso fazer justiça e lembrar que não foram todos da oposição a tentar se aproveitar da situação de caos contra Fátima Bezerra. O deputado Robinson Faria, por exemplo, pai de um ex-ministro bolsonarista raiz, manifestou preocupação e se colocou à disposição para ajudar. Robinson foi antecessor de Fátima e enfrentou a pior crise já ocorrida no sistema carcerário do RN. Precisou negociar com o crime para ver findar o massacre em Alcaçuz. Outro exemplo de político de oposição que, pelo menos até agora, não fez discurso demagógico sobre os ataques foi o prefeito Álvaro Dias, que também se colocou à disposição para ajudar o governo a vencer a facção.
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