No dia em que anunciou queda 7,1% nos preços do gás natural, o presidente da Petrobras, Jean-Paul Prates, criticou a política de desinvestimento da companhia no governo Jair Bolsonaro por, segundo ele, levar a estatal à venda e posteriormente ao desaparecimento por falta de investimento em transição energética.
“Ao se preparar para vender, as teses eram a rentabilidade altíssima de curto prazo, sem necessariamente mostrar o que a empresa seria em dez anos. Como aquela toada foi interrompida, as pessoas não percebem isso, mas o ponto futuro era não estar mais no Norte do país, na Amazônia, não estar mais no Nordeste at all [de maneira alguma], nem em refino nem produção, não estar mais em Minas nem no Sul”, disse Prates nesta quarta (19) durante encontro com jornalistas, no Rio.
“Se tivessem obtido sucesso nessa empreitada, nós teríamos a Petrossudeste, com alguns campos do pré-sal produzindo para quatro ou cinco refinarias no Sudeste, e todo o resto vendido, operações internacionais descontinuadas. Seria uma operação altamente lucrativa, mas com horizonte operacional muito curto”, afirmou.
“No médio e longo prazo, ela se tornaria próxima de uma independente texana, pronta para ser vendida para alguém maior ou desaparecer por falta de transição energética”, projetou.
A soma de ativos da Petrobras vendidos de 2015 a 2022 passou de R$ 280,4 bilhões, segundo levantamento do Observatório Social do Petróleo, que é ligado à FNP (Federação Nacional dos Petroleiros).
Prates também anunciou que a política de dividendos altos – uma das marcas da gestão anterior – já deve ser mudada para o segundo trimestre deste ano.
Na segunda (17), Prates afirmou à Reuters que o novo plano estratégico da estatal para o período de 2024 a 2028 deverá prever um aporte semelhante ao atual (2023-2027), de cerca de US$ 78 bilhões.
Além disso, de acordo com reportagem da agência, a empresa está atualmente preparando uma prévia do próximo plano de negócios, que deverá ser divulgado no próximo mês e incluir um maior foco em fontes de energia renovável. A prévia tem como objetivo preparar o mercado para o documento estratégico totalmente reformado previsto para ser publicado no fim do ano.
Com informações do UOL e do InfoMoney
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