Na primeira fala após período de silêncio absoluto, tom de Ezequiel foi de alinhamento com oposição

À rádio Minha Vida FM, o presidente da Assembleia confirmou que participou da articulação para ser pré-candidato a governador, elogiou gestão Bolsonaro e disse que Fatima “teve sorte” e fez “o que podia”

por: Foto do autor Daniela Freire

Publicado 16 de maio de 2022 às 18:36

Foram meses de silêncio até que nesta sexta-feira o presidente da Assembleia Legislativa do RN, deputado Ezequiel Ferreira, resolveu falar. Do final de 2021 até poucas semanas atrás ele protagonizava o cenário político-eleitoral ao ser alçado ao posto de nome ideal para disputar o Governo pela oposição bolsonarista contra a hoje aliada Fátima Bezerra. Ele nunca disse que “sim”, nem que “não”, ao passo que mantinha cargo indicado no Executivo potiguar.

À rádio Minha Vida FM, de Martins, Ezequiel deu as tão esperadas declarações: confirmou que participou da articulação para ser o pré-candidato a governador da turma bolsonarista, disse que não aceitou porque foi a última opção do grupo, depois de Carlos Eduardo e de Álvaro Dias. “Não houve uma escolha de meu nome. Houve, diante da impossibilidade desses dois nomes”, afirmou.

Mas o que chamou a atenção do Blog foi o tom usado pelo presidente da Assembleia ao tratar sobre os governos de Jair Bolsonaro e de Fátima Bezerra. Numa comparação rápida, a respeito do que ele disse sobre um e outro, ficou perceptível o alinhamento mais forte de Ezequiel com a oposição.

O parlamentar confirmou voto em Rogério Marinho para o Senado e fez bons elogios à gestão federal. Mas ao falar sobre a gestão estadual, da qual é aliado formal, disse que Fátima “teve sorte” e atribuiu aos ministros bolsonaristas Rogério Marinho e Fábio Faria o sucesso pela chegada da verba ao RN. Além disso, ele repetiu a cartilha bolsonarista e tirou da manga a velha fake news de que recursos federais foram responsáveis pelo pagamento da folha atrasada do funcionalismo estadual do RN. Ezequiel ainda foi crítico ao citar a gestão petista e minimizar a administração ao afirmar que a governadora “fez o que podia” graças aos recursos de Bolsonaro.

Ezequiel também evitou cravar apoio à reeleição de Fátima e deixou claro que irá liberar filiados à escolherem em quem votar para governador. Ou seja, em resumo, ele ffalou muito mais com entonação de oposição do que de governo.