Fábio Faria pede a eleitores de Bolsonaro que boicotem pesquisas Datafolha, Ipec “e similares”

Usando o argumento de que institutos erraram resultados do 1º turno, ministro das Comunicações potiguar faz críticas duras, criminalizando as sondagens em suas redes sociais

por: Foto do autor Daniela Freire

Publicado 14 de outubro de 2022 às 11:47

O ministro potiguar das Comunicações, Fábio Faria, usou a sua conta no Instagram para direcionar críticas criminalizando os institutos de pesquisa Ipec, Datafolha “e similares”, como ele próprio disse, em vídeo compartilhado nas suas redes sociais.

Além disso, Faria também pediu que apoiadores do presidente Jair Bolsonaro boicotem esses institutos e não respondam os seus questionários. “Divulgar pesquisas como arma de manipulação do eleitor deve ser proibido. Não vamos permitir que os institutos prestem esse desserviço ao Brasil. Peço a todos que apoiam o presidente que NÃO respondam nenhuma pesquisa do IPEC, DataFolha e similares no 2º turno”, escreveu.

Fábio é um dos expoentes do bolsonarismo radical que tem dado apoio ao presidente nos ataques às pesquisas, usados como arma eleitoral. Ataques materializados, inclusive, pelo próprio ministro da Justiça, Anderson Torres, que encaminhou à Polícia Federal (PF) um pedido de abertura de inquérito sobre a atuação dos institutos de pesquisas eleitorais.

Nesta quinta-feira à noite, o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, derrubou o inquérito da Polícia Federal que tinha o objetivo de investigar pesquisas de intenção de voto a pedido do ministro da Justiça. A investigação aberta pelo Cade também foi interrompida.

Fábio sabe, assim como Bolsonaro e todos os seus aliados e cúpula da campanha, que pesquisa eleitoral não é feita para adivinhar resultados de eleições. Elas são realizadas para dar uma noção do cenário em determinado momento da campanha e pré-campanha. O bolsonarismo usa a má-fé como mote de campanha contra os institutos de pesquisa.

Prova disso é que o pedido do ministro Anderson Torres não incluiu o instituto Brasmarket, que errou feio o resultado para presidente, dando Bolsonaro como vencedor do primeiro turno. Os institutos que o governo Bolsonaro quer investigar não apenas acertaram os números de Lula como anteciparam que o petista era quem estava na frente naquele momento.