Enquanto Carlos e Rogério polarizam, Rafael mira nos mais de 40% de eleitores que ainda não definiram voto ao Senado

Pesquisa mostra um corredor de votos ainda não atingidos pelas pré-candidaturas postas até agora. Segundo Motta, ele tem ouvido da população “eles não”, em referência ao ex-prefeito de Natal e ao ex-ministro bolsonarista

por: Foto do autor Daniela Freire

Publicado 10 de maio de 2022 às 14:43

Há um cenário revelado pela mais recente pesquisa Band Natal/Instituto Seta, divulgada nesta sexta-feira (06), para a disputa ao Senado no RN que chama a atenção: quase metade do eleitorado ainda não tem definido um candidato a senador para as próximas eleições.

Os números apresentados foram esses:

– Carlos Eduardo (PDT) – 29,7¨%

– Rogério Marinho (PL) – 18,2%

– Robério Paulino (Psol) – 3,8%

– Ney Lopes (Brasil 35) – 1,9%

– Não sabe/não respondeu: 22,8%

– Ninguém/branco/nulo: 23,6%

Carlos Eduardo lidera com dez pontos à frente de Rogério Marinho, mas 46,4% dos entrevistados pela Seta revelam que não têm candidato a senador. Basta somar os 23,6% que disseram à sondagem que pretendem votar em branco ou nulo, com os 22,8% que não souberam responder em quem irão votar. Esse pode ter sido o espaço enxergado pelo PSB no RN para, com o apoio nacional, lançar a pré-candidatura de Rafael Motta ao Senado.

Em entrevista à TV Ponta Negra, nesta segunda-feira, Rafael afirmou: “Eu ando muito e o que a gente escuta pelo RN é basicamente ‘eles (Carlos e Rogério) não’. As pessoas não querem essas pré-candidaturas que estão colocando o nome a postos”.

Uma fala que combina bem com os números apresentados pela Seta, mostrando que ainda tem muito eleitor sem candidato ao Senado, enquanto Carlos e Rogério polarizam os ataques entre si.

 

Em outro campo

Além de tudo disso, Rafael Motta também contabiliza algumas vantagens político-partidárias se comparado com Carlos Eduardo, na disputa dentro da esquerda. Por exemplo, o fato de ser totalmente aceito pelas principais lideranças petistas no RN e pelas bases desse campo ideológico, ao contrário do que ocorre com o presidente do PDT no RN.

Em 2018, Rafael Motta não votou em Bolsonaro, como fez Carlos. Além disso, o candidato do seu partido a presidente da República é Lula, que terá Alckmin do PSB como vice, e o deputado já pode e declara abertamente o seu voto no petista. Carlos Eduardo não consegue fazer isso, pelo menos nesse momento em que o PDT tem pré-candidato a presidente com Ciro Gomes.

 

Ajuda ou atrapalha?

Em tese, a pré-candidatura de Rafael Motta chega grande e consistente do ponto de vista de apoios e estrutura. Se ela conseguisse superar a pré-candidatura de Carlos Eduardo e integrar a chapa governista nao há dúvidas de que fortaleceria a campanha para senador de Fátima. No entanto, está praticamente definido que isso não ocorrerá e o nome do ex-prefeito de Natal já foi até aprovado por unanimidade dentro da Executiva Estadual do PT no RN.

Diante disso, o PSB já avisou que assim mesmo disputará o Senado com Rafael. E aí começa um problema para o campo progressista, falando especificamente sobre essa disputa de senador. Isso porque enquanto Rafael, Carlos Eduardo e Robério Paulino irão disputar e dividir os votos da esquerda, o pré-candidato bolsonarista à vaga, Rogério Marinho, estará livre, leve e solto angariando a quase totalidade do votos da direita para o Senado.

O modo deve ser de atenção no campo da esquerda em relação ao Senado com três nomes na disputa.