Apesar da Delta, “não é momento de recrudescimento” de restrições sanitárias no RN, garante Ricardo Valentim

Para o coordenador do LAIS, na verdade, é hora de “ampliar e flexibilizar ainda mais”, já que o Estado está com 80% da população com 1ª dose de vacina e possui indicadores favoráveis

por: Foto do autor Daniela Freire

Publicado 30 de agosto de 2021 às 18:06

Ricardo Valentim disse que a Delta é preocupante, mas o RN tem cobertura vacinal e indicadores positivos

 

Apesar das primeiras confirmações da presença da variante Delta da covid-19 no Rio Grande do Norte, o momento ainda não é de se falar em recrudescimento de medidas sanitárias restritivas aqui no Estado. Foi o que afirmou, com exclusividade ao blog, o coordenador do Laboratório de Inovação Tecnológica em Saúde (LAIS) da UFRN, professor Ricardo Valentim. “Os dados que nós temos hoje no RN reforçam a necessidade de o governo passar para outras etapas da flexibilização das medidas restritivas”, disse ele.

De acordo com Valentim, não há nenhuma justificativa para que as restrições para o combate à covid no RN voltem a ser mais duras por dois motivos principais: a boa cobertura vacinal no Estado e os indicadores mantendo declínio, principalmente nos pedidos de internação. “Essa semana nos vamos passar de 80% da população com a 1ª dose de imunizante e até o final de setembro vamos ter número expressivo de vacinados, chegando a 50% da população com a 2ª dose”, explicou ao blog.

O coordenador do LAIS reforçou que a queda consistente nas solicitações de internamento é o principal indicador positivo para um cenário mais flexibilizado, mesmo com a Delta chegando em território potiguar. Além disso, o número de novos casos e de óbitos também vêm reduzindo. “Nós tivemos uma redução, do início de agosto até hoje, de -47% nos pedidos de internações, sejam para leitos de UTI ou clínicos”, afirmou.

Na avaliação de Ricardo Valentim, a hora é de “ampliar e flexibilizar ainda mais, passar para outras etapas”. “O governo deve manter a sua agenda de flexibilização com relação às medidas”, ele ressaltou. Mas, caso essa tendência mude, Valentim alerta que o Estado “não deve hesitar em colocar novas medidas restritivas, como tem feito ao longa da história da pandemia aqui”.