Entretenimento

Síndrome de Impostora e as neuroses nossas de cada dia

Podcast reúne psicanalistas para discutir temas do cotidiano social e, nesta quarta temporada, analisa personagens centrais da literatura

Publicado 24 de maio de 2022 às 13:48

Outro dia, uma fala do Emicida, sobre o fato de que as pessoas que estão dedicadas a fazer algo que preste serem inseguras, me fez lembrar de um episódio do podcast Meu Inconsciente Coletivo, da escritora, roteirista e colunista da Folha, Tati Bernardi, intitulado “A síndrome da impostora”. 

Nesse episódio, ela conversa com o psicanalista, professor da USP e YouTuber, Christian Dunker, sobre essa síndrome, que teve o termo usado pela primeira vez em um artigo publicado em 1978 pelas pesquisadoras e psicólogas norte-americanas Pauline Rose Clance e Suzanne Imes, para explicar a sensação irrealista que algumas pessoas têm sobre as próprias capacidades que, para elas, são superestimadas pelas pessoas de uma forma geral.

Vale maratonar todos os episódios do podcast

Essa sensação, explicam as pesquisadoras, gera em quem a sente a impressão de estar enganando aqueles que acreditam nelas. Mais, a pesquisa mostrou que a síndrome de impostor é mais frequente em mulheres do que em homens e as causas disso são diversas, como, por exemplo, o estereótipo de que as mulheres bem-sucedidas e independentes são hostis ao modelo de sociedade vigente. 

O trabalho duro e diligente é uma dos comportamentos que, de acordo com Clance e Imes, mantém o ciclo da síndrome na medida em que a dedicação e o empenho são motivados pela preocupação de descoberta de que as conquistas alcançadas foram resultado de sorte e não do mérito próprio. 

É muito doido o funcionamento da mente humana, não é mesmo?

Justamente por isso é que a reflexão sobre esses temas é necessária, pois os novos olhares contribuem para o melhor entendimento e compreensão dos desafios nossos de cada dia neste processo de construção de nós mesmos e de uma sociedade mais acolhedora pra todos. 

Mais do que recomendado, o podcast Meu Inconsciente Coletivo agora está, na quarta temporada, fazendo uso da psicanálise  para analisar personagens literários de escritores como Machado de Assis, Elena Ferrante, Clarice Lispector, Ernest Hemingway, Nelson Rodrigues e Philip Roth. E, sim, vale maratonar todas as temporadas, porque, junto com os psicanalistas mais renomados do país, a Tati fala sobre as neuroses de todos nós!