Dias atrás, ouvindo o podcast “Expresso Ilustrada”, da Folha de São Paulo, publicado no dia 2 de junho de 2022, sob o título “Anitta, sertanejos e a verba pública no Brasil”, me assustei ao ouvir o seguinte texto: “Em 2021, a Anitta postou um vídeo na sua conta do OnlyFans que viralizou em minutos. Nele, a cantora aparece fazendo uma tatuagem anal…”
Imediatamente pensei: não, não tem nenhum vídeo de partes íntimas da Anitta no meu Instagram, porque, só depois de alguns minutos me dei conta de que a rede social mencionada é a OnlyFans, na qual nem mesmo tenho conta.
O problema aqui está no uso do pronome possessivo “seu” que, da forma como a frase está estruturada, expressa uma ambiguidade na medida em que quer dizer que a publicação do vídeo foi feita no perfil da Anitta, portanto “dela” e não no meu.
Este é apenas um exemplo da utilização equivocada do pronome que torna a frase ambígua, ao gerar dúvidas a respeito de quem possui o quê, pois, infelizmente, esse tipo de construção é corriqueira na imprensa local e nacional, assim como no cotidiano coletivo, e que pode ser facilmente evitada pela substituição do “seu” pelo “dele”.
Se levarmos em consideração que o texto é sempre de quem lê, o cuidado na escolha de termos que favorecem a interpretação do leitor ajuda a evitar desentendimentos que, se neste caso, é algo simples de ser resolvido, em outros pode ter resultado avassalador, sem exagero, para os envolvidos.
A despeito da ambiguidade no uso do pronome possessivo, vale ouvir o episódio mencionado, disponível em todos os agregadores de podcasts, porque a reflexão sobre o uso de verba pública é de interesse de todos nós, especialmente em ano de eleições.
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