Em sua carreira, o ator Paulo Gustavo, que morreu na noite desta terça-feira, 4, aos 42 anos, de problemas decorrentes da covid-19, tornou-se conhecido principalmente pelo personagem Dona Hermínia, a elétrica e dominadora dona de casa que surgiu no teatro e logo se tornou um sucesso absoluto no cinema. Paulo Gustavo, porém, criou outros tipos, igualmente engraçados e sempre trazendo as peculiaridades de seu humor – que conseguia unir ingenuidade com picardia e crítica social.
Veja os principais personagens criados por Paulo Gustavo
Dona Hermínia
Inspirada em tias, avós, mas principalmente em Dea Lúcia, sua mãe, a personagem surgiu pela primeira vez em 2004, na peça Surto. O sucesso foi tamanho que instigou Paulo Gustavo a criar o espetáculo Minha Mãe é uma Peça, em 2006, que rendeu ainda três adaptações para o cinema (2013, 2016 e 2019), todas grandes sucessos de bilheteria. Trata-se de uma típica dona de casa que, sempre à beira de um ataque de nervos, toma as atitudes mais engraçadas. Com essa personagem, Paulo Gustavo conseguiu a proeza de um homem interpretar uma mulher ser bem aceito por boa parte da população.
Senhora dos Absurdos
Sucesso no programa 220 Volts, do canal Multishow, a personagem ganhou fama justamente por comentários absurdos, que revelam preconceito de raça e sexo. Paulo Gustavo dizia que tinha criado esse tipo para debochar da intolerância e da cultura do ódio. “Meu intuito é fazer rir, mas sabendo que o riso também é um modo de abordar temas controvertidos e incômodos da sociedade”, disse, em uma publicação no Facebook, em 2017.
Valdomiro Lacerda
Era o protagonista do programa Vai que Cola, do Multishow, que se passa em uma pensão. Seu objetivo é se esconder lá da Polícia Federal, que o procura por conta de uma falcatrua na qual ele se tornou o único culpado. Aqui, novamente, Paulo Gustavo exerce o humor como caminho para crítica social, pois Valdo, como é conhecido, se considera superior em relação aos outros hóspedes, além de menosprezar o Méier, bairro do subúrbio do Rio, e de se lamentar por não morar no Leblon.
Aníbal
Paulo Gustavo tinha a atriz Mônica Martelli como uma de suas melhores amigas. Juntos, fizeram filmes como Minha Vida em Marte, no qual o ator viveu Aníbal, grande apoiador de Fernanda (Mônica), que sofre com problemas no relacionamento. Para consolá-la, Aníbal a leva para Nova York, onde passeiam por lugares icônicos da cidade. O local serviu também para que Paulo Gustavo demonstrasse sua dificuldade em falar em inglês. As filmagens, apesar de divertidas, foram atribuladas pois, realizadas em locações, eram constantemente interrompidas, pois as pessoas reconheciam o ator e gritavam seu nome.
Mulher Feia
Outro personagem que surgiu e se popularizou no programa 220 Volts, além de participação no Vai que Cola. Uma vez mais, Paulo Gustavo utiliza o bom humor para fazer mais uma crítica social. Mulher Feia conta histórias que dizem respeito à sua aparência, se lamentando pelos homens que a abandonam. O curioso é que seus relatos, apesar de muitas vezes absurdos, são narrados de uma forma até inocente.
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