A pouco mais de três meses das eleições presidenciais, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, 81, anunciou neste domingo (21) que não será mais candidato à reeleição.
— Joe Biden (@JoeBiden) July 21, 2024
A decisão veio após intensa pressão interna do Partido Democrata, que começou após seu desastroso desempenho no debate realizado no fim de junho e se manteve mesmo após diversas tentativas de Biden de assegurar seu partido e eleitores de que estava apto a derrotar Donald Trump.
Nas últimas semanas, Biden tomou várias iniciativas para reforçar sua candidatura. Ele concedeu uma entrevista exclusiva à ABC News poucos dias após o debate, participou de uma entrevista coletiva após a cúpula da Otan, conversando diretamente com a imprensa por uma hora, e fez uma série de discursos enérgicos em eventos de campanha. Em todos esses momentos, ele insistiu que era a pessoa mais qualificada para evitar uma vitória de Trump em novembro.
Apesar dos esforços, Biden enfrentou problemas que aumentaram as preocupações dos democratas sobre sua idade avançada. Na entrevista coletiva, ele confundiu sua vice, Kamala Harris, com seu adversário, Donald Trump. Durante discursos de campanha e conversas com a imprensa, cada gafe piorou sua situação com aliados e fortaleceu as vozes do partido que pediam sua saída.
O anúncio de Biden ocorre em um momento em que as pesquisas de intenção de voto o colocavam atrás de Trump em estados-chave como Pensilvânia, Wisconsin e Michigan, reduzindo ainda mais as chances de vitória do democrata. Além disso, a desistência acontece uma semana após a tentativa de assassinato contra Trump e logo após a convenção do Partido Republicano, que oficializou o ex-presidente como candidato. Esses eventos energizaram a base de Trump, enquanto Biden precisou interromper sua campanha para fazer isolamento social em Delaware após ser diagnosticado com Covid-19.
VEJA O ANÚNCIO
Veja o comunicado:
Meus companheiros americanos,
Nos últimos três anos e meio, fizemos grandes progressos como Nação.
Hoje, a América tem a economia mais forte do mundo. Fizemos investimentos históricos na reconstrução da nossa nação, na redução dos custos dos medicamentos prescritos para os idosos e na expansão dos cuidados de saúde acessíveis a um número recorde de americanos. Fornecemos cuidados extremamente necessários a um milhão de veteranos expostos a substâncias tóxicas. Aprovou a primeira lei de segurança de armas em 30 anos. Nomeada a primeira mulher afro-americana para a Suprema Corte. E aprovou a legislação climática mais significativa da história do mundo. A América nunca esteve melhor posicionada para liderar do que estamos hoje.
Sei que nada disso poderia ter sido feito sem vocês, povo americano. Juntos, superámos uma pandemia que ocorre uma vez num século e a pior crise económica desde a Grande Depressão. Protegemos e preservamos a nossa democracia. E revitalizamos e fortalecemos nossas alianças em todo o mundo.
Foi a maior honra da minha vida servir como seu presidente. E embora tenha sido minha intenção procurar a reeleição, acredito que é do interesse do meu partido e do país que eu me demita e me concentre exclusivamente no cumprimento dos meus deveres como Presidente durante o resto do meu mandato.
Por enquanto, deixe-me expressar minha mais profunda gratidão a todos aqueles que trabalharam tanto para me ver reeleito. Quero agradecer à vice-presidente Kamala Harris por ser uma parceira extraordinária em todo este trabalho. E deixe-me expressar o meu sincero agradecimento ao povo americano pela fé e confiança que depositou em mim.
Acredito hoje no que sempre acreditei: que não há nada que a América não possa fazer – quando fazemos isso juntos. Só temos que lembrar que somos os Estados Unidos da América.
(Esta reportagem está em atualização).
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